Movimento liderado pelo CEO do JPMorgan leva BC dos EUA a rever regras mais rígidas

Os bancos afirmavam que as regras de aumento obrigatório de capital propostas originalmente teriam reduzido os lucros e restringido os empréstimos; órgãos reguladores caminha agora para proposta mais flexível

Estadão Conteúdo

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Publicidade

O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, e outros CEOs de grandes adotaram desde o ano passado uma tática que dificultou o trabalho do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em relação às propostas para que os credores mantivessem mais capital. Agora, parece que essa estratégia está valendo a pena.

 

O Fed e dois outros órgãos reguladores federais estão se movendo em direção a um novo plano, que reduziria significativamente o aumento obrigatório de capital de quase 20% para os maiores bancos dos EUA, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Continua depois da publicidade

 

Os aumentos de capital exigidos para bancos como o JPMorgan e o Goldman Sachs – com o objetivo de garantir que eles tenham amortecedores suficientes para absorver possíveis perdas – seriam, em média, cerca de metade do valor originalmente previsto, segundo as fontes.

 

Continua depois da publicidade

As principais autoridades dos três órgãos envolvidos nas regras de capital pendentes – o Fed, a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) e o Office of the Comptroller of the Currency (OCC) – ainda estão negociando revisões técnicas e substanciais, e não há garantia de que um acordo será fechado. Além disso, pode ser que um plano esteja pronto até o final deste ano.

 

Se aprovado, o plano será uma grande vitória para os bancos e para Dimon. Os bancos afirmam que as regras, conforme propostas originalmente, teriam reduzido os lucros e restringido os empréstimos. Isso também representa uma mudança no equilíbrio de poder entre os grandes bancos e seus órgãos reguladores, virando a página de uma era em que o Fed detinha o controle.

Continua depois da publicidade

 

Dimon, em uma reunião em Washington no último outono do Hemisfério Norte, disse a seus colegas CEOs que ignorassem Michael Barr, vice-presidente de Supervisão do BC americano e principal arquiteto do plano original. Dimon pediu a seus colegas banqueiros que, em vez disso, pressionassem outros dirigentes do Fed, em especial o presidente Jerome Powell, para alterar as regras de capital propostas.

 

Continua depois da publicidade

Os CEOs dos grandes bancos dos EUA se reuniram com Powell mais de uma dúzia de vezes entre julho e março do ano passado, de acordo com o calendário público do banqueiro central. Isso incluiu quatro reuniões ou telefonemas com Dimon.

 

Na sexta-feira, o Fed divulgou os calendários de Barr, mostrando que ele se reuniu 15 vezes com os CEOs dos maiores bancos dos EUA durante o mesmo período. Ele também se reuniu com Dimon em abril e em maio, disse um porta-voz do Fed. “Não me senti privado da atenção do lobby bancário”, afirmou Barr, em um nota.