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SÃO PAULO – Após uma semana atribulada em meio a preocupações com inflação global e crise energética, as atenções nesta semana ficaram voltadas para índices de gerentes de compra (PMIs) pelo mundo, além do relatório de emprego nos EUA e dados de preços por aqui.
Na agenda doméstica, o grande destaque ficará para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, na sexta-feira (8), que deve superar os 10% em doze meses, segundo projeções do Bradesco e do Itaú.
“Depois de o BC mostrar preocupação renovada com pressões inflacionárias no curto prazo, a divulgação do comportamento dos preços ao consumidor, pelo IBGE, trará informações importantes para avaliar a persistência dos choques recentes”, aponta o Bradesco.
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A leitura provavelmente será pressionada pelos preços administrados, notadamente as tarifas de energia elétrica (impactadas pela bandeira tarifária mais cara) e os preços da gasolina. O Itaú projeta aumentos notáveis em itens industriais, e serviços (como aluguel, passagens aéreas e comida fora de casa). Também importante, as medidas de núcleo de inflação provavelmente seguirão pressionadas nesta leitura, avaliam os economistas do banco.
Além disso, o IGP-DI de setembro será divulgado na quarta-feira, para o qual o Itaú projeta queda de 0,50% ao mês, levando a taxa anual para 23,49% (de 28,21% em agosto). “O principal fator ainda deve ser uma deflação significativa nos preços do minério de ferro, mas os preços agrícolas no atacado também devem registrar outra desaceleração na margem, puxada principalmente pelo café e pelo milho. Os preços ao consumidor, por outro lado, seguirão pressionados, principalmente, pelo aumento das tarifas de energia elétrica”, ressaltam.
Sobre a atividade econômica, os destaques da próxima semana serão os números de agosto para a produção industrial, na terça-feira (5) e vendas no varejo na quarta-feira (6).
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“Em relação à produção industrial, projetamos estabilidade na margem. Com relação às vendas no varejo, esperamos que o indicador ampliado recue 0,2% com ajuste sazonal, enquanto o núcleo do índice deve avançar 1,2% no comparativo mensal. A queda nas vendas do varejo ampliado decorre da queda tanto das vendas de veículos quanto de materiais de construção no mês” apontam os economistas do Itaú. Já o Bradesco aponta que a produção industrial de agosto será relevante para medir a continuidade das restrições de oferta no setor.
Além disso, os dados de produção de automóveis da Anfavea de setembro serão divulgados na quarta-feira.
“No plano político, as discussões sobre os precatórios podem continuar no Congresso, já que o relator da emenda constitucional que trata do assunto poderá apresentar seu relatório durante a semana. Vale ressaltar que notícias recentes destacaram a chance de que a prorrogação do benefício de auxílio emergencial seja incluída no projeto de lei, ponto importante a ser monitorado”, aponta o Itaú.
Ainda no radar, a Agência Nacional de Petróleo vai ofertar 92 blocos com risco exploratório, localizados em 11 setores de 4 bacias sedimentares brasileiras: Campos, Pelotas, Potiguar e Santos. A expectativa da agência é que a assinatura dos contratos de concessão aconteça em 31 de março de 2022.
EUA: relatório de emprego em destaque
Já nos EUA, as atenções estarão voltadas para a divulgação dos dados de emprego de setembro nos Estados Unidos, no mesmo dia do IPCA, sexta feira.
“As condições do mercado de trabalho norte americano são uma das principais variáveis condicionando o momento do início da retirada de estímulos monetários pelo Federal Reserve. A sinalização recente do Fomc de que isso poderá ocorrer em sua próxima reunião, no início de novembro, torna essa divulgação ainda mais relevante”, aponta o Bradesco.
Antes disso, na quarta-feira (6), serão divulgados os dados de criação de emprego no setor privado no país pelo ADP. Na terça, será divulgado o ISM do setor de serviços de setembro.
Na Europa, atenção ainda para o índice PMI composto divulgado pela Markit para a zona do euro e Reino Unido, ambos na manhã de terça-feira.
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