JBS: entre acusação em NY e ação elevada, empresa tem novos dias agitados na Bolsa

Na véspera, procuradoria-geral de NY citou "falso marketing" ambiental da JBS e abriu processo; já nesta quinta, ação teve recomendação elevada pelo BofA para compra

Equipe InfoMoney

(Bloomberg)

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Se o noticiário para os frigoríficos em geral tem sido movimentado nesta semana, para a JBS (JBSS3) tem sido ainda mais.

Na reta final da sessão da véspera, a procuradoria-geral de Nova York divulgou comunicado informando ter entrado com uma ação contra as subsidiárias norte-americanas da JBS, JBS USA Food Company e a JBS USA Food Company Holdings, por supostamente “enganarem o público sobre seu impacto ambiental”.

Segundo a nota, a JBS USA tem dito que vai zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040, embora haja planos documentados da processadora de alimentos de aumentar a produção e, consequentemente, aumentar sua pegada de carbono.

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“Em 2021, o grupo JBS, controlador global da JBS USA, relatou emissões totais de gases de efeito estufa de mais de 71 milhões de toneladas, mais do que as emissões totais de alguns países”, segundo a procuradora de Nova York, Letitia James, em comunicado.

A procuradora-geral James busca impedir que a JBS USA continue com “essas práticas de marketing falsas e enganosas, e (que a companhia) pague a restituição de todos os lucros obtidos ilicitamente e as penalidades”, acrescentou o comunicado da procuradoria.

A JBS disse discordar da ação tomada pela procuradoria-geral de Nova York sobre o processo relacionado a questões climáticas da companhia, e que vai continuar a trabalhar seus planos com fazendeiros, pecuaristas e outros parceiros na cadeia produtiva em todo mundo. As ações JBSS3 fecharam a sessão da véspera em queda de 1,97%.

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Nesta quinta-feira (29), por sua vez, as ações voltaram a se animar e fecharam com ganhos de cerca de 2,72% (R$ 23,06), isso após o Bank of America elevar a recomendação para JBSS3 de neutro para compra, elevando o preço-alvo de R$ 26 para R$ 33.

Para os analistas, a JBS está com valuation atrativo e espera um crescimento dos lucros da companhia, dada a sua diversificação. “Embora o momento para a listagem anunciada nos EUA seja incerto, acreditamos que esse movimento não está precificado e poderá desbloquear novas oportunidades de crescimento inorgânico”, avalia.

O BofA ainda manteve recomendação de compra para Marfrig (MRFG3), com o preço-alvo sendo revisado de R$ 13 para R$ 15,50, enquanto segue com recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para BRF (BRFS3), com preço-alvo de R$ 15,30. “Reiteramos nossa compra na Marfrig dada a avaliação atrativa e acreditamos que é uma forma preferencial de estarmos expostos ao melhor momento de lucros da BRF”, avalia o banco.

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(Com Reuters)