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O grupo MRV&Co (MRVE3) teve prejuízo consolidado de R$ 12,7 milhões no terceiro trimestre, menor que a perda de R$ 136,5 milhões apurada na mesma etapa de 2023, influenciado por efeito negativo de operações financeiras.
Desconsiderando os impactos extraordinários, o resultado foi um lucro líquido ajustado de R$ 17,3 milhões, reversão do prejuízo de R$ 20,9 milhões de um ano antes.
O ajuste exclui os efeitos de equity swaps (trocas de ações), marcação a mercado das dívidas (atualização do valor das dívidas com base nas condições de mercado), ganhos ou perdas resultantes de swaps de fluxo de caixa (acordos financeiros para troca de pagamentos futuros) e a perda com a venda de um terreno no terceiro trimestre de 2024.
O segmento de incorporação, que inclui a marca homônima MRV e Sensia, teve lucro líquido de R$ 46,1 milhões no período, após prejuízo de R$ 87,6 milhões nos meses de julho a setembro de 2023. Com ajustes, o lucro somou R$ 76,2 milhões, depois de um resultado negativo um ano antes.
No mesmo segmento, a receita líquida totalizou R$ 2,3 bilhões, ajudada por vendas sólidas no período, que somaram R$ 2,75 bilhões, um novo recorde para a divisão, conforme divulgado em seus dados operacionais do mês passado.
Em relatório de resultados nesta quarta-feira (13), o grupo informou que a MRV teve uma geração de caixa ajustada de R$ 124 milhões no terceiro trimestre, ante consumo de R$ 46,2 milhões no mesmo período do ano passado.
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A MRV prevê uma geração de caixa entre R$ 300 e 400 milhões este ano. A companhia precisará de um fluxo de caixa positivo de ao menos R$ 143,5 milhões no quarto trimestre para alcançar a faixa inferior da meta, o que, segundo o diretor financeiro do grupo, Ricardo Paixão, vai acontecer.
“A gente vai superar esse limite do ‘guidance‘ inferior, e talvez até um pouco mais”, disse o executivo à Reuters. “O principal foco da companhia é desalavancar (…) é geração de caixa, o que gerar de caixa vai servir para desalavancagem, e é o que temos trabalhado bastante para poder fazer.”
O diretor financeiro também comentou que o novo orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os próximos anos deve contar com uma parcela maior de recursos voltados para imóveis novos, dados os novos critérios para o financiamento de usados. Cerca de 85% das vendas da MRV são de unidades que se enquadram no Minha Casa Minha Vida (MCMV).
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Além de sua principal operação, a MRV&Co também detém as unidades Luggo, de locação de imóveis, Urba, de loteamentos urbanos, e a subsidiária norte-americana Resia.
Em termos ajustados, a Luggo apresentou lucro de R$ 991 milhões no terceiro trimestre, enquanto Urba e Resia tiveram prejuízos de, respectivamente, R$ 7,5 milhões e R$ 52,3 milhões no período.