Novas regras para reprodução assistida: quanto custa o procedimento?

De acordo com Adelino Amaral, presidente da SBRA, a fertilização in vitro, por exemplo, pode custar entre R$ 12 mil e R$ 17 mil

Patricia Alves

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SÃO PAULO – O DOU (Diário Oficial da União) publicou, na última quinta-feira (6), as novas regras para a reprodução assistida, definidas pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). Com o assunto em pauta e dado o aumento pela procura da técnica, principalmente por conta da gravidez tardia – em razão do crescimento da mulher no mercado de trabalho e da opção dos casais de terem filhos cada vez mais tarde -, fica a pergunta: quanto custa um procedimento do tipo?

De acordo com o presidente da SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida), Adelino Amaral, a fertilização in vitro, por exemplo, o método mais comum de TRA (Tecnologia de Reprodução Assistida), pode custar entre R$ 12 mil e R$ 17 mil.

“Só o custo com medicação, já incluído no preço total, varia entre R$ 4 mil e R$ 7 mil”, afirma Amaral. “Mas é difícil estimar ao certo uma média de preços, já que o valor varia, e muito, de região para região”, completa.

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Na fertilização in vitro, o óvulo é fertilizado fora do corpo da mulher e médicos o reimplantam no útero após o processo. Outras formas de TRA são a injeção intracitoplásmica de espermatozóide (IICE), a transferência intrafalopiana de gameta (TIFG) e a transferência intrafalopiana do zigoto (TIFZ).

Post-mortem
A resolução do CFM destaca também a permissão para a realização da reprodução assistida post-mortem – com material biológico criopreservado, ou seja, conservado sob condições de baixíssimas temperaturas. Este procedimento só é permitido desde que comprovada autorização prévia.

Segundo Amaral, o custo de coleta e congelamento do material varia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, já que os meios utilizados para o procedimento são caros. “Além disso, existe um custo, pago mensalmente ou semestralmente, destinado à manutenção do material, que gira em torno de R$ 600 anuais”, revela.

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Novas regras
Além da permissão do procedimento após a morte, a possibilidade de mais pessoas se beneficiarem com as técnicas é um destaque das novas regras, já que agora está clara a possibilidade de casais do mesmo sexo e pessoas solteiras poderem recorrer a esses métodos para engravidar.

O CFM estabeleceu também um número máximo de embriões a serem implantados nas pacientes, para controlar a gravidez múltipla. Com a mudança, mulheres de até 35 anos podem implantar no máximo dois embriões, de 36 a 39 anos, até três, e acima de 40 anos, quatro.

“Queremos prevenir casos de gravidez múltipla, que provocam chances de prematuridade e aborto com o aumento da idade”, explica Amaral. “Essa é, na minha opinião, a principal mudança”, completa.