“Novo Ibovespa” deve trazer pelo menos 6 novidades e recorde de novos nomes

Bancos esperam a entrada das ações de B2W, CVC, Gol, BR Distribuidora e Carrefour Brasil

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Na próxima segunda-feira (2), a B3 divulgará a primeira prévia do rebalanceamento da carteira teórica do Ibovespa para o segundo quadrimestre do ano. De olho neste evento, bancos de investimento e corretoras tentam antecipar quais as mudanças que a bolsa anunciará na composição do principal índice de ações e muitas alterações estão previstas.

Segundo os cálculos feitos por Itaú BBA, BTG Pactual e Morgan Stanley, estão cotadas para entrar as ações de B2W (BTOW3), CVC (CVCB3), Gol (GOLL4), BR Distribuidora (BRDT3) e Carrefour Brasil (CRFB3), sendo unânime a saída dos papéis da Marfrig (MRFG3). Se for confirmada essa movimentação, o número de integrantes do Ibovespa saltaria dos atuais 64 para 68, o maior desde janeiro de 2015.

Entre os papéis que já fazem parte do índice, as ações da Ambev (ABEV3) e Ultrapar (UGPA3) são as que mais vão ganhar campo, com elevações de 0,2 ponto percentual e 0,14 ponto percentual, respectivamente, projeta o BTG. Por outro lado, de acordo com o banco de investimento, os maiores perdedores seriam os papéis do Itaú (ITUB4), Petrobras (PETR3) e Bradesco (BBDC3), com as respectivas fatias no Ibovespa caindo em 0,63 e 0,16 ponto percentual. Apesar disso, os analistas tranquilizam o investidor, já que o volume na venda será “irrelevante” perante a liquidez dessas blue chips.

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Em termos setoriais, o financeiro deve manter a liderança, mas sua participação deve recuar de 29,4% para 28,5%, aponta o BTG, a maior redução prevista nesta nova metodologia. Do outro lado, o setor varejista deverá ser o grande vencedor deste rebalanceamento – levando em conta as entradas das ações de CVC, B2W e Carrefour, o peso crescerá de 7,74% para 8,58%. Pelas contas do Itaú BBA, fica a expectativa também por um bom incremento no setor de petróleo e gás, saltando de 11,8% para 13,7%, tendo como pressuposto a entrada das ações da BR Distribuidora. 

Por que vale a pena acompanhar?

A entrada e saída de ações no Ibovespa sempre gera expectativa por entrada de fluxo de capitais, uma vez que muitos fundos passivos seguem o índice. Para se ter uma ideia da dimensão, segundo os dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) de janeiro, eram R$ 6,6 bilhões de fundos passivamente indexados ao Ibovespa e R$ 22,9 bilhões ativamente acompanhando o índice. Com isso, os fundos indexados terão que ajustar as suas carteiras, o que pode gerar boas oportunidades.

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Apesar disso, o BTG lembra que a pressão de compra e venda de fundos passivos poderia ser parcialmente compensada por potenciais fluxos de cash and carry reverso, em que os investidores vendem ações que pertencem à carteira do Ibovespa e compram o índice futuro, ganhando com a diferença de taxas. Contudo, com a Selic nos níveis atuais, esse tipo de operação se torna muito menos atraente agora, uma vez que os custos para montar a operação superam os lucros.

A primeira prévia da nova carteira sempre é publicada no primeiro dia útil do último mês de vigência do índice. Duas outras prévias serão publicadas, estas nos dias 16 de abril e 3 de maio, com a nova carteira entrando em vigor na próxima segunda-feira, dia 7 de maio, valendo para os próximos quatro meses.

Metodologia do Ibovespa

O cálculo para a carteira teórica do Ibovespa é composto pelos ativos que, nos 12 meses anteriores, atendam a índices de negócios, participação no volume financeiro e presença nos pregões. Desta forma, as ações integrantes no índice têm que ser representativas em termos de liquidez e de capitalização. 

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A metodologia usa 3 filtros para determinar se uma empresa integrará o índice: o primeiro é a presença de negócios superior a 95% nos últimos doze meses, a contribuição de mais de 0,1% no volume total negociado na bolsa e o índice acumulado de negociabilidade inferior a 85%. De acordo com o Itaú BBA, o mais difícil é passar pelo último filtro.

Da mesma forma, se uma ação que faz parte do Ibovespa não cumprir os requesitos citados acima, inicie um processo intenso de desvalorização e se enquadre como uma “penny stock”, relembrando o caso dos papéis da OGX (OGXP3), como entre com um pedido de falência ou reorganização judicial, essa empresa será excluída do índice no próximo rebalanceamento. 

Os 5 maiores vencedores, segundo o BTG: 

Empresa Ticker Peso estimado (%) Peso atual (%)  Variação (em p.p.)
CVC CVCB3 0,55 0,00 +0,55
B2W BTOW3 0,32 0,00 +0,32
Gol GOLL4 0,20 0,00 +0,20
Ambev ABEV3 7,26 7,06 +0,20
Ultrapar UGPA3 2,24 2,10 +0,14

Os 5 maiores perdedores, segundo o BTG: 

Empresa Ticker Peso estimado (%) Peso atual (%)  Variação (em p.p.)
Itaú Unibanco ITUB4 10,75 11,37 -0,63
Petrobras PETR3 4,27 4,43 -0,16
Bradesco BBDC3 1,33 1,49 -0,16
Marfirg MRFG3 0,00 0,16 -0,16
Bradesco BBDC4 8,01 8,04 -0,03