“Novo cenário” leva à alta das exportadoras, Vale cai 2,5% e bancos têm 6ª queda seguida

Entre os destaques estiveram ainda os papéis da Petrobras que caíram em meio a novas perdas das commodities, além das elétricas, que após subirem

Paula Barra

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SÃO PAULO – Chegando ao quinto pregão seguido de queda, o Ibovespa fechou esta terça-feira (2) com perdas de 1,43%, a 51.527 pontos. Em meio a novas quedas do preço das commodities, as ações da Petrobras tiveram novo dia de perdas, com a companhia atingindo hoje seu menor nível em dólar desde o final de 2005. Já os papéis da blue chip Vale, fecharam no negativo nesta terça, após chegarem a subir mais de 2% em sua máxima intradiária.

Contribuiu para a desvalorização dos papéis hoje a queda do preço do minério de ferro – principal produto da mineradora. Ainda vale mencionar que hoje a companhia se reuniu com seus investidores em Nova York para apresentar seu plano estratégico para o ano que vem. Acompanhando o desempenho da mineradora, os papéis da Bradespar, holding que detém participação na Vale, fecharam também em queda.

Já na ponta positiva do índice, as elétricas mostraram movimento de recuperação após as fortes quedas vistas ontem. Entre as maiores altas do Ibovespa estiveram as ações da Cemig (CMIG4, R$ 13,65, +2,79%), Eletrobras (ELET3, R$ 5,80, +3,20%; ELET6, R$ 7,20, 0,00%), Energias do Brasil (ENBR3, R$ 9,67, +1,36%) e Cesp (CESP6, R$ 26,17, +2,87%). 

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De acordo com o analista Celson Placido, da XP Investimentos, o investidor agora deve aproveitar o cenário de perdas da Bolsa para encarteirar papéis que sejam beneficiados por altas do dólar, como é o caso de Fibria (FIBR3, R$ 30,25, +1,34%), Suzano (SUZB5, R$ 10,73, +1,71%) e Embraer (EMBR3, R$ 22,62, +0,76%), que têm seus lucros cotados na moeda norte-americana.

Confira os principais destaques da Bolsa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 11,40, -0,96%; PETR4, R$ 12,13, -1,54%)
Depois de início no positivo, as ações da Petrobras fecharam em queda, seguindo o movimento de forte desvalorização visto na véspera, quando o mercado foi influenciado por rumores sobre a extinção do juros sobre capital próprio e bitributação nos dividendos, enquanto pesava também a forte queda do preço do petróleo no mercado internacional. Nesta sessão, os papéis voltam a ser penalizados pela queda da commodity após ter iniciado o dia em alta em meio a expectativas mais animadoras do mercado em relação à China. Esse é o sétimo pregão consecutivo de queda dos papéis da petrolífera, período em que acumulam desvalorização de 19,6%, no caso dos preferenciais. 

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Veja também: Com derrocada das ações, operação de venda com Petrobras dispara

Vale (VALE3, R$ 21,65, -2,57%; VALE5, R$ 18,74, -2,40%)
As ações da Vale fecharam no positivo hoje em meio às expectativas por novos estímulos na China – principal destino das exportações da mineradora – através de possíveis cortas em taxas de depósitos compulsórios, que guiaram também a alta das Bolsas asiáticas hoje. Apesar da alta dos papéis, o preço do minério de ferro – principal produto da Vale – voltou a cair hoje para abaixo de US$ 70 a tonelada no mercado à vista. O minério de ferro fechou a US$ 69,70 a tonelada, após cair para US$ 68 na semana passada, seu nível mais baixo desde junho de 2009.

No radar, a Vale realiza nesta tarde encontro com investidores em Nova York, que teve início às 13h15 (horário de Brasília). A companhia divulgou hoje seu plano estratégico para 2015, com meta de produção de 341 milhões de toneladas de minério de ferro e investimentos de US$ 10,2 bilhões. Além disso, o CFO (Chief Financial Officer) da Vale, Luciano Siani, confirmou que a realização de um IPO (Initial Public Offering) da unidade de metais básicos da companhia é uma possibilidade, mas que nenhuma decisão foi tomada até o momento.

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Bancos
Os bancos voltaram a cair nesta sessão em dia negativo no Ibovespa. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,42, -1,51%) e Bradesco (BBDC3, R$ 35,90, -1,74%; BBDC4, R$ 36,83, -1,71%) registraram sua sexta queda consecutiva nesta terça-feira, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 26,83, -3,07%) acumulou sua terceira baixa seguida hoje.  

TIM (TIMP3, R$ 11,55, +0,52%)
Depois de ter batido no intraday do pregão de 3 de novembro seu maior patamar da história, refletindo uma notícia no final de outubro da Folha de S. Paulo que a Claro, Vivo e Oi teriam fechado um acordo para comprar a TIM, os papéis da operadora já despencaram mais 15% sem nenhum informação tendo sido confirmado e o movimento de consolidação do setor cada vez mais incerto. No atual patamar, as ações figuram próximas a região que eram negociadas em outubro.

Ontem, o presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, afirmou há pouco que a empresa irá “obviamente analisar oportunidades” que surgirem em meio ao processo de consolidação do setor de telecomunicações no País, mas acrescentou que a companhia não “precisa nem comprar nem vender”. Hoje, o presidente do conselho de administração da Telecom Italia (dona da TIM), Giuseppe Recchi, disse, em uma conferência em Roma, que eles não devem se reunir antes do Natal para discutir opções no Brasil. 

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Duratex (DTEX3, R$ 7,80, -2,26%)
A Duratex teve sua recomendação rebaixada pelo Santander de compra para manutenção. O preço-alvo foi revisado para R$ 9,50, queda de 30% na comparação com o anterior. 

Fibria (FIBR3, R$ 30,25, +1,34%)
A Fibria elevará o preço da celulose a partir do ano que vem em US$ 20 por tonelada. Os novos preços, que a companhia definiu após discussões em Nova York na segunda-feira com importantes clientes, ficarão em US$ 860 a tonelada nos Estados Unidos, US$ 770 a tonelada na Europa e US$ 660 a tonelada na Ásia. 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 103,60, -0,48%)
A Black Friday superou as expectativas no Extra. As vendas superaram (sem levar em conta as online) o crescimento anual, estimado em 15%. Só no segmento de eletrônicos apresentou alta de 40%. Na bandeira Pão de Açúcar, o volume de vendas foi o dobro da média registrada em uma sexta-feira comum. 

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OSX Brasil (OSXB3, R$ 0,47, +11,90%)
Fora do Ibovespa, as ações da OSX Brasil voltaram a subir nesta sessão, após valorizarem 300% em novembro. No noticiário da companhia, o jornal Valor Econômico disse ontem que a Caixa Econômica Federal cobra da OSX R$ 515 milhões do Santander Brasil (SANB11) por fiança. O Santander contesta a cobrança e obteve liminar para não fazer o pagamento, alegando que a Caixa não cumpriu as suas obrigações no empréstimo. A Caixa recorreu e o caso deve ser julgado pelo Tribunal Regional Federal de São Paulo neste mês, em que acontece a assembleia de credores da OSX.

Eneva (ENEV3, R$ 0,80, -3,61%)
As ações da Eneva tiveram leve queda hoje. A empresa, antiga MPX Energia, pode sofrer pressão hoje com notícia da coluna Radar, da Veja. Segundo a publicação, a situação da empresa continua inspirando cuidados, tendo como horizonte mais próximo um pedido de recuperação judicial, assim como outras empresas que foram fundadas por Eike Batista, como OGPar (OGXP3), ex-OGX, e OSX Brasil.