Nomura: até que Dilma abra maior vantagem, Marina continua favorita; Aécio pode “ajudar”

Com recuperação de Aécio cessando, PSDB pode se concentrar mais em ajudar Marina a se eleger do que direcionar os seus ataques à candidata do PSB, diz Nomura; já para LCA, Marina tem que parar de cair para que Dilma não se torne favorita

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O mercado repercutiu algumas pesquisas eleitorais ontem, quando entramos na penúltima semana antes do primeiro turno das eleições. Após elas registrarem uma queda de Marina Silva (PSB), uma recuperação de Dilma Rousseff (PT) e um cenário dúbio para Aécio Neves (PSDB) [mas em todas mostrando-o bem distante num terceiro lugar] a Nomura fez uma análise sobre o cenário eleitoral.

“Depois de muita especulação no mercado de que Marina Silva perderia a liderança para a presidente Dilma Rousseff e, com alguma predição, de que ela poderia abrir uma vantagem de 5% nas simulações de segundo turno, a pesquisa Ibope mostrou as duas candidatas com 41% das intenções de voto”, destaca o chefe de pesquisa para mercados emergentes da instituição, Tony Volpon.

“Temos dois pensamentos iniciais olhando para esses números das pesquisas. Primeiro, Dilma Rousseff ainda está gradualmente ganhando apoio, embora a questão permanece: ela pode construir uma vantagem ampliada, enquanto as vantagens de sua campanha são esmagadoras?”, questiona Volpon.

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Além disso, em segundo lugar, a recuperação de última hora de Aécio Neves parece ter parado: ele está estacionado em 19%.

“Isto é importante porque muitos membros do PSDB estão mais ansiosos para derrotar Dilma Rousseff do que eleger o tucano, mas a sua recuperação nas últimas pesquisas o manteve na campanha e, assim, manteve os ataques à Marina Silva. Agora, muitos membros do PSDB já se concentram em como ajudar Marina, e o próprio Aécio pode decidir parar de atacá-la, procurando apoiá-la no segundo turno e lutar contra o ‘inimigo’ comum”.

Assim, Volpon mantém a visão de que, para Dilma ser considerada favorita, ela precisa abrir uma vantagem de 5 a 10% antes do segundo turno, quando as condições eleitorais para Marina Silva devem melhorar muito. “Até que isso aconteça, nós consideramos Marina favorita”, aponta.

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Esperar para ver
Com as simulações de segundo turno no Ibope mostrando Marina e Dilma empatadas, a LCA Consultores ressalta que a  principal informação fornecida foi a consolidação do cenário segundo o qual o segundo turno será disputado pelas duas candidatas.

“Aécio Neves conseguiu recuperar parte dos eleitores que migraram para Marina Silva. Mas o Ibope indicou que a ‘onda da razão’ parece ter tido fôlego curto”, ressaltam os consultores.

“Agora, resta saber se a moderada tendência de alta de Dilma Rousseff e o também modesto viés de baixa de Marina Silva terão continuidade nos próximos dez dias. Levando em conta a rejeição, o perfil dos eleitores que estão no grupo dos indefinidos e o potencial de voto dos candidatos, ainda é possível vislumbrar capacidade de recuperação de Marina Silva no segundo turno. Mas a candidata do PSB precisa parar de cair. Caso contrário, Dilma recuperará o favoritismo na passagem do primeiro para o segundo turno”, ressalta a consultoria.

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Com relação ao CNT/MDA – que mostrou a dianteira de Dilma no primeiro turno com 38,1% contra 27,4% das intenções de voto para Marina e também uma disputa acirrada no segundo turno (42% da petista contra 41% da pessebista), a LCA ressalta que a campanha do PT de desconstrução da imagem de Marina foi bem sucedida pelo menos em parte, pois conseguiu reverter a alta de Marina.

Por outro lado, observou-se nova alta do percentual de eleitores indecisos. “Assim, ganha ainda mais importância o horário eleitoral no segundo turno que permitirá à Mariana responder altura os ataques de Dilma”, afirma.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.