Itaú e Bradesco caem com risco de calote da OGX; Petro e Vale caem mais de 5%

OGX despenca forte com corte de preço-alvo de seis bancos internacionais; Light e Cesp perdem força e viram para o negativo

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa segue pelo terceiro pregão no negativo nesta terça-feira (2). O índice, que acentuou as perdas durante esta tarde, registrava às 15h41 (horário de Brasília) queda de 4,57%, a 45.068 pontos. 

Seguem o movimento os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3; VALE5), que também aumentaram a queda após às 12h. As ações ordinárias da petrolífera registram queda de 4,48%, a R$ 14,03, e as preferenciais, 6,25%, a R$ 15,15. Já os papéis ONs da mineradora caem 4,31%, a R$ 28,22, e os PNs, 5,76%, a R$ 25,71. Juntos, essas ações representam 21,2% da carteira teórica do benchmark brasileiro. 

Além delas, chama atenção novamente neste pregão as ações do Grupo EBX, com destaque para as da OGX Petróleo (OGXP3), que registram desvalorização 17,86%, a R$ 0,46, após seis bancos internacionais cortarem o preço-alvo das ações da empresa. Entre os mais pessimistas, Bank of America Merrill Lynch e Deutsche Bank revisaram o target para R$ 0,10. 

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A mudança ocorre depois que a companhia anunciou ontem sobre a descontinuação da produção de três poços no campo de Tubarão Azul ao longo de 2014 e a suspensão do desenvolvimento dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia. 

Segundo apurou o Valor, Eike Batista entrou em contato com a gestora de recursos 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, pedindo o resgate de aplicações em alguns de seus fundos. Além disso, a gestora poderá ainda organizar uma venda em lote de ações do Burger King negociadas na bolsa de Nova York para entregar recursos ao empresário, aponta a publicação. 

Na esteira do movimento negativo, aparecem as ações da MMX Mineração (MMXM3), com queda de 16,54%, a R$ 1,11, seguidas pelos papéis da LLX Logística (LLXL3), que registram desvalorização de 11,24%, a R$ 0,79. Já fora do índice, as ações da OSX Brasil (OSXB3, -17,29%, R$ 1,10) e CCX Carvão (CCXC3, -9,21%, R$ 0,69) também seguem o desempenho.

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Risco de calote da OGX derruba bancos
O noticiário sobre as ações do grupo EBX acabam tendo forte impacto sobre o setor bancário, com destaque para os ativos do Itaú Unibanco (ITUB4) e do Bradesco (BBDC3; BBDC4). No caso do Itaú, as ações registram queda de 5,72%, cotadas a R$ 26,87, enquanto seu braço de investimentos, Itaúsa (ITSA4), atinge queda de 6,17%, a R$ 7,75.

Já o Bradesco vê suas ações ordinárias caírem 3,64%, a R$ 29,66, enquanto os papéis preferenciais recuam 5,28%, para R$ 27,26. O analista Carlos Daltozo, do BB Investimentos explica que devido à grande exposição que os dois banco têm sobre as ações das empresas e Eike Batista, os temores de calote, principalmente da OGX podem ter um grande impacto sobre as duas instituições.

Além disso, nesta terça, a empresa de gestão de risco Kamakura colocou a petrolífera de Eike Batista em terceiro lugar na lista de maiores ameaças de calote aos credores, em um índice que considera todas as empresas do mundo. De acordo com a gestora, o risco de default da OGX é de 9,81%.

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Eletropaulo despenca após reajuste “nulo” da Aneel
Também aparece em forte baixa as ações da Eletropaulo (ELPL4), com perdas de 8,99%, a R$ 5,67. Na mínima do dia, os papéis atingiram desvalorização de 8,35%, sendo cotados a R$ 5,71.

O movimento ocorre após o anúncio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovando um reajuste médio considerado “nulo” para as tarifas da empresa. Para as diferentes classes de consumo, haverá pequenas variações, com uma redução de 0,87% para os clientes de alta tensão, como as indústrias, e um aumento de 0,43% para os de baixa tensão, no caso das residências. 

Siderúrgicas e imobiliárias operam no vermelho
No mesmo sentido, as ações das siderúrgicas acompanham o movimento ruim do mercado. As ações ordinárias e preferenciais da Usiminas (USIM3; USIM5), que caem 7,07% e 6,58%, respectivamente, a R$ 7,23 e R$ 6,96 – próximos aos patamares mínimos do dia. 
Na sequência, aparecem os papéis da CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4), com baixas de 5,12% e 2,72%, nesta ordem, a R$ 5,74 e R$ 12,89. Vale mencionar que nesta manhã foram divulgados os dados da produção industrial do Brasil do mês de maio, que após dois resultados positivos em março e abril, voltaram a cair. 

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Já em relação ao setor imobiliário, as ações da Rossi (RSID3) caem pelo terceiro dia. Somente nesta sessão, registram queda de 7,75%, a R$ 2,62. Na mínima do dia, os papéis atingiram recuo de 9,86%, a R$ 2,56.

Os papéis da PDG Realty (PDGR3, -6,90%, R$ 1,89), Even (EVEN3, -8,08%, R$ 7,28), JHSF (JHSF3, -6,10%, R$ 5,39), Tecnisa (TCSA3, -5,94%, R$ 8,08), Cyrela (CYRE3, -3,19%, R$ 15,48), Gafisa (GFSA3, -5,15%, R$ 2,76) e Direcional (DIRR3, -6,89%, R$ 12,71) completam o time das imobiliárias com perdas acima de 3% nesta tarde. 

BM&FBovespa despenca após reduzir horário de negociações da bolsa
As ações da BM&FBovespa (BVMF3) despencam 6,54%, a R$ 12,01, após atingirem queda de 6,54%, a R$ 12,01. Segundo operador Marcelo Hamel, da Monte Bravo Investimentos, o desempenho deve-se a alteração de horário de negociação da bolsa, que, com isso, passará a negociar menos.

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De acordo com comunicado divulgado na noite da véspera, a Bovespa passará a ter 30 minutos a menos de negociação a partir da semana que vem. O segmento Bovespa continuará tendo início às 10h (horário de Brasília), mas o pregão regular terminará às 17h, e não mais às 17h30.

Já o after-market da Bovespa, mercado que concentra as negociações após o pregão regular, terá início às 17h30 e seguirá até 18h. 

Light vira e passa para negativo
As ações da Light (LIGT3) perderam o campo positivo diante do forte movimento negativo do mercado. Os papéis, que alcançar valorização máxima no dia de 4,28%, a R$ 16,08, recuam 0,58%, a R$ 15,55. 
As ações da Cesp (CESP6), que também aparecem entre as maiores altas do índice, viraram e operam em queda de 2,72%, a R$ 18,97%. Na máxima do dia, os papéis atingiram ganhos de 2,31%, a R$ 19,95. 

Os únicos papéis que registram alta neste momento são os da B2W (BTOW3), com ganhos de 3,48%, sendo cotados a R$ 6,55. 

Agrenco sobe com informações sobre plano de recuperação judicial
Entre as small caps, a ação da Agrenco (AGEN11) registra valorização de 2,33%, a R$ 0,44, após atingir ganhos de 6,98%, sendo cotada a R$ 0,46. 

A Agrenco apresentou uma petição à justiça em complemento ao plano de recuperação judicial, para esclarecer informações sobre o critério de cálculo de remuneração adicional aos credores. A empresa esclarece que há previsão de uma remuneração adicional – chamada Warrant – para os credores classe II e os credores extraconcursais aderentes. A remuneração será calculada caso o plano seja aprovado.