“Não é possível destruir as criptomoedas”, diz Elon Musk após novo boicote chinês

O CEO da Tesla apontou dois possíveis motivos para as novas medidas impostas na China contra as criptomoedas

Paulo Barros

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SÃO PAULO – O CEO da Tesla (TSLA), Elon Musk, expressou sua opinião sobre a crise das moedas digitais na China em participação no evento Code Conference, realizado em Bervely Hills, nos EUA, na terça-feira (28), dizendo que “não é possível destruir as criptomoedas”.

O executivo, no entanto, ponderou que as ações tomadas por governos devem trazer efeitos negativos. “Não é possível, eu acho, destruir as criptomoedas, mas é possível que os governos desacelerem seu avanço”, disse.

Ele também falou especificamente sobre as novas medidas restritivas impostas pelo governo chinês. De um lado, haveria uma preocupação mais abrangente com a tecnologia das criptomoedas, consideradas “fundamentalmente voltadas para reduzir o poder de um governo central”. “Eles não gostam disso”, opinou.

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Por outro lado, Musk considera que o combate à mineração, apesar de não ter sido tão falado quanto a restrição ao trading de criptomoedas, teria motivação mais concreta, ligada ao estado atual da autonomia energética do país.

“Parte disso pode ser devido à falta de eletricidade em muitas partes da China. Grande parte do sul da China está tendo interrupções de energia aleatórias, porque a demanda de energia é maior do que o esperado. A mineração de criptomoedas pode estar desempenhando um papel nisso”.

Elon Musk e as criptomoedas

Musk se tornou uma espécie de guru de parte dos entusiastas das criptomoedas após começar a falar sobre o tema no segundo semestre do ano passado. Ainda sem mencionar o Bitcoin (BTC), ele começou a elogiar a Dogecoin (DOGE), criptomoeda que surgiu de um meme e valorizou 14.000% do começo do ano até sua máxima histórica de US$ 0,73, registrada em abril.

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Mais tarde, o bilionário adicionou “Bitcoin” ao seu perfil no Twitter, em uma prévia do que viria em fevereiro: documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) confirmaram que a Tesla havia comprado US$ 1,5 bilhão em Bitcoin como estratégia de tesouraria. Além disso, a fabricante de carros elétricos aceitaria pagamentos na criptomoeda.

A lua de mel de Musk com os entusiastas do setor, no entanto, duraria pouco. Em de 12 de maio, citando preocupações ambientais por conta do consumo não-renovável de energia, o CEO criticou a mineração de Bitcoin e suspendeu os pagamentos em cripto na Tesla.

Junto com o anúncio da primeira leva de restrições da China à mineração, que viria dias depois, a decisão foi considerada o catalisador para a queda de preço do Bitcoin, que havia alcançado sua máxima histórica próxima de US$ 65.000 no mês anterior.

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A criptomoeda então iniciou um mergulho que culminou na mínima de aproximadamente US$ 28.000 em julho, uma correção de cerca de 50%. Desde então, o preço recuperou a metade. No fechamento da matéria, o Bitcoin era negociado a US$ 42.403.

(com CNBC)

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Paulo Barros

Editor de Investimentos