Nobel de Economia avalia: “bolha dos emergentes parece estar estourando”

Paul Krugman ressalta ainda que a crise desses mercados pode levar a problemas ainda maiores; grande risco é o do uso do termo "contágio"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em artigo para o New York Times, outro Nobel de Economia demonstrou a sua opinião um tanto pessimista para os países emergentes. Em meio à forte saída de investidor estrangeiro, o economista Paul Krugman destacou que o que “estamos vendo parece ser o estouro de uma bolha nos países emergentes” e que isso pode transformar o risco de deflação da zona do euro em realidade, levando a casos semelhantes ao do Japão, que viu a sua economia andar a passos lentos por anos.

De acordo com o economista, contudo, o verdadeiro problema está nas nações mais ricas, que não sabem lidar com as suas próprias fraquezas, principalmente os Estados Unidos e a zona do euro. A Turquia, a África do Sul, Rússia, Hungria e Índia não são o problema principal.

“Assim, a Turquia parece estar em sérios problemas – assim como a China, um jogador muito maior, que também está um pouco trêmulo. Mas o que torna estes problemas assustadores é a fraqueza subjacente das economias ocidentais, que se torna muito pior por conta de políticas muito, mas muito, ruins“, avalia. 

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Krugman ressalta que as crises financeiras têm ficado cada vez com intervalos menores e com impactos maiores sobre a economia real. Krugman ressalta que, por muito tempo depois da Segunda Guerra, o mundo ficou livre de crises financeiras provavelmente por causa das restrições de capital pelos governos. E, recentemente, a situação piorou com uma “crise atrás da outra” por diversos países e continentes e com efeitos cada vez piores. 

Para ele, a crise turca não terá efeitos tão grandes pelo mundo, mas um dos problemas principais é de que a palavra “contágio” volte à tona, levando ao temor de que os problemas do país levem a problemas para todos os emergentes. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.