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A JBS (JBSS3) anunciou na noite de quinta-feira (21) a assinatura de um memorando de entendimentos com o governo da Nigéria, prevendo investimento de US$ 2,5 bilhões nos próximos cinco anos para a construção de seis fábricas – três para aves, duas para bovinos e uma para suínos -, que deve, segundo a companhia, fomentar o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis no país africano.
O plano também inclui iniciativas para fortalecer a produção local e enfrentar a insegurança alimentar, explicou a empresa por meio de nota. O projeto será conduzido em parceria com o governo nigeriano, que se comprometeu a criar condições econômicas, sanitárias e regulatórias favoráveis.
Com mais de 220 milhões de pessoas, a Nigéria é o país mais populoso da África, e as Nações Unidas esperam que uma alta taxa de fertilidade de 5,4 nascimentos por mulher possa transformá-la no terceiro país mais populoso do mundo antes de 2050.
A ingestão diária de proteína na região é em média de 45,4 gramas (g) per capita, um nível que é 8,4 g abaixo do mínimo recomendado pelas Nações Unidas, devido a uma combinação de inflação crescente de alimentos, perturbações climáticas recorrentes e conflitos locais intermitentes.
A carne bovina responde por 39% da ingestão total de proteína, seguida por frango com 34% e carne suína com 28%, e 93% das necessidades do país são supridas localmente.
O Goldman Sachs aponta ver mérito estratégico de tal operação, pois a crescente população da Nigéria pode representar um novo negócio para a JBS, fornecendo a ela uma avenida adicional para crescimento e maior diversificação regional.
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O Goldman Sachs tem recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 42,90, ou potencial de alta de 24% em relação ao fechamento de quinta. Nos últimos pregões, por sinal, diversas casas ressaltaram a JBS como a preferida no setor de proteínas.
Apesar de nenhum cronograma ter sido fornecido quanto ao desembolso esperado de recursos, o Bradesco BBI comenta que projetos tão grandes e ambiciosos quanto este podem levar algum tempo para se materializar. Portanto, não espera mudanças materiais nas prioridades de alocação de capital da JBS no curto prazo, e a empresa deve continuar a se concentrar no crescimento nas categorias de FPP em mercados desenvolvidos, ao mesmo tempo em que mantém um balanço patrimonial forte que permite que as distribuições de caixa aos acionistas continuem.
Além disso, segundo BBI, o valor principal de US$ 2,5 bilhões, apesar de significativo, acabaria sendo distribuído ao longo dos anos de implementação do projeto, o que que seria facilmente digerível pela empresa.
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“Com as restrições comerciais em vigor, as importações de carne bovina, de aves e de porco da Nigéria são irrelevantes em relação à sua produção doméstica, sugerindo que ser um player local seria atualmente necessário para entrar nesse mercado”, explica BBI.
A JBS (OP, R$ 46) é a principal escolha do BBI no espaço de proteínas, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 46.