Klabin: dados bons apesar de desafios, mas analistas não se animam com KLBN11

Incertezas com relação ao nível de demanda de celulose em 2024 e o esperado incremento de capacidade de produção estão no radar do mercado

Equipe InfoMoney

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A Klabin (KLBN11) teve lucro líquido abaixo do esperado, de R$ 370 milhões no quarto trimestre de 2023 (ante projeção LSEG de R$ 612 milhões) e queda de 53% sobre o mesmo período do ano anterior. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,68 bilhão, recuo de 12% no mesmo período, acima da projeção de R$ 1,58 bilhão, segundo dados da LSEG.

As units da companhia exibiam alta de quase 1% às 13h05 (horário de Brasília), enquanto o Ibovespa recuava 0,44%.

“Apesar da persistência dos desafios em alguns de seus mercados de atuação, a Klabin reportou bons números no quarto trimestre”, afirmou Mary Silva, analista da BB Investimentos, citando ainda anúncio pela empresa de distribuição de dividendos de R$ 192 milhões.

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“Apesar de entendermos que a companhia continuará reportando resultados resilientes nos próximos trimestres, considerando inclusive o ramp-up das operações da segunda máquina do Projeto Puma II, ponderamos as incertezas com relação ao nível de demanda de celulose em 2024 e o esperado incremento de capacidade de produção que elevará a oferta global com potencial pressão nos preços”, escreveu Silva em relatório.

A XP destacou também que o resultado foi no geral positivo e em linha com as estimativas, mantendo assim recomendação neutra para os papéis.

O Goldman Sachs viu um resultado em linha e, sem ver grandes catalisadores para uma reclassificação dos papéis, manteve recomendação de venda. “O Ebitda recorrente da Klabin no 4T23 ficou 3% abaixo da nossa projeção e em linha com o consenso da Bloomberg. Os lucros no segmento de celulose decepcionaram devido aos custos mais elevados relacionados com o Custo de Produto Vendido superior ao esperado, enquanto a rentabilidade do papel foi beneficiada do aumento de novas máquinas de papel e da consequente dinâmica de custos melhor do que o esperado”, afirma.

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No futuro, o banco espera que a melhoria dos lucros seja impulsionada principalmente por uma recuperação da celulose (especialmente na Europa), mas que seja limitada por riscos de estabilidade ou queda na China, bem como pelos contínuos desafios nos mercados de papel e embalagens.

A Klabin afirmou no balanço que o foco de 2024, ano em que a empresa completa 125 anos de existência, “será a entrega dos projetos em andamento e a constante busca por eficiência”.

A queda no resultado ocorreu apesar da empresa ter elevado o volume total de vendas em 4% na comparação anual, com o volume vendido de celulose avançando 10%. Mas as vendas de papéis caíram 3% enquanto as de embalagens ficaram estáveis.

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A receita líquida da companhia caiu 11%, a R$ 4,5 bilhões no quarto trimestre, pressionada por queda nos preços de kraftliner e da celulose nos mercados internacionais. Pesou ainda a valorização do real contra o dólar, afirmou a empresa.

O custo caixa de produção de celulose da Klabin, um indicador importante para o setor, foi de 1.318 reais por tonelada, uma queda de 1% sobre o quarto trimestre de 2022 e praticamente estável sobre o terceiro trimestre do ano passado.

“No período houve redução de custos de químicos e combustíveis devido ao menor consumo proporcionado pelas plantas de gaseificação de biomassa, de ácido sulfúrico e de remoção de sulfato de potássio, além do menor preço das commodities”, afirmou a companhia.

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A Klabin terminou o ano passado com alavancagem de 3,2 vezes em real, acima das 2,6 vezes de 2022, mas estável ante o terceiro trimestre. Os investimentos do quarto trimestre somaram 1 bilhão de reais, queda de 36% na comparação anual e recuo de 8% na base trimestral.

(com Reuters)