Marfrig dispara 8% e Ultrapar recua 4,5% com balanços; Vale cai 3,2% com risco de rompimento

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (16)

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O movimento de aversão a riscos visto nos últimos pregões voltou a influenciar o desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira (16), que recuou para seu menor patamar do ano. Pesa no ambiente a tensão política, com as primeiras manifestações de rua desde a posse do presidente Jair Bolsonaro e os tropeços do governo no Congresso Nacional. 

Do lado das empresas, destaque para os últimos balanços divulgados pela temporada de resultados referentes ao primeiro trimestre do ano. Chamam atenção dos investidores os números apresentados por Marfrig, Ultrapar e Light. No noticiário, o conselho da Ambev aprovou celebração de contratos de troca de resultados de fluxos financeiros futuros com liquidação financeira, enquanto a JSL aprovou um programa de recompra de até 3.688.783 papéis.

Confira os destaques do pregão:

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Vale (VALE3)
As ações da mineradora viraram para forte queda após a companhia informar ao Ministério Público que detectou uma movimentação na mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, Minas Gerais, e que existe o risco de ruptura nos próximos dias.

Segundo os dados dos radares instalados no local, de acordo com a empresa, existe a possibilidade de deslizamento de uma parte dessa mina. A mineradora detectou o movimento na última segunda e disse que se a velocidade se mantiver, a ruptura do talude pode acontecer entre os dias 19 e 25 de maio.

Talude é uma estrutura que se forma ao redor da cava, que é de onde se retira o minério de ferro. “O que pode acontecer é que, caso o talude caia dentro da cava, haja um abalo sísmico que possa afetar a barragem”, disse o coordenador adjunto da Defesa Civil, Flávio Godinho.

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Mais cedo, as ações subiram com a notícia de que o governo brasileiro está estudando opções para compensar a menor oferta de minério de ferro diante do impacto causado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) e pela suspensão das operações em outras minas. Com isso, a estimativa é que a produção de minério do país mostre queda de 10% este ano.

Na esteira da crise, as exportações do Brasil atingiram o menor nível em sete anos em abril. As interrupções – que coincidiram com a produção recorde de aço na China nos primeiros quatro meses – levaram a uma disparada dos preços este ano. Mais um choque, e os preços poderiam ultrapassar a marca de US$ 100 a tonelada, segundo o Barclays.

A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, avisou que deve levar de dois a três anos para atingir a meta de produção de 400 milhões de toneladas que deveria ser alcançada em 2019, disse este mês Luciano Siani Pires, diretor financeiro da mineradora. A empresa suspendeu as operações com uma capacidade combinada de 93 milhões de toneladas para melhorar as condições de segurança após o desastre da barragem em janeiro, que deixou centenas de mortos.

Na China, os contratos futuros de minério de ferro disparam 3,8%, a 674,50 iuanes. O movimento contribui para os ganhos da Vale neste pregão.

Marfrig (MRFG3)
O frigorífico Marfrig apresentou um lucro líquido de R$ 4,3 milhões entre janeiro e março, revertendo um prejuízo de R$ 201 milhões de igual intervalo do ano passado. O Ebitda ajustado totalizou R$ 571 milhões, representando uma expansão de 15,9%. A receita líquida somou R$ 10,1 bilhões no trimestre, avanço de 7,6%.

A empresa informou ainda seu guidance para o ano de 2019, que é de uma meta de receita total consolidada entre R$ 47 bilhões e R$ 49 bilhões em 2019. Para a margem Ebitda, a projeção é de 8,7% a 9,5%, com fluxo de caixa livre antes de dividendos entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão.

Ambev (ABEV3)
A Ambev informou que o seu conselho de administração aprovou a celebração de contratos de troca de resultados de fluxos financeiros futuros com liquidação financeira (equity swap), tendo por referência ações da companhia ou ADRs com lastro nessas ações, com instituições financeiras a serem definidas pela Diretoria, sem prejuízo da liquidação dos contratos ainda em vigor. Os contratos poderão acarretar a exposição em até 80 milhões de ações ordinárias, principalmente de ADRs, com valor limite de até R$ 1,5 bilhão.

Sinqia (SQIA3)
A Sinqia fechou o primeiro trimestre com lucro bruto de R$ 12,2 milhões, uma leve alta de 0,3% ante os três primeiros meses de 2018, mas o maior valor para um trimestre da companhia. Enquanto isso, a receita líquida da empresa também foi recorde, crescendo 18,1% em um ano, para R$ 38,5 milhões.

Segundo a companhia, a melhora do lucro se deu por conta do aumento nos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), ajustes no modelo comercial, e custos extraordinários com integração.

Em release de resultados, Bernardo Gomes, presidente da companhia, disse que “é importante ressaltar que a lucratividade das empresas adquiridas segue um padrão de ‘curva J’ após as aquisições, inicialmente caindo com os itens extraordinários, e depois crescendo progressivamente conforme tais itens se reduzem e as sinergias vêm à tona”.

O Ebitda ajustado, por sua vez, alcançou R$ 3,6 milhões, uma queda de 20,6% sobre o primeiro trimestre de 2018, explicada pelos itens acima, que, de acordo com a companhia prejudicam a comparação dos períodos.

Positivo (POSI3)
A Positivo Tecnologia apresentou um prejuízo líquido de R$ 4,6 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 2,0 milhões do mesmo período do ano passado. O Ebitda diminuiu 13,8%, para R$ 17,9 milhões. A receita líquida total somou R$ 360,1 milhões, queda de 16,2%.

O volume de vendas de celulares no período subiu 48,7%, com destaque para os avanços de 39,2% em smartphones e 62,6% em feature phones. As vendas de PCs, por sua vez, recuaram 41,3%, para 135,6 mil unidades.

Triunfo (TPIS3)
A Triunfo apresentou prejuízo de R$ 49,240 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo ganhos de R$ 25,795 milhões reportados no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda ajustado atingiu R$ 90,386 milhões no primeiro trimestre, representando uma queda de 36,7%. Já receita líquida ajustada avançou 25,6% no primeiro trimestre em comparação ao mesmo intervalo de 2018, para R$ 208,262 milhões.

PetroRio (PRIO3)
A PetroRio teve um prejuízo líquido de R$ 53,7 milhões no primeiro trimestre do ano, revertendo um lucro de R$ 2,7 milhões reportado no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda somou R$ 55,2 milhões, cifra 261,8% superior há um ano. A receita total da PetroRio no primeiro trimestre atingiu R$ 139,4 milhões, alta de 19,0% em comparação ao mesmo intervalo do ano passado.

Ultrapar (UGPA3)
A Ultrapar apresentou um lucro líquido consolidado de R$ 242,6 milhões entre janeiro e março, cifra 232% superior a de igual intervalo de 2018. O Ebitda ajustado atingiu R$ 782 milhões, alta de 54%. A receita líquida totalizou R$ 20,739 bilhões, permanecendo estável frente os três primeiros meses do ano passado.

A empresa informou ainda que sua subsidiária Ultracargo firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado de São Paulo de compensação aos impactos causados ao estuário de Santos por conta de um incêndio ocorrido no terminal da Ultracargo em abril de 2015. O valor total do acordo será de aproximadamente R$ 67,5 milhões, pagos até setembro de 2020.

Light (LIGT3)
A Light registrou lucro líquido de R$ 164 milhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 77,1% acima da apresentada no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda ajustado consolidado somou R$ 575 milhões, montante 21,7% superior a do mesmo período de 2018. A receita líquida da companhia atingiu R$ 3,179 bilhões de janeiro a março, representando uma alta de 11,8% na comparação com os três primeiros meses do ano passado..

Celesc (CLSC4)
A Celesc apresentou um lucro consolidado de R$ 72,7 milhões no primeiro trimestre, montante 2,4% superior ao reportado no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda atingiu R$ 207,9 milhões, numa alta de 8,4%. Já a receita operacional líquida somou R$ 2,016 bilhões, uma expansão de 20% na comparação com os três primeiros meses do ano passado.

PDG (PDGR3)
Em recuperação judicial, a PDG Realty apresentou no primeiro trimestre deste ano um prejuízo de R$ 240 milhões, montante 7,6% inferior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda ficou negativo em R$ 85,8 milhões, mas com uma melhora de 24% frente ao desempenho negativo de um ano atrás.

As vendas brutas subiram 76%, a R$ 86 milhões, enquanto as vendas líquidas somaram R$ 57 milhões, ante cifra negativa de um ano antes. Os distratos, por sua vez, recuaram 44%, para R$ 29 milhões.

JSL (JSLG3)
A JSL informou que foi aprovado um programa de recompra de até 3.688.783 papéis, que representam cerca de 6,70% do total em circulação. O programa começa hoje e se encerra em 16 de novembro de 2020.

(Agência Estado)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.