IRB (IRBR3) destaca próximos passos e Goldman Sachs tem recomendação neutra para ação

Banco americano conversou com executivos, que destacaram cenário para proventos e atual posição de capital da companhia

Lara Rizério

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O Goldman Sachs manteve a recomendação neutra para o IRB (IRBR3), com preço-alvo de R$ 48, um potencial de alta de 20% em relação ao fechamento da última segunda-feira (18).

Em 18 de novembro, os analistas do banco se reuniram com o CEO do IRB, Marcos Falcão, e a Head de RI, Natasha Nakagawa, em que se discutiu como a atual posição de capital excedente é um reflexo da alocação prudente de capital e sua disciplina de precificação.

A resseguradora prevê crescimento do lucro líquido acima de 30% em 2025, considerando a normalização em sinistros e comissões, enquanto vê espaço para mais ganhos de eficiência. A longo prazo, a empresa vê potencial para reduzir a lacuna de cobertura de seguros no Brasil, enquanto há desafios para competir com empresas de resseguros internacionais.

No geral, a reunião reforçou que o IRB está se aproximando do fim de sua recuperação operacional e também como as renovações de contratos em janeiro podem influenciar o crescimento dos prêmios de curto prazo.

O banco tem recomendação neutra, uma vez que vê as ações sendo negociadas a 0,8 vez o preço sobre o valor patrimonial para 2024 com um ROE (retorno sobre o patrimônio) esperado de 11% em 2025.

A administração percebe o índice de solvência atual de cerca de 200% como um colchão confortável para administrar a empresa, considerando seus riscos de curta duração. Além disso, potenciais aumentos de capital são improváveis ​​no curto prazo, enquanto avalia constantemente potenciais aquisições de resseguradoras menores, dada a aceleração no consumo de ativos fiscais diferidos. Por fim, a administração esclareceu que, embora espere começar a pagar dividendos só em 2026, suas perdas acumuladas podem virar ao território positivo no início de 2025.

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Ainda em destaque, os eventos climáticos observados no Brasil em 2024 (enchentes no Sul e secas em outras áreas agrícolas) evidenciaram como a cobertura de seguro permanece abaixo do potencial. De fato, para os analistas, a cobertura de seguro para as enchentes no Rio Grande do Sul ficou abaixo de cerca de 10% das perdas totais, significativamente abaixo do nível de cobertura de catástrofes em mercados desenvolvidos como EUA, Espanha ou Japão.

O IRB discutiu como as resseguradoras que não são domiciliadas no Brasil desfrutam de uma taxa de imposto de renda menor em comparação à taxa estatutária de 40% do IRB. Por outro lado, os resultados financeiros do IRB podem se beneficiar de taxas de juros mais altas no Brasil em relação aos seus pares globais. Nesse contexto, a administração estuda alternativas para melhorar sua capacidade de competir por apólices internacionais.

A empresa prevê crescimento dos lucros acima de 30% em 2025, em parte devido à normalização do índice de sinistros de vida, que deve convergir para o nível baixo de 60%.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.