JSL (JSLG3) registra lucro líquido ajustado de R$ 58 milhões, aumento de 37,6% na comparação anual

O trimestre foi marcado por cenário melhor que o esperado, de acordo com o CEO

Camille Bocanegra

Operação da JSL (Divulgação)

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A JSL (JSLG3), braço de logística da Simpar (SIMH3), reportou nesta nesta segunda-feira (6), aumento de 37,6% no lucro líquido ajustado no terceiro trimestre de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 58 milhões. O crescimento foi decorrente da evolução nas margens, início da queda de juros e redução do custo de dívida.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado avançou 31,5% na comparação anual, em R$ 393 milhões. A margem Ebitda ficou em 20,2%, com alta de 1,2 p.p. A receita líquida avançou 23,7% em relação ao mesmo período de 2022 e ficou em R$ 2 bilhões.

Em relação ao crescimento tanto do lucro quanto do Ebitda, a administração também destacou que os contratos precificados ao custo de capital adequado ao momento atual contribuíram para o número.

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“A gente acredita, para chegar a resultados, em gestão de custos, gestão de eficiência e gestão de contratos”, considera o Ramon Alcaraz, CEO da JSL. Sobre a gestão de contrato, o executivo considera que aborda “desde a precificação correta em um contrato novo como o ajuste nos contratos atuais com todo esse cenário que a gente viveu” e, até mesmo, a não renovação de contratos que “não se equilibravam mais”.

De acordo com Alcaraz, esse recurso foi pouco utilizado e a gestão e readequação foram suficientes, na maioria dos casos, para reequilibrar a relação contratual.

A empresa apresentou R$ 910 milhões em novos contratos no trimestre e prazo médio de 41 meses com previsão de receita média mensal de R$22 milhões.

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“Era e é nossa estratégia um crescimento acelerado, apostando no crescimento orgânico e inorgânico. Importante dizer que nós não apostamos de forma neurótica em nada, o crescimento inorgânico é uma estratégia mas tem que acontecer no momento e na forma correta”, considera. “Se analisar nossas aquisições, cada uma delas tem uma característica. No geral, são empresas médias, bem administradas porque nossa estratégia é comprar empresas que continuem trabalhando de forma independente, aproveitando das sinergias da escala da JSL”.

“São empresas de segmentos completamente diferentes”, considera Alcaraz, que reforça que a intenção é que as empresas complementem a JSL em determinado segmento que ainda não está presente no ecossistema da companhia. “Não fazemos uma aquisição por ser simplesmente um bom negócio, compramos empresas que vão somar em nosso portfólio e vão nos complementar”, complementa.

Sobre aquisições para 2024, o CEO destaca que não é possível estabelecer quais serão as operações, considerando que são negociações demoradas e complexas. Alcaraz reforça que o crescimento orgânico independente do crescimento inorgânico.

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Em relação à alavancagem, os números se apresentam em 2,63 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda, patamar considerado dentro do esperado pelo CFO.

“Minha referência de alavancagem é de 3 vezes a dívida líquida sobre Ebitda, nessa referência ela vem muito estável para o patamar de crescimento que a gente tem”, explica o CFO, Guilherme Sampaio.

O Resultado Financeiro Líquido do 3T23 foi uma despesa de R$ 247,1 milhões, especialmente em função do maior volume de dívida bruta e da variação cambial nas operações da Argentina de R$ 16 milhões.

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“O lucro foi impactado negativamente por aproximadamente R$ 16 milhões relacionados à variação cambial sobre o caixa e contas a receber nas operações da Argentina. Esses contratos da Argentina já estão sendo faturados no Brasil e a variação cambial se aplica apenas aos saldos remanescentes de trimestres anteriores”, explicou a companhia no comunicado sobre o balanço corporativo.

“É um assunto pontual, estamos discutindo com clientes uma forma de reembolso disso”, pondera o CFO, afirmando que as operações seguem normalizadas na Argentina e que as questões se apresentam muito mais “de forma financeira do que operacional”.

Em relação ao momento de juros, o CEO destaca que o viés de queda de juros é positivo para a companhia. “Se o montanhista sobreviveu enquanto subia a montanha, descer a montanha deve ser mais fácil”, considera.

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Números desde IPO

A empresa, neste trimestre, comemora três anos da realização do IPO. No período, a JSL apresentou maior rentabilidade na base de ativos, com crescimento de 210% do Ebitda dos últimos doze meses e 8,4 pontos percentuais (p.p.) de expansão do ROIC (Retorno sobre o capital investido). Desde que o IPO foi realizado, a companhia realizou 8 aquisições, sendo 2 delas em 2023, e teve seu rating revisado positivamente tanto pela Fitch Ratings (de AA- (bra) para AAA(bra)) quanto pela S&P Global (de brAA para brAA+).

A receita bruta da JSL cresceu 153%, de R$ 3,2 bilhões para R$ 8,3 bilhões, enquanto o Ebitda cresceu 210% e o lucro líquido avançou 205%. A presença da companhia também foi ampliada em 3 países, totalizando presença em 8 em 2023, com atuação de 11 mil colaboradores a mais (28 mil ao todo).

“A estratégia está funcionando. Temos conseguido crescimento orgânico importante, mas com gestão austera”, reforça o CEO.