Lucro do Magazine Luiza salta 594% e Itaú supera estimativas; recomendações, Petrobras e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (1)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O mês de agosto começa movimentado, com destaque para a temporada de balanços, com atenção para o Itaú Unibanco e Magazine Luiza também apresentou seu resultado, enquanto a Suzano anunciou a aprovação pelo Conselho da sua mudança para o Novo Mercado. Diversas recomendações também estão no radar. Confira os destaques:

Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú Unibanco reportou lucro líquido recorrente de R$ 6,17 bilhões no segundo trimestre deste ano, superando as expectativas compiladas pela Bloomberg, que apontavam lucro de R$ 5,99 bilhões. O resultado ficou 10,6% acima dos R$ 5,58 bilhões registrados um ano antes. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, o banco registrou lucro líquido de R$ 12,1 bilhões, uma alta de 12,7% em um ano (para conferir o resultado completo, clique aqui).

A carteira de crédito total, incluindo avais e fianças, subiu 0,4% na comparação trimestral, mas teve baixa de 3,6% ante mesmo período do ano passado, para R$ 552,35 bilhões.

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Além do resultado, o Itaú anunciou ainda que seu conselho aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio complementares aos dividendos pagos mensalmente, no valor de R$ 0,39900 por ação, que serão pagos em 25 de agosto baseado na posição acionária de 14 de agosto. Após a retenção de 15% de imposto de renda na fonte, os juros líquidos serão de R$ 0,33915 por ação.

De acordo com o BTG Pactual, o resultado foi melhor do que o esperado, ressaltando a melhora da qualidade dos ativos e a expansão da margem financeira dos clientes em 1,5% na comparação trimestral, além de um excelente controle de custos. Os analistas do banco possuem recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 42,00. 

 

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Magazine Luiza (MGLU3)
O Magazine Luiza registrou lucro líquido de R$ 72,4 milhões no segundo trimestre do ano, valor 594,5% superior aos R$ 10,4 milhões apurados em igual período do ano passado. Este foi o maior lucro trimestral já registrado pela companhia. Nos primeiros seis meses do ano, o lucro acumula R$ 130,9 milhões, montante 735,3% mais alto que no primeiro semestre de 2016.

No critério ajustado, o lucro líquido trimestral atingiu R$ 73,3 milhões, com variação de 426,4% ante os R$ 13,9 milhões segundo trimestre do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve alta de 44,5% para R$ 235,8 milhões entre abril e junho, com margem de 8,7%, 1,1 ponto porcentual acima do registrado no primeiro trimestre de 2016. Em seis meses, o Ebitda chega a R$ 467,7 milhões, expansão de 52,2%

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O Ebitda ajustado teve alta de 40,7% no segundo trimestre, somando R$ 237,1 milhões, com a margem subindo de 7,8% para 8,8%. O ajuste exclui da conta as despesas não recorrentes. Entre abril e junho, a receita líquida somou R$ 2,699 bilhões, uma expansão de 25,7% na variação anual. No semestre, a receita é de R$ 5,506 bilhões, aumento de 24,8% na mesma comparação.

Os números são bastante positivos, como ressaltam os analistas do BTG Pactual Fabio Monteiro e Luiz Guanais, que destacam as vendas excepcionais, a lucratividade e a geração de fluxo de caixa. Isso levou a um indicador de vendas nas mesmas lojas em 14,5% (especialmente com smartphones e smart TVs) e do e-commerce em 55% na comparação anual. Os analistas do banco elevaram o preço-alvo para os papéis de R$ 249 para R$ 377, mantendo recomendação de compra. 

Porto Seguro (PSSA3)

O lucro líquido da Porto Seguro registrou alta de 36,4% no segundo trimestre de 2017 na base de comparação anual, para R$ 235,7 milhões. O resultado foi favorecido pelo benefício fiscal referente ao pagamento da primeira parte de juros sobre capital próprio no valor de R$ 243 milhões. Ao ser desconsiderado esse efeito, o lucro do trimestre teria queda de 1% na base de comparação anual.

As receitas totalizaram R$ 4,14 bilhões entre abril e junho, alta de 5,3%, enquanto as despesas ficaram em R$ 4,07 bilhões, 3,6% superior.  A sinistralidade total teve baixa de 58% no segundo trimestre de 2016 para 55% neste ano, com queda em todos os negócios. 

Taesa (TAEE11)

A B3 divulgou a primeira prévia do Ibovespa para os períodos entre setembro e dezembro de 2017, trazendo a Taesa como novidade para o índice. As próximas prévias sairão em 16 e 31 de agosto.

JBS (JBSS3)
A JBS anunciou que concluiu por US$ 300 milhões a venda de suas operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai para unidades da rival brasileira Minerva.

“O preço está sujeito a um ajuste em valor equivalente à diferença entre o capital circulante líquido e o endividamento de longo prazo das sociedades na data de fechamento, no prazo de até 30 dias”, afirmou a companhia. Já a Reuters informou que a JBS contratou o BNP Paribas para venda da Moy Park. 

Ainda sobre a J&F, o Estado de S. Paulo informa, citando fontes, que o grupo fechou na última segunda-feira  a venda da Vigor para o grupo Lala, do México, por R$ 5,7 bilhões. O contrato ainda não foi assinado, diz o jornal, mas o negócio é dado como certo. Faltaria apenas a aprovação dos conselhos das companhias envolvidas para que o contrato seja assinado. A expectativa é que isso ocorra dentro dos próximos dias. 

Essa venda de ativos, contudo, pode barrar em um obstáculo, segundo aponta a coluna Painel, da Folha de S. Paulo. De acordo com o jornal, representantes do corretor Lúcio Funaro pediram que a Justiça de São Paulo proíba a venda de empresas e bloqueie todos os bens de firmas vinculadas ao conglomerado dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Funaro diz ter atuado em favor da Eldorado Celulose, da J&F, na obtenção de um empréstimo de R$ 940 milhões junto à Caixa, em 2012. Na ação, cobra R$ 44 milhões pelos serviços prestados. Vale destacar que, segundo o Valor Econômico, a Fibria vai entregar proposta pela Eldorado nesta semana. 

Petrobras (PETR3;PETR4)
O Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora S.A. (BR) aprovou ontem a recondução do engenheiro mecânico Ivan de Sá Pereira Júnior para o cargo de presidente da empresa para um mandato de dois anos. Também foi aprovada a eleição dos engenheiros Marcelo Fernandes Bragança para o cargo de diretor executivo da Rede de Postos, Antonio Carlos Alves Caldeira como diretor executivo de Operação e Logística e Gustavo Henrique Braga Couto para o cargo de diretor executivo de Mercado Consumidor.

De acordo com a Petrobras, o presidente da estatal, Ivan de Sá Pereira Júnior, permanece, interinamente, como diretor executivo Administrativo-Financeiro da BR Distribuidora, até que um novo nome seja eleito e aprovado pelo Conselho de Administração. Os nomes dos aprovados passaram por análise prévia pelo Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão do Conselho de Administração da Petrobras. Todos têm mandato de dois anos, contando a partir da última segunda-feira.

A Petrobras ainda anunciou a elevação do preço da gasolina em 1,6% e do diesel em 0,7% para as refinarias a partir de 2 de agosto. 

Vale (VALE3;VALE5)

Em comunicado à CVM, a Vale afirmou que a notícia veiculada no Blog do
Lauro Jardim, do jornal O Globo, em 30 de julho, que diz que a mineradora vai comprar a fatia da Samarco, pertencente à BHP Billiton , é meramente especulativa. A BHP disse, também em comunicado, não ter acordo para vender fatia na Samarco à Vale.

Suzano (SUZB5)
O conselho de administração da Suzano aprovou a migração da companhia para o segmento Novo Mercado, da B3, por meio da conversão da totalidade das ações preferenciais da companhia em papeis ordinários. A conversão se dará na proporção de 1 para 1.

O BTG Pactual destacou a notícia como bastante positiva e no sentido de melhorar a governança corporativa e como catalisador para uma reclassificação dos ativos. Os analistas do banco mantêm recomendação de compra para os papéis com preço-alvo de R$ 18,00.

Recomendações

O radar de recomendações também está movimentado. O Itaú BBA elevou a recomendação da Usiminas (USIM5) de neutra para outperform, com preço-alvo para 2018 de R$ 7,00 por ação. Os analistas do banco atualizaram o modelo para incorporar os resultados do primeiro semestre de 2017 mais fortes do que o esperado, a recuperação dos volumes de aço brasileiros e os resultados financeiros melhores do que antecipados devido a taxas de juros mais baixas. “A ação poderia, a nosso ver, recuperar a atenção do investidor devido à sua valorização atrativa de 5 vezes a relação EV / EBITDA esperada para 2018”, apontam. 

Já o Credit Suisse revisou o setor de construção civil: a MRV (MRVE3) e a Direcional (DIRR3) tiveram a recomendação reduzida de outperform para neutra pelo Credit Suisse. 

Unipar (UNIP6)

A Vila Velha Administração e Participações, acionista controlador da Unipar e ofertante da OPA, protocolizou nesta segunda-feira junto a CVM intenção de revogar a oferta, “tendo em vista a implementação de condição resolutiva, nos termos do inciso (ix) do item 4.8. do edital”, segundo comunicado. 

A OPA permanecerá suspensa até que haja manifestação da área técnica da CVM. 
 Em 28 de julho, o controlador pediu à CVM suspensão de OPA por até 3 dias; pedido foi deferido pela CVM no mesmo dia. 

De acordo com o item 4.8 do Edital de Oferta, a implementação e a consumação da Oferta estão sujeitas a determinadas condições, dentre as quais a não ocorrência de: “(ix) qualquer mudança adversa nos negócios, operações, ativos ou posições (financeiras, de negociações ou outras) da companhia e/ou do ofertante, que represente ou possa vir a representar 5% ou mais do lucro da companhia e/ou do ofertante antes da incidência do imposto de renda e da contribuição social, considerando, para este fim, o lucro constante das demonstrações financeiras da companhia referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2016”, segundo comunicado de 28 de julho. Nesta data, Unipar disse que conselho aprovou os principais termos e condições para realização de desinvestimento da participação acionária na Tecsis Tecnologia e Sistema Avançados, atual coligada da companhia, representativa de 17,8% do capital social. 

Sabesp (SBSP3)

A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo) concedeu prazo adicional solicitado de 7 dias para esclarecimentos finais sobre o teor das informações apresentadas pela Sabesp no âmbito da etapa preliminar da 2ª Revisão Tarifária Ordinária, segundo comunicado. A Arsesp diz que divulgará até 7/agosto o cronograma alterado da 2ª Revisão Tarifária Ordinária da Sabesp. 

OGPar (OGXP3)

A OGpar informou a  interrupção temporária da produção em poço. Foi detectada uma queda de pressão na árvore de natal molhada (equipamento instalado na cabeça do poço submarino) do poço 7-TBMT-8HP, que opera no Campo de Tubarão Martelo, disse a OGpar em comunicado ao mercado.

Para evitar possíveis danos, a bomba centrífuga submersa foi desligada e o poço fechado, disse a companhia. A equipe técnica da OGX vem implementando ações apropriadas na solução do problema e, embora estejam sendo obtidas indicações positivas quanto aos resultados dessas ações, o progresso está sendo lento, disse ela. O poço 7-TBMT-8HP começou sua operação em dezembro de 2013 e, até a data de sua interrupção, produzia cerca de dois mil barris diários.

Rumo (RAIL3)

Segundo o jornal Valor Econômico, pressionada pelos órgãos de controle, a Rumo prepara mudanças em sua proposta de prorrogação antecipada no contrato da Malha Paulista, que já previa investimentos de R$ 4,7 bilhões em troca de mais 30 anos de prazo. A Rumo se comprometerá em reativar dois ramais ferroviários no interior de São Paulo que estão abandonados, sem condições operacionais. Juntos, eles somam 554 quilômetros de trilhos. 

(Com Agência Brasil, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.