Inflação do produtor na Alemanha chega a 45,8% em agosto e bate recorde

Crise energética pesa em índice de preços ao produtor alemão e o faz chegar a maior nível da série histórica

Estadão Conteúdo

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O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da Alemanha saltou 45,8% em agosto ante igual mês de 2021, segundo dados publicados nesta terça-feira pela Destatis, como é conhecida a agência de estatísticas do país.

O resultado ficou bem acima do esperado por analistas entrevistados pelo Wall Street Journal, que projetavam alta de 37,9%. Foi o maior avanço em uma comparação anual já registrado pela série histórica.

A taxa anual do PPI acelerou dos 37,2% em julho. Em comparação ao mês anterior, o índice subiu 7,9% em agosto. Foi também o maior avanço de um mês para o outro já registrado na série histórica. Especialistas esperavam uma elevação de 1,6% na comparação mensal.

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Energia

De acordo com a Destatis, os preços da energia no país – que subiram 139,0% em relação a agosto de 2021 e 20,4% frente ao último julho – foram determinantes para o aumento. Os avanços ocorreram especialmente pela alta no gás natural e da eletricidade, que contaram com elevações superiores a 200% na comparação com igual período de 2021.

A Europa vem enfrentando uma crise energética, com a Rússia, maior fornecedor de gás natural para o continente, diminuindo seu abastecimento como forma de retaliação às sanções impostas pela guerra na Ucrânia.

Segundo dados do Destatis, os distribuidores de eletricidade tiveram que pagar 278,3% a mais do que em agosto de 2021, enquanto os clientes com contratos especiais viram os preços subir 195,6%.

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Para os pequenos clientes comerciais, que frequentemente celebram contratos tarifários, a alta nas contas de luz chegou a 12,9%. Na comparação de agosto com julho, os preços de energia elétrica avançaram 26,4% para todos os clientes.

Os preços do gás natural na distribuição subiram 209,4% em agosto, enquanto as usinas tiveram que pagar 269,1% a mais pelo combustível do que um ano antes. Em todos os grupos de clientes, o gás natural ficou 24,6% mais caro em relação a julho de 2022.

Os preços dos derivados de óleos minerais subiram 37,0% em relação a agosto de 2021 e caíram 3,2% em relação a julho de 2022. Os preços do óleo de aquecimento leve dobraram em relação a agosto de 2021 (+104,0%), os dos combustíveis aumentaram 27,3%.

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Bens intermediários

Os preços dos bens intermediários subiram 17,5% em relação a agosto de 2021. Em relação a julho de 2022, o reajuste foi de apenas 0,1%. O principal responsável pelo aumento de preços nessa categoria foi a alta dos metais que foi de +19,9%. Já os preços de aços metálicos e ferroligas aumentaram 20,9% em relação a agosto de 2021. Para os não-ferrosos, a lata anualizada chegou a 16,9%

Os preços de produtos químicos básicos, fertilizantes e compostos de nitrogênio aumentaram 32,9% em relação a agosto de 2021.

(Com informações Dow Jones Newswires)

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