Itaú lucra R$ 5,7 bi e bate novo recorde; prejuízo da Marisa e mais 5 balanços

O lucro no primeiro trimestre deste ano do Itaú Unibanco é recorde para o período levando em conta o resultado dos bancos brasileiros

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A temporada de resultados segue movimentada, com destaque para o Itaú Unibanco (ITUB4). O banco teve um lucro líquido de R$ 5,733 bilhões no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados revelados nesta terça-feira, com alta de 3,80% frente os três últimos meses de 2014 (R$ 5,52 bilhões) e de 29,67% em relação ao mesmo período de 2014 (R$ 4,419 bilhões). O lucro líquido recorrente ficou em R$ 5,81 bilhões. 

lucro no primeiro trimestre deste ano é recorde para o período levando em conta o resultado dos bancos brasileiros.

 No período, a carteira de crédito total do banco (incluindo operações de avais, fianças e títulos privados) teve saldo de R$ 578,596 milhões, alta de 3,4% em relação ao quarto trimestre de 2014 e de 13,8% frente ao mesmo período do ano anterior.

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Enquanto isso, o índice de inadimplência das operações vencidas acima de 90 dias ficou praticamente estável, com oscilação para baixo de 0,1 ponto percentual frente o quarto trimestre de 2014 e de 0,5 ponto percentual frente ao primeiro trimestre de 2014. 

As despesas com provisões ficaram em R$ 5,52 bilhões no primeiro trimestre, ante R$ 4,25 bilhões no quarto trimestre. 

Por outro lado, o banco fez provisões maiores para perdas com calotes e piorou estimativas para despesas e crédito, refletindo a fraqueza da economia do país. O Itaú Unibanco reduziu sua previsão de aumento dos empréstimos em 2015, de 6% a 9% para 3% a 7%. Em contrapartida, a expectativa de alta da margem financeira gerencial passou de 10% a 14% para 14,5% a 17,5%.

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Lojas Marisa
A Lojas Marisa (AMAR3) registrou um prejuízo de R$ 5,3 milhões no primeiro trimestre de 2015, revertendo um lucro líquido de R$ 13,8 milhões no mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, a receita líquida da operação de varejo com variação de queda de 3,1% e de 4,8% sobre as mesmas lojas. A receita líquida da operação de varejo com variação de negativa de 3,1%, e de queda de 4,8% em mesmas lojas.

Na carta de divulgação de resultados, a companhia informou que a perspectiva macroeconômica para o restante do ano 2015 permanece desalentadora e requer muita cautela nas decisões de curto e médio prazo. “Diante deste cenário, acreditamos ser muito importante estarmos com um mix de produto ajustado à tendência de diminuição de renda disponível do nosso cliente alvo; estruturas de despesa enxutas; e alocações de capital cautelosas”.

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BR Properties
A BR Properties (BRPR3) encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 30,2 milhões, queda de 49% em relação ao mesmo período de 2014. Já a receita líquida ficou em R$ 182,3 milhões, o que representa um recuo de 22% sobre um ano antes. O Ebitda ajustado (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) caiu 25%, para R$ 156,3 milhões.

No fim de fevereiro, o Bridge anunciou a intenção de lançar a operação ao preço de R$ 12 por papel da BR Properties, a ser ajustado por dividendos e juros sobre capital próprio. Mas analistas têm afirmado que BTG Pactual e Brookfield Property Group só devem ter sucesso na tentativa de compra se elevarem o valor da oferta para acima de R$ 15 por ação, diante da resistência de acionistas.

Logo após o resultado, a Moody’s decidiu baixar a perspectiva para o rating da companhia de estável para negativa. “A ação de rating hoje reflete a exposição da BR Properties à continua desaceleração econômica e às perspectivas de fraco crescimento de curto prazo no Brasil, aos riscos mais elevados e volatilidade relacionados à cobertura de seus encargos fixos, assim como vacância mais elevada nos segmentos de escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro”, comunicou a agência.

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Marcopolo
A Marcopolo (POMO4) fechou o trimestre com lucro líquido de R$ 34,0 milhões, uma queda de 37,4% sobre o mesmo período de 2014. A Receita líquida caiu 11,5%, atingindo R$ 656,8 milhões nos três primeiros meses do ano, enquanto o Ebitda ficou em R$ 65,8 milhões – queda de 12% – no mesmo período.

“O resultado foi afetado pela menor receita nos segmentos de rodoviários e Volares no mercado interno, que recuaram 24,1% e 58,1%, respectivamente”, disse a Marcopolo.

Segundo a empresa, a perspectiva de outro ano desafiador na indústria de carrocerias de ônibus no país se confirmou. “A Marcopolo vem buscando se adaptar a esse cenário adotando férias coletivas, flexibilização da jornada de trabalho, postergação de investimentos, redução de custo fixo e melhorias na eficiência operacional”, disse empresa.

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Multiplus
A Multiplus (MPLU3) divulgou os resultados do primeiro trimestre mostrando lucro líquido recorde de R$ 100 milhões, uma alta de 34,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Sua receita líquida foi de R$ 534,4 milhões, crescimento de 21,3% comparado ao primeiro trimestre de 2014. Ebitda de R$118,3 milhões e margem Ebitda de 22,1%.

Os pontos emitidos recuaram 0,4%, para 22 bilhões, mas os pontos resgatados cresceram 8,6%, para 19 bilhões, com destaque para os resgates realizados junto a parceiros e serviços fora do setor aéreo, que tiveram evolução de 62,1%.

Segundo a Multiplus, a queda de emissão de pontos foi impactada principalmente pela desvalorização do real. “Além disso, a economia mais fraca tornou nosso programa de fidelidade mais eficaz do que nunca, reforçando a participação na rede e os resgates”, disse a empresa em comunicado.

Valid
A Valid (VLID3) registrou um lucro líquido ajustado de R$ 35,6 milhões, alta de 46,5% ante os R$ 24,3 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

O Ebitda ajustado foi 21,6% superior ao mesmo período de 2014, passando de R$ 56,5 milhões para R$ 68,7 milhões nos primeiros três meses de 2015. Já a receita líquida totalizou R$ 361,1 milhões no trimestre, 20,3% superior aos R$ 300,1 milhões apresentados em 2014.

Porto Seguro
A Porto Seguro (PSSA3) teve um lucro líquido de R$ 230,9 milhões no primeiro trimestre de 2015, alta de 51% na comparação com os primeiros três meses de 2014.

Já as receitas totais subiram para R$ 4,09 bilhões, alta de 16%, enquanto os prêmios de seguro subiram 14% e somaram R$ 3,32 bilhões. O resultado financeiro teve alta de R$ 30%, para R$ 272,1 milhões. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.