M. Dias Branco (MDIA3): por que JPMorgan reforça compra, após queda de mais de 10% em agosto?

Banco avalia que baixa do mês passado não foi justificada e que avaliação segue "atraente"

Camille Bocanegra

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Considerada uma das preferidas do setor por analistas, a M. Dias Branco (MDIA3) amargou queda de 13% no mês de agosto. Só na última semana, o papel desvalorizou mais de 8% mas, ainda assim, segue sendo uma das escolhas do JPMorgan.

Em relatório publicado na última sexta, o banco reforçou sua classificação de overweight (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para o papel e considera a “avaliação atraente”.

Mais do que recomendação equivalente à compra, isso indica que o banco entende que o papel está avaliado abaixo do seu potencial, que deve superar o índice de referência(assim como o termo outperform) e recomendam o aumento de exposição à companhia.

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Baixa injustificada

No caso, o JPMorgan entende que a queda atual oferece “oportunidade atraente de compra das ações”, uma vez que o banco analisa que a baixa teria sido injustificada. De acordo com o relatório, a visão dos analistas é que não houve nenhuma alteração nem nos fundamentos, nem na dinâmica da empresa, que seguiria positiva.

“Com a queda dos custos relacionados a commodities, preços sólidos e foco em produtos premium, esperamos que as margens se expandam em quase 13 pontos percentuais em relação ao ano anterior até o final do ano”, explica o JPMorgan.

A classificação de overweight se justifica, segundo o relatório, pelo fato da M.Dias Branco estar sendo negociada a 9,4 vezes seu lucro esperado para o próximo ano. Para o JPMorgan, o valor justo seria 14x, coerente com a média histórica de 5x no último ano.

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Outro ponto relevante destacado na análise é que os custos dos principais insumos da companhia, como o trigo e óleo de palma, deverão ter quedas no segundo semestre. A matéria-prima corresponderia a 60% dos custos de produção, então é prevista uma queda nos custos marginais da empresa.

“Novos aumentos de preços são improváveis, mas a composição de produtos deve continuar melhorando à medida que produtos de maior valor agregado ganham participação em sua linha de produtos”, diz o relatório.

Mudanças fiscais impactariam mais concorrentes

O impacto das mudanças fiscais também aparenta já estar precificado, na visão do banco. Assim, o cenário que se apresenta oferece menos risco para a companhia do que o esperado. Mesmo com a possível retirada dos benefícios fiscais presentes na dedutibilidade do Juro sobre Capital Próprio (JCP) e de subvenções do ICMS, ainda assim a empresa passaria a ser negociada a 11,9 vezes seu lucro esperado para 2024.

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De acordo com a análise, as possíveis mudanças fiscais que impactariam a companhia seriam também sentidas por concorrentes, que também desfrutam dos benefícios hoje presentes.

“A remoção completa dos benefícios levaria a um aumento generalizado dos preços na indústria. Empresas com maior participação de mercado e uma mistura de produtos mais premium estariam em melhor posição para compensar o impacto por meio dos preços”, diz o JPMorgan.

O impacto poderia ser remediado com um aumento de preços de 4 a 5% acima da inflação, avalia o banco.