IRB aprova aumento de capital de até R$ 2,3 bi, Braskem é cortada a junk pela S&P, precificação da Ambipar e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quinta-feira (9)

Equipe InfoMoney

IRB Brasil (Foto/Reprodução: Youtube)

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta quinta-feira (9) tem como destaque a aprovação do aumento de capital do IRB, o processo de recuperação judicial da Latam Brasil nos EUA, a Braskem tendo o rating cortado pela S&P, entre outros. Confira os destaques desta quinta:

IRB (IRBR3)

O IRB Brasil anunciou que o Conselho de Administração aprovou um aumento de capital da companhia de, no mínimo, R$ 2,1 bilhões e, no máximo, R$ 2,3 bilhões que será feito por meio da emissão de ações.

Bradesco e Itaú seguros, que já são acionistas da empresa, se comprometeram a acompanhar o aumento de capital de acordo com suas atuais participações, respectivamente, 15,4% e 11,3%. Isso significa que o aporte dos dois bancos será de, no mínimo, R$ 355,056 milhões e R$ 259,727 milhões. Dessa forma, eles garantem que não terão a participação diluída.

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O preço de emissão dos papeis será de R$ 6,93. O prazo de exercício do direito de preferência para subscrição de ações terá início no pregão do dia 14 de julho de 2020, se estendendo até o dia 12 de agosto de 2020. Seguindo as regras da B3, a data de corte para a participação na emissão será dia 13 de julho de 2020 – é importante ressaltar que todos os acionistas que constem da base no pregão deste dia terão as mesmas condições de participação na emissão.

Conforme aponta Marcel Campos, analista da XP Investimentos, o anúncio em si não é uma surpresa, uma vez que a empresa já havia alterado o estatuto de forma a possibilitar o aumento de capital, além de ter divulgado que a SUSEP constatou R$ 2,1 bilhões em em insuficiência de liquidez.

Porém alguns fatos são novos, avalia o analista, tais como: i) sócios Itaú e Bradesco se comprometeram a aportar no mínimo seus direitos de subscrição; ii) o preço por ação da oferta é de R$ 6,93, 26% abaixo do fechamento de ontem e possivelmente para incentivar a subscrição dos atuais acionistas; além de iii) diluição entre 24% a 26% para acionistas que não subscreverem a oferta.

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Conforme declarado pela resseguradora, os recursos contribuirão para o reenquadramento do IRB nas exigências regulatórias de liquidez da SUSEP. Sendo assim, a oferta possivelmente coloca um fim na inspeção pela SUSEP na resseguradora, aponta a XP.

“Continuamos com a cobertura sob revisão devido a incertezas remanescentes relacionadas aos impactos com reguladores, clientes, retrocessionários e crescimento de prêmios”, destaca a XP.

Braskem (BRKM5)

A Braskem tem rating reduzido a junk pela Standard & Poor’s. O rating da companhia petroquímica foi
rebaixado de BBB- para BB+, perspectiva estável.

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A demanda por produtos químicos globais sofreu impacto substancial este ano e a recuperação para os níveis de 2019 permanece incerta, em meio à visão de uma provável recuperação econômica desigual em todo o mundo, diz a S&P em relatório.

O risco de novo rebaixamento permanece alto diante das incertezas trazidas pela pandemia, segundo a S&P. A agência diz que perspectiva estável reflete expectativa de aumento gradual dos fluxos de caixa nos próximos 12 meses e da dívida líquida em relação ao Ebitda em torno de 4 vezes até o final de 2020.

Ainda no radar da companhia, a petroquímica informou que estima desembolsar R$ 1,6 bilhão para lidar com as consequências das áreas afetadas pela extração de sal-gema em Maceió (AL).

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A petroquímica prevê R$ 850 milhões em medidas de apoio aos moradores dos bairros de Bebedouro, Mutange e Bom Parto, além de outros R$ 750 milhões para o encerramento das atividades em Maceió.

O Ministério Público e a Defensoria Pública determinaram anteriormente a desocupação de 1.918 imóveis nesses bairros. Segundo a Braskem, a companhia negocia com as autoridades as medidas que serão implementadas, embora afirme que “não está automaticamente obrigada a apoiar a desocupação destas novas áreas”.

Latam Brasil e aéreas

A Latam Brasil entrou com o pedido de recuperação judicial (chapter 11), nesta quinta-feira, nos Estados Unidos. O grupo Latam e suas afiliadas no Chile, no Peru, na Colômbia, no Equador e nos Estados Unidos já haviam pedido a proteção contra credores em Nova York em 26 de maio, mas a unidade brasileira havia ficado de fora.

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A unidade brasileira havia ficado de fora à espera de uma negociação de empréstimo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que não saiu até o momento.

Uma das razões para entrar no pedido de recuperação judicial do grupo é as regras americanas permitem um melhor acesso a novos financiamentos. Um mecanismo conhecido como DIP (Debtor in Possession) em que um novo credor tem privilégio de recebimento dos valores, passando na frente dos credores antigos.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus as companhias aéreas esperam por um suporte financeiro coordenado pelo BNDES e que poderiam chegar a R$ 6 bilhões, beneficiando, além de Latam, Gol e Azul. O setor aéreo é um dos que mais sofreu com as restrições de mobilidade tomadas para conter o avanço do vírus. Instituições privadas também devem participar dessa operação.

Além da entrada da Latam Brasil no processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, o grupo informou que formalizou US$ 2,2 bilhões em um DIP, modalidade de financiamento em que os credores têm prioridade no pagamento (à frente de débitos mais antigos).

O Bradesco BBI avalia que a empresa está conseguindo avançar no processo de reestruturação. “No entanto, mantemos nossa classificação de “underperform” para essas ações, dada a falta de detalhes sobre a potencial diluição do patrimônio desse financiamento DIP”, avaliaram os analistas.

Ainda no radar de aéreas, a Câmara concluiu a votação da Medida Provisória (925) e o texto segue agora para o Senado. A proposta determina que as companhias aéreas terão prazo de até 12 meses para devolver aos consumidores o valor das passagens compradas entre 19 de março e 31 de dezembro de 2020 e canceladas em razão do agravamento da pandemia. A proposta traz também outras ações emergenciais ao setor de aviação civil para mitigar os efeitos da crise gerada pela pandemia.

Gol (GOLL4)

A Gol informou que manteve a sua liquidez em uma posição que permite um caixa disponível para mais de 12 meses. A liquidez total em Junho era de R$ 3,3 bilhões, um recuo de 9% na comparação com o mês de maio.

Já a relação entre dívida líquida e Ebitda chegou a 4,1 vezes, um aumento de 0,2 ponto percentual na comparação com maio.

No mês, a companhia conseguiu aumentar a oferta para 120 voos ao dia.

A companhia informou ainda que as vendas brutas no segundo trimestre chegaram a R$ 658 milhões e a taxa de ocupação ficou em 77%.

A companhia informou ainda que o consumo diário de caixa foi de R$ 2 milhões ao dia em junho. Para o segundo semestre, a empresa prevê um consumo líquido de caixa de R$ 4 milhões, considerando as receitas (sem reembolsos de TAE), negociações com colaboradores e fornecedores e o pagamento integral de despesas financeiras.

Os dados divulgados nesta quinta-feira não estão auditados.

Ambipar (AMBP3

Nesta quinta-feira, haverá a fixação dos preços da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Ambipar após o fechamento do mercado. O intervalo de preço é de R$ 18,75 a R$ 24,75. A estreia das ações na B3 está prevista para segunda-feira (13).

Biotoscana (GBIO33)

A CVM aprovou a oferta pública de tag along da Biotoscana. A oferta pública vai cumprir a obrigação
estatutária de realizar proposta de aquisição dos BDRs em circulação após a transferência do controle da companhia (OPA de tag along) e a descontinuidade voluntária do programa de BDRs, segundo comunicado. A OPA será lançada até 20 de julho.

Os titulares de BDRs serão convidados a vender os seus BDRs em um leilão que será realizado entre 30 e 45 dias após o lançamento da OPA. A data específica do leilão será informada no edital da OPA, a
ser divulgado até 20 de julho. A liquidação da OPA será realizada em até 2 dias úteis a contar do leilão.

Ecorodovias (ECOR3)

O Conselho de Administração da Ecorodovias aprovou uma emissão de R$ 1 bilhão em debêntures, que terão prazo de três anos e remuneradas à taxa de CDI mais 3,5% ao ano.

Essa operação é a 10ª emissão de debêntures simples da companhia, não conversíveis em ações.

Segundo a empresas, os recursos serão utilizados para o pagamento de dívidas, investimentos e reforço de caixa.

A Ecorodovias também comunicou que no período de 16 de março a 7 de julho, o tráfego de veículos leves e pesados por suas concessionárias caiu 18,9% na comparação com igual período de 2019. No acumulado do ano, o recuo é de 7,2%.

Na avaliação do Bradesco BBI, há uma melhora no tráfego semanal da Ecorodovias, em especial na Ecovias. “Com a reabertura econômica aumentando o tráfego de veículos leves, os números devem permanecer em tendência de alta nas próximas semanas. Mantemos nossa classificação de “outperform” para a Ecorodovias”, segundo relatório enviado a clientes.

CCR (CCRO3), Ecorodovias e Rumo (RAIL3)

O Morgan Stanley reduziu de “overweight” para “equal-weight” a recomendação para as ações da CCR e Ecorodovias. Já a Rumo segue sendo a empresa preferida do setor para a instituição financeira, com recomendação sendo mantida em “overweight”.

O rebaixamento das duas concessionárias leva em conta que a maior parte potencial com o reequilíbrio dos contratos já estão no preço dessas ações.

Ainda assim, o preço-alvo de ambas as empresas foi elevado. O da CCR passou de R$ 14,70 para R$ 16,30 e o da Ecorodovias, de R$ 13,40 para R$ 15,30.

“Nós não acreditamos que a Ecorodovias terá espaço em seu balanço para assumir novos projetos importantes a médio prazo (a menos que aumente o patrimônio)”, avaliaram, em relatório, os analistas do Morgan Stanley.

No caso da Rumo, a avaliação é que é uma empresa com uma taxa de retorno mais atrativa na comparação com os pares. O preço-alvo foi elevado de R$ 25,50 para R$ 28,20.

BRF (BRFS3)

De acordo com informações do Valor Econômico, o Tribunal Geral da União Europeia (UE) negou o recurso da BRF contra a decisão que proibiu a empresa de exportar carne de frango aos países do bloco. Em maio de 2018, a UE deslistou as 12 plantas de aves da BRF que estavam autorizados a vender para o bloco. A decisão ocorreu após a Operação Trapaça, que foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) em março do mesmo ano.

A proibição de exportar carne de frango para a União Europeia prejudicou a BRF na ocasião, lembra a XP Investimentos. O mercado europeu era o maior consumidor de peito de frango e o grupo brasileiro o principal exportador.

Em comunicado, a BRF disse que ” lamenta a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, que confirma os poderes discricionários da Comissão Europeia de desabilitar plantas, localizadas em outros países, exportadoras de proteína animal”.

“Vale lembrar que a BRF possui fontes de receita diversificadas, com quase metade do seu faturamento vindo de mercados estrangeiros, que incluem o Oriente Médio (Halal) e outros mercados internacionais, com destaque para a China. Mantemos nossa recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 30”, afirma a XP.

Setor bancário

O Senado Federal aprovou projeto de lei, na quarta-feira à noite, que protege bancos e corretoras com investimentos fora do país contra os efeitos de uma variação cambial. O texto segue agora para sanção presidencial.

O projeto altera a tributação sobre o “hedge” (proteção) que instituições financeiras fazem sobre investimentos para compensar prejuízos que possam ter com variações no câmbio. O argumento do Banco Central é que a pandemia da Covid-19 impôs maior volatilidade a esses investimentos.

Na regra atual, a variação cambial sobre a parte protegida do investimento não é tributada, mas a variação sobre o hedge, sim. Isso diminui o valor líquido do seguro, exigindo que os bancos busquem uma proteção mais custosa para compensar. Com o texto aprovado pelo senado, a tributação sobre a variação cambial do investimento protegido será igual à tributação sobre a variação do hedge.

Na mesma votação, o Senado também permitiu que bancos façam emissão de letra financeira com prazo de vencimento inferior a um ano.

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