JBS sobe após cair 10% hoje, Petrobras sobe 3%, Cemig afunda 6% com rumor e “novata” da Bolsa salta até 10%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve pregão de recuperação nesta sessão, após cair 2,39% na sexta-feira, impactado pela Operação “Carne Fraca” da Polícia Federal. Com os investidores analisando os reais efeitos da ação nas empresas, os papéis de BRF e JBS – que desabaram até 11% na sexta – fecharam mistos: enquanto o primeiro fechou em queda de 2%, o segundo registrou alta de 0,75%, revertendo queda de 10% na mínima do dia. Por sua vez, as ações da Minerva e Marfrig, que pouco reagiram na sexta à notícia, caíram entre 4% e 7%. 

Destaque hoje também para as ações da Cemig, que afundaram 6% com a notícia de que a União não quer negociar com a estatal uma nova proposta da empresa para tentar resolver a disputa em torno do controle sobre três hidrelétricas no Estado.

Por outro lado, as ações da Petrobras ganharam força nesta tarde, após o TST (Tribunal Superior do Trabalho) suspender julgamento de ação que poderia causar prejuízo bilionário à estatal. Chamou atenção também a Fibria, que liderou os ganhos do Ibovespa após notícia de reajuste de preços da celulose a partir de 1° de abril. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira:

BRF (BRFS3, R$ 36,71, -2,16%) e JBS (JBSS3, R$ 10,87, +0,75%) 
As ações da JBS tiveram pregão de recuperação, após queda de 10% na mínima do dia, assim como a BRF, que recuperou boa parte das perdas registradas nesta manhã, quando suas ações caíram 11,81%, a R$ 32,72. 

Já seus pares na Bolsa Minerva (BEEF3, R$ 9,34, -7,43%) e Marfrig (MRFG3, R$ 5,36, -4,29%), que caíram bem menos na sexta, apresentam uma reação mais forte hoje. Embora não tenham sido citados na operação da PF, o Credit Suisse destacou em relatório hoje que a Minerva seria a mais impactada com possíveis restrições à carne brasileira, dado que as exportações representam 65% das receitas da empresa. 

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Em comunicado enviado ao mercado, a Marfrig comentou sobre a suspensão das importações de carnes brasileiras pela China e Chile: “esses mercados juntos representaram em 2016 apenas 8,8% da operação da Divisão Beef Brasil e em torno de 3% do faturamento total do grupo. Caso a suspensão das exportações para esses mercados continue, a Marfrig tem condições de atendê-los especialmente por meio de suas plantas do Uruguai e Argentina”. 

Nesta segunda-feira, a China e o Chile interromperam embarques do Brasil por uma semana, enquanto os sul-coreanos bloquearam as importações de frango da BRF, embora a empresa tenha informado que não recebeu notificação oficial sobre o assunto. As informações de restrições foram confirmadas nesta segunda-feira pelo Ministério da Agricultura. 

Em relatório, o Credit Suisse lembra que China e Hong Kong representam 33% das exportações brasileiras e que juntamente com outros países (União Europeia, Estados Unidos, Arábia Saudita e Malásia), que pediram maiores esclarecimentos ao Ministério da Agricultura, atingiram uma parcela de 41% das exportações totais de carne do Brasil e 40% do frango em 2016. “Essas potenciais restrições de exportações podem ainda impactar negativamente o mercado doméstico, já que teríamos um aumento de oferta, uma vez que parte do volume que seria para o mercado internacional, deve ser destinado ao consumo interno, impactando negativamente os preços. Essa notícia deve continuar pressionando as ações do setor, já que o trabalho feito nos últimos 4 a 5 anos pelo governo brasileiro em abrir novos mercados internacionais pode estar em risco”, comentaram.

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Falando das ações especificamente, a Minerva seria a mais impactada, já que 65% da sua receita vem de exportação. A Marfrig viria em seguida e a JBS deve também ser impactada negativamente, já que mais de 70% do seu Ebitda vem do mercado internacional, disseram os analistas do Credit. 

Segundo o Bradesco BBI, as estimativas iniciais indicam uma queda de 15% no Ebitda da BRF no fim de 2017. “Não vemos isso como um impairment permanente, com impacto limitado a partir de 2018. Ainda é cedo para estimar o impacto, mas poderíamos ver as regiões importadoras (por exemplo, UE) aumentando restrições sobre carnes do Brasil por 3 a 6 meses”, afirmam os analistas. Já a Folha de S. Paulo destaca que o escândalo da carne lança dúvidas sobre oferta de ações da JBS em Nova York. Segundo um executivo ouvido pela Folha, a companhia preparava-se para, nesta semana, atualizar as informações do registro para a oferta de ações. 

Cemig (CMIG4, R$ 10,92, -5,70%)
As ações da Cemig desabaram até 5,87%, a R$ 10,90, nesta sessão, após notícia de que a União não quer negociar com a estatal uma nova proposta da empresa para tentar resolver a disputa em torno do controle sobre três hidrelétricas no Estado. Essa é a maior queda do papel desde 1° de dezembro de 2016, quando recuou 6,33% na Bolsa. “O Brasil não tem interesse em negociar a renovação de três hidrelétricas com a Cemig”, disse uma autoridade do governo que acompanha o caso ao Valor nesta segunda-feira.

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Papel e celulose 

As ações do setor de papel e celulose novamente são destaques de alta da Bovespa, com mais um anúncio de reajuste de preços. Fibria (FIBR3, R$ 28,90, +4,29%) liderava os ganhos do Ibovespa, acompanhada pela Suzano (SUZB5, R$ 13,32, +3,82%) e Klabin (KLBN11, R$ 15,11, +1,96%). 

Segundo reportagem da IstoÉ Dinheiro de sexta-feira, a Fibria vai reajustar os preços da celulose na Europa, América do Norte e Ásia a partir de 1° de abril. A notícia vem na esteira da elevação de preços da Suzano, que anunciou reajuste para Ásia no dia 13 de março. 

Petrobras (PETR3, R$ 14,18, +2,38%; PETR4, R$ 13,60, +3,34%)
As ações da Petrobras ganharam força nesta sessão, após o TST (Tribunal Superior do Trabalho) suspender julgamento de ação que poderia causar prejuízo bilionário à estatal. Com isso, as ações da companhia “ignoravam” o dia de queda dos preços do petróleo. Lá fora, os contratos do petróleo Brent caíam 0,08%, a US$ 51,72 o barril, enquanto o WTI recuava 1,05%, a US$ 48,27 o barril. 

Vale (VALE3, R$ 31,63, +1,05%; VALE5, R$ 30,20, +1,00%) 
As ações da Vale, Bradespar (BRAP4, R$ 22,80, +1,88%) – holding que detém participação da Vale – e siderúrgicas viraram para alta, com pregão de recuperação no mercado brasileiro ofuscando a queda do minério no mercado internacional. No setor de siderurgia, todas as ações subiram: Gerdau (GGBR4, R$ 12,64, +2,43%), CSN (CSNA3, R$ 10,95, +3,01%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,47, +0,90%). 

Lá fora, o dia foi de queda para a commodity: o minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao recuou 0,92% hoje, a US$ 91,42 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian caíram 0,42%, a 712 iuanes a tonelada. 

Destaque para uma notícia que pode mexer com a Vale. Segundo a coluna Painel, da Folha, o governo prepara, por meio de medida provisória, um pacote para o setor de mineração. A proposta é transformar o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em uma agência reguladora e fazer mudanças nas regras da contrapartida cobrada pela extração e venda de minério. O jornal informa que a MP passa pelos últimos ajustes na Casa Civil, que espera um “ok” do presidente Michel Temer para anunciá-la. Além disso, os papéis podem reagir à queda do minério de ferro nos mercados internacionais.

Sanepar (SAPR4, R$ 10,36, -7,50%)
As ações da Sanepar voltaram a desabar nesta sessão, depois de o presidente da empresa, Mounir Chaowiche, minimizar o “parcelamento” do reajuste da tarifa em entrevista concedida ao Valor Econômico. Após a decisão surpreendente da Agepar, regulador paranaense do setor de infraestrutura, de parcelar em oito anos o reajuste de 25,6% da tarifa da estatal de saneamento do Paraná, a empresa decidiu que não vai se manifestar contra a determinação nos períodos de audiência e consultas públicas para discutir o processo de revisão tarifária. Chaowiche classificou o diferimento do regulador como “adequado”. 

Do dia da decisão do regulador (9/3) até agora, as ações da Sanepar desabaram 25% na Bolsa. Na esteira, a Copasa (CSMG3, R$ 41,90, -6,87%), companhia de saneamento de Minas Gerais, recuou 20%, em meio ao temor de que o regulador mineiro siga o mesmo caminho. 

Via Varejo (VVAR11, R$ 11,26, +0,99%)

De acordo com o Valor Econômico, os fundos de investimentos estiveram nos últimos dias com assessores ligados ao empresário Michael Klein na tentativa de alinhar uma proposta de compra da Via Varejo. O prazo de entrega das propostas ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), controlador da varejista de eletroeletrônicos que reúne Casas Bahia e Ponto Frio, termina na sexta-feira. Segundo o jornal, Klein considera um plano em que se tornaria controlador da Via Varejo, com pouco mais de 50% das ações (atualmente, ele detém 27,3%), e teria autonomia na gestão. O prazo para a apresentação da proposta é sexta-feira. 

Em relatório, o BTG comenta que o papel já andou bem desde que o Grupo Pão de Açúcar anunciou o interesse em vender sua participação Via Varejo (+37%), mas vale dizer que, caso o Casino venda o controle, isso irá “triggar” tag along de 100% para os minoritários.

ABC Brasil (ABCB4, R$ 18,15, -1,63%)

O ABC Brasil concluiu a recompra de notas subordinadas a US$ 344,4 milhões. O prazo para credores concordarem com os termos da oferta foi em 16 de março às 17h de Nova York, segundo comunicado ao mercado. O valor é equivalente a 58,46% do valor de principal vigente em 8 de março de 2017 com vencimento em 8 de abril de 2020.

Braskem (BRKM5, R$ 31,80, +2,58%) 

Em resposta à notícia do Estadão, a Braskem informou que o controlador Odebrecht negou a notícia sobre venda de participação e afirmou que a conveniência de dispor de ações cabe aos acionistas.

Movida (MOVI3, R$ 8,90, +5,08%)

As ações da Movida dispararam até 10,39% nesta sessão, a R$ 9,35, após terem sido recomendada por três casas de análise. Os papéis MOVI3, que estrearam na BM&FBovespa dia 9 de fevereiro, têm hoje sua melhor dia no mercado. Nos últimos 7 pregões, eles acumulam valorização de 20%. O volume financeiro movimentado hoje com a ação ficou em R$ 12,5 milhões, contra média diária de R$ 5,1 milhões dos últimos 21 pregões. 

No radar, o Morgan Stanley iniciou cobertura com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 11,00. Já o Santander tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 11,60. Por fim, o BTG Pactual iniciou cobertura com recomendação de compra com preço-alvo de R$ 14,00 (potencial de alta de 65%), destacando perspectiva de alto crescimento e alto valor. A ação da Movida estreou na Bolsa em 8 de fevereiro deste ano. 

Em relatório, os analistas do BTG citam que o call deve-se a 3 fatores: i) crescimento elevado e aumento de market share; ii) melhora do ROIC, vindo de alavancagem operacional e “ramp-up” da expansão recente e iii) “valuation” atrativo, com ação negociando a 12 vezes o P/L (preço por ação). 

Rumo (RAIL3, R$ 8,91, -1,00%)
Os analistas do Credit Suisse revisitaram o case de Rumo e atualizaram o preço-alvo em R$ 11,00, reforçando a recomendação outperform (desempenho acima da média).

Os analistas destacaram 5 razões principais para o papel: 1) a empresa continua se beneficiando de uma queda de juros, devido sua alavancagem e dívida em CDI; 2) alta exposição ao crescimento de exportação de grãos; 3) “momentum” operacional positivo, com expectativa de uma boa safra no 2° semestre de 2016; 4) catalisadores positivos para o 2° semestre de 2017, com a potencial renovação da Malha Paulista e aprovação da dívida do BNDES de R$ 3,5 bilhões; e 5) preço atual da ação oferece um desconto de 20% para o plano de negócios de longo prazo.

Vale menção que durante o “Estudo de Domingo” o analista técnico André Moraes, da Clear Corretora, também ressaltou uma oportunidade gráfica de compra na ação da Rumo (veja aqui).

Gafisa (GFSA3, R$ 2,11, -4,95%)

As ações da Gafisa deram continuidade à queda de 13% na última sexta-feira, quando esses ativos foram pressionados pelo fim de direito de preferência para subscrição das ações da Tenda. Hoje, os papéis reagem também ao corte de recomendação do Bradesco BBI de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra.

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 64,00, +1,22%)

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista reconhece valor financeiro referente às instalações da rede básica do serviço existente de R$ 8,8 bilhões, segundo comunicado à CVM.

O  reconhecimento do valor terá impacto de R$ 7,3 bilhões no ativo financeiro, R$ 6,5 bilhões na receita operacional líquida e R$ 4,3 bi no lucro líquido do ano de 2016. O efeito caixa relativo ao recebimento dos valores está previsto para início de julho de 2017. As demonstrações financeiras do período encerrado em 31 de dezembro de 2016 tiveram parecer dos auditores independentes sem ressalvas. 

GP Investments (GPIV33, R$ 6,70, +2,45%)

A GP Investments informou o pré-pagamento de US$ 47,7 milhões em empréstimo com Itaú BBA. 

Locamerica (LCAM3, R$ 7,39, +5,57%)

O Cade aprovou a operação de R$ 47,7 milhões da Locamerica com Panda de Itu.