Novo CEO da BM&FBovespa-Cetip, redução de abates da JBS em 30%, 3 recomendações e 3 balanços no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (23)

Lara Rizério

(Bloomberg)

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com resultados no radar, além de recomendações. A confirmação da OPA das ações da Metalúrgica Gerdau, novidades sobre o plano de recuperação judicial da Oi e o novo CEO da BM&FBovespa e Cetip também chamam a atenção. Os efeitos da Operação Carne Fraca seguem no radar dos mercados. Confira os destaques:

BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3)

A BM&FBovespa e a Cetip informaram que o executivo Gilson Finkelsztain assumirá o cargo de diretor presidente da companhia resultante da fusão entre as duas empresas a partir de 1º de maio de 2017, segundo fato relevante divulgado na noite de segunda-feira.

O anúncio ocorre após a combinação dos negócios ter obtido todas as aprovações de órgãos governamentais competentes. De acordo com o documento, a consumação da operação se dará em 29 de março. Até 30 de abril, a companhia fruto da fusão terá Edemir Pinto como diretor presidente, e Finkelsztain atuará como diretor executivo da integração.

A diretoria executiva ainda contará com Cícero Augusto Vieira Neto como diretor de Operações, Clearing e Depositária; Daniel Sonder como diretor Financeiro, Corporativo e de Relações com Investidores; José Ribeiro de Andrade como diretor de Produtos e Clientes; Roberto Dagnoni como diretor da Unidade de Financiamentos; Rodrigo Antonio Nardoni Gonçalves como diretor de Tecnologia e Segurança da Informação; e Luís Otávio Saliba Furtado como co-diretor Executivo de Tecnologia e Segurança da Informação.

Em termos operacionais, os acionistas da Cetip receberão, para cada ação ordinária de Cetip de sua propriedade, no último dia de negociação dos papéis uma ação ordinária e três preferenciais resgatáveis de emissão da holding.

“As ações referenciais resgatáveis emitidas serão resgatadas pela holding imediatamente após a sua emissão e pagas até o dia 02/05/2017”, informa o fato relevante. Em seguida, eles receberão para cada ação ON da holding 0,93849080 ação ON da BM&FBovespa.

Frigoríficos

A Operação Carne Fraca segue reverberando nos mercados: a Arábia Saudita suspendeu a importação de carne de BRF (BRFS3), Seara e mais 2, enquanto o Vietnã suspendeu a importação de carne do Brasil a partir desta quinta. 

Em meio a esse cenário, a maior indústria do setor, a JBS (JBSS3), que abate cerca de 30 mil cabeças por dia, reduziu o ritmo entre 25% e 30%, informa o Valor. A Marfrig (MRFG3), segunda maior companhia de carne bovina do país, não envolvida na investigação, manteve a escala de abates.

Segundo o Santander,  “as restrições comerciais terão curta duração, mas a reputação do Brasil foi danificada”, colocando a JBS como “a maneira mais segura” de se posicionar na recuperação.

 “No momento da redação deste artigo, cerca de 44% das exportações de proteína do Brasil estavam parcialmente ou totalmente bloqueadas, sendo os produtos de carne bovina mais afetados (~61%) e os de suínos menos afetados (~36%). Continuamos a ter uma visão construtiva de longo prazo sobre o setor, com recomendações de compra para JBS, BRF, Marfrig e Minerva, mas reduzimos nossas convicções de curto prazo, já que esperamos que esta notícia tenha implicações negativas para todos os players listados nos próximos trimestres. Recomendamos aos investidores que esperem um pouco
mais antes de entrar no setor, já que as repercussões dessa investigação ainda são desconhecidas”. 

Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4)
A holding controladora do grupo siderúrgico Gerdau, Metalúrgica Gerdau confirmou nesta quarta-feira a relação de 1 para 1 na troca de ações proposta em oferta pública (OPA), como parte de acordo da companhia com o BTG Pactual.

A Metalúrgica informou que contratou o Bradesco BBI para ser intermediário da OPA e que por meio dele poderá adquirir até a totalidade das ações ordinárias da Gerdau remanescentes na oferta, num total de 88.007.769 de ações.

No começo deste mês, a Metalúrgica anunciou acordo com o BTG Pactual por meio do qual o banco trocará 34.209.522 ações ordinárias da Gerdau por 33.358.668 papéis preferenciais da companhia. A OPA é consequência do aumento de participação da holding na siderúrgica.

Oi (OIBR4)
Depois de oito horas de reunião, o Conselho de Administração da Oi aprovou o plano alternativo de recuperação judicial da empresa, segundo informou a coluna radar on-line, da Veja. Pelo acordo, os acionistas aceitam dar imediatamente 25% das ações aos credores como forma de abater a dívida.

Apesar de ser uma decisão importante, ainda é preciso aguardar a aprovação dos credores para que o plano siga em frente. Ambos os lados estão pressionados porque, caso não cheguem a um acordo, a Anatel pode intervir na companhia, diz a matéria.

A companhia telefônica também divulgou seu resultado nesta noite. A operadora teve prejuízo líquido de R$ 7,1 bilhões em 2016 ante R$ 6,6 bilhões em 2015. Considerando apenas o resultado do quarto trimestre, a empresa teve prejuízo líquido de operações continuadas de R$ 3,3 bilhões, uma queda de 29,8% sobre um ano antes.

Segundo a empresa, o resultado anual foi impactado principalmente por uma baixa contábil de R$ 2,8 bilhões referentes a créditos tributários sobre prejuízo fiscal, refletindo estimativas de resultado tributário do plano de recuperação judicial. O prejuízo líquido antes dos impostos no ano passado foi de R$ 3,2 bilhões, perda 47% menor do que a registrada em 2015.

De acordo com o Bradesco BBI, diante dos recentes comunicados dos bondholders “acreditamos que a nova proposta da empresa ainda enfrentará grande resistência”; “uma intervenção da Anatel parece estar ganhando terreno, assumindo que
os detentores de dívida não aceitem o plano, já que os acionistas querem evitar uma diluição maior”.

A Oi também informou  que teve prejuízo líquido de 7,1 bilhões de reais em 2016 ante 6,6 bilhões de reais em 2015. Considerando apenas o resultado do quarto trimestre, a empresa teve prejuízo líquido de operações continuadas de 3,3 bilhões de reais, uma queda de 29,8 por cento sobre um ano antes. O Ebitda de rotina consolidado foi  de R$ 1,76 bilhões, ante estimativa R$ 1,71 bilhão. 

O Itaú BBA espera reação neutra a “bons resultados” das operações no Brasil já que investidores estarão concentrados no anúncio do plano de recuperação; “nossa
opinião é de que o plano de recuperação da Oi também deve incluir uma injeção de capital para garantir que a NewCo comece com capacidade de investimento”.

Sanepar (SAPR4

O Conselho da Sanepar aprovou nesta quarta-feira pedir à Agepar que seja acatada a sugestão de fixar o percentual de 25,63% como o necessário para que a empresa continue prestando o serviço adequado, disse a estatal paranaense em fato relevante.

A empresa também pede à agência que seja reduzido o prazo de diferimento previamente proposta de 8 anos para até 4 anos, ou dentro do próprio ciclo tarifário. A Sanepar disse que participará de audiência pública no dia 24 de março, às 18h, para defender seus interesses. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras comentou reportagem da Folha de S.Paulo informando que empresa venderá por US$ 40 milhões as sondas compradas por US$ 720 milhões. A estatal diz que preços baixos do petróleo levaram a uma queda na demanda por plataformas em todo o mundo e que estaria acompanhando movimento das demais empresas. A Petrobras informou, em comunicado por e-mail em 17 de março,
que o preço de US$ 40 milhões é apenas uma referência.

CPFL Renováveis (CPRE3)
A CPFL Renováveis encerrou o quarto trimestre de 2016 com prejuízo líquido de R$ 26,245 milhões ante lucro líquido de R$ 82,643 milhões apurado no mesmo período do ano anterior. Em 2016, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 143,706 milhões, valor 195% maior que o prejuízo de R$ 48,717 milhões de 2015.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu R$ 27,6% nos últimos três meses do ano na comparação com igual etapa de 2015, para R$ 269,502 milhões. A margem Ebitda caiu 31,4 pontos porcentuais para 53,7%. No ano de 2016, o Ebitda somou R$ 993,129 milhões, recuo de 0,8% ante 2015. A margem Ebitda em 12 meses ficou em 60,3%, uma baixa de 6,5% p.p. na comparação anual.

A empresa também divulgou um Ebitda ajustado de R$ 346,769 milhões nos últimos três meses de 2016, alta de 3%% na comparação com igual trimestre de 2015. No ano, o Ebitda ajustado somou R$ 1,084 bilhão, um avanço de 0,9% ante o ano anterior.

A receita líquida da CPFL Renováveis totalizou R$ 501,857 milhões de outubro a dezembro de 2016, alta de 14,7% ante igual período de 2015. No ano de 2016, a receita líquida totalizou R$ 1,646 bilhão, com avanço de 9,8% ante 2015.

O resultado financeiro ficou negativo em R$ 142,787 milhões nos últimos três meses do ano, ante resultado financeiro negativo de R$ 124,025 milhões de igual etapa do ano anterior. No fechado de 2016, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 537,356 milhões, uma alta de 16,7% ante resultado negativo de R$ 460,268 milhões de 2015.

Even (EVEN3)

Em meio aos distratos de R$ 618 milhões, a Even viu o seu lucro líquido cair 98% no ano passado, para R$ 1,9 milhão. A receita líquida da incorporadora teve retração de 21%, para R$ 1,74 bilhão. A margem bruta ajustada foi de 31,7%, em 2015, para 30,6%.

No quarto trimestre, a Even teve prejuízo líquido de R$ 26,1 milhões, 149% maior que a perda líquida registrada na comparação anual. A receita líquida caiu 40%, para R$ 394,2 milhões; a margem bruta ajustada da empresa cresceu de 29,2% para 35,1%. 

Movida (MOVI3)

A Movida viu seu lucro cair 92,6% no quarto trimestre na comparação anual, de R$ 15,28 milhões para R$ 1,129 milhão. A receita, por sua vez, teve crescimento de 30,5%, atingindo R$ 493 milhões, enquanto o Ebit caiu 10,8% para R$ 60,6 milhões.

Hermes Pardini (PARD3) e Fleury (FLRY3)

A Hermes Pardini teve a cobertura iniciada pelo Bradesco BBI com recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 24,00, destacando as vantagens competitivas da companhia e vendo boas perspectivas para o setor de medicina diagnóstica em meio ao envelhecimento da população brasileira, a maior penetração dos planos de saúde privados e introdução de novas tecnologias. A Hermes Pardini foi iniciada com recomendação overweight pelo JPMorgan. As ações da companhia estrearam na Bolsa em 14 de fevereiro. 

Já a ação da Fleury foi rebaixada para neutra pelo Bradesco BBI, mantendo o preço-alvo de R$ 48,00. 

Alliar (AALR3)

A Alliar, anunciou nesta quinta-feira (23) a aquisição de 100% do capital social da companhia Radiologistas Associados, que opera sob a marca Multiscan Imagem e Diagnóstico.  A Multiscan foi avaliada em R$ 104 milhões, já considerando o reembolso de investimentos realizados em duas unidades recém-inauguradas (R$ 10 milhões), e o valor do patrimônio próximo a R$ 92 milhões.

Copel (CPLE6)

O conselho de administração da Copel aprovou a indicação de Antonio Sergio de Souza Guetter para presidência da elétrica estatal, de acordo com ata de reunião realizada na véspera.

Guetter completará o mandato 2015-2017, substituindo Luiz Fernando Leone Vianna, nomeado para a diretoria-geral de Itaipu.

Funcionário de carreira da Copel, Guetter é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná. Ao longo de sua carreira na companhia, desempenhou as funções de diretor de Finanças e de Relações com Investidores, diretor presidente da Copel Renováveis, entre outros. Recentemente, ocupava o cargo de diretor presidente da Copel Distribuição.

Fras-le (FRAS4)

A fabricante de materiais de fricção Fras-le anunciou nesta quinta-feira guidance para 2017, projetando uma receita líquida consolidada de 900 milhões de reais e investimentos da ordem de 30 milhões de reais. A empresa ainda estima as receitas no exterior em 140 milhões de dólares, e as importações em 20 milhões de dólares.

“Tais indicadores foram validados no processo de planejamento estratégico da Companhia e respaldados pela avaliação do cenário macroeconômico doméstico e dos países com os quais ela mantém relações comerciais”, informou a Fras-le em fato relevante divulgado nesta manhã.

JB Duarte (JBUD4)

O Supremo Tribunal Federal deu despacho favorável à JB Duarte em recurso extraordinário impetrado pela Receita Federal em questionamento sobre ressarcimento de imposto de importação de trigo, segundo comunicado da empresa à CVM.

A companhia calculou que ressarcimento será de R$ 110 milhões, ainda a depender de determinação de valor pela Justiça. O valor ainda não se encontra contabilizado pela JB Duarte. 

(Com Agência Estado, Bloomberg e Reuters)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.