Mercado Livre (MELI34) se diz favorável a controle tributário mais rígido para importações vindas da Ásia

Em live do InfoMoney, executivos afirmaram que não entendem o fato de a empresa ter sido acusada de concorrência desleal

Renan Crema

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No final de março, o Mercado Livre (MELI34) e outras empresas de e-commerce que importam produtos da China, como Shein, Wish, Shopee e AliExpress, foram acusadas de concorrência desleal por, segundo comunicado divulgado por um grupo de empresários brasileiros, obter benefícios tributários por meio de práticas ilícitas. O vice-presidente sênior do Mercado Livre, Fernando Yunes, afirmou, em live do InfoMoney, que não compreende a companhia “ter sido colocada nesse bolo, porque estamos do outro lado”.

Yunes disse que mais de 95% das vendas da plataforma passam por logística própria do Mercado Livre, o que significa que esses produtos saem com nota fiscal. Os 5% restantes são compostos por entregas para empresas de grande porte e pessoas físicas que, caso comecem a obter um volume substancial de vendas, são obrigadas a se formalizarem como microempreendedores.

“Perdemos mais de 80 mil vendedores por termos obrigado que se formalizassem, porque o volume de vendas que tinham já correspondia ao de uma empresa. Se a pessoa não se formaliza, ela não pode continuar vendendo na plataforma”, garantiu o vice-presidente, que disse ainda que o Mercado Livre é favorável a um movimento de maior controle de impostos para grandes importações vindas da China e de outros países asiáticos.

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“Existem pessoas físicas importando grandes volumes da Ásia, se passando por pessoa física e vendendo em alguns sites. Isso existe e somos contra, concordamos com o movimento de aumento de impostos nesses casos”, completou.

A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do quarto trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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O Brasil representa a maior parcela das vendas da companhia, que opera em outros 18 países da América do Sul, Central e do Norte. No último trimestre de 2021, segundo Yunes, o Mercado Livre comercializou aproximadamente 50 milhões de produtos por mês, o que corresponde a cerca de 2 milhões de vendas diariamente. Na comparação com o último trimestre de 2020, eram cerca de 5 itens comprados por cliente, enquanto no ano passado, o número subiu para 7 por consumidor.

De acordo com André Chaves, vice-presidente sênior de estratégia, desenvolvimento corporativo e RI, o Brasil representa metade do negócio total do Mercado Livre, que anunciou investimentos de R$ 17 bilhões no país. A operação logística, contou Chaves, será um dos principais focos em 2022, com o objetivo de ampliar o número de centros de distribuição e a frota de aviões, para entregar em locais mais distantes e mais rapidamente. Além disso, revelou que o Mercado Pago, braço de operações financeiras do Mercado Livre, começará a operar com criptomoedas ao longo do ano.

Yunes e Chaves falaram ainda sobre as perspectivas para o e-commerce e para o Mercado Pago, as estratégias do Mercado Livre para aumentar sua penetração nas vendas on-line, com a entrada em novos segmentos como supermercados e moda, e para se proteger de riscos de inadimplência em virtude da perda de renda do brasileiro por conta do cenário macroeconômico.

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Os executivos abordaram também o que a companhia tem feito para se defender de golpes e ataques cibernéticos, o que o Mercado Livre pensa sobre manobras de M&A e se há perspectivas para isso, além do valor das ações.

“Internamente estamos mais preocupados com a construção no longo prazo, respeitamos quem pensa mais no curto prazo, mas o nosso ciclo mínimo de pensamento é de ano em ano e não de trimestre em trimestre, para criar valor para o acionista e um negócio sólido e sustentável”, afirmou Chaves. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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