Investidor da Bovespa, Parreira compara vexame do 7×1 à crise de 2008: “caiu e bum”

"Explicar? É difícil. Eu gosto de estudar mercado de ações. Comparo com a crise de 2008. Me lembro da queda das bolsas em 2008. É de um dia para outro. Não dá tempo de fazer nada", afirmou o ex-técnico da seleção

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Parece que foi ontem. Já se passou um ano do trágico massacre futebolístico aplicado pelos alemães aos anfitriões brasileiros, que, em pleno estádio do Mineirão, protagonizaram um dos episódios mais inesperados da história da seleção canarinha. O aniversário dos 7×1 pelas semifinais da Copa do Mundo no Brasil traz de volta à superfície um acontecimento difícil de se esquecer, que não parece diluir com o passar dos dias, meses, e agora, ao cabo de um ano. Em um intervalo de oito minutos, quatro gols alemães aniquilaram o sonho do hexa brasileiro.

Para relembrar o que segue fresco nas memórias dos amantes do futebol, o jornal Folha de S. Paulo publicou um especial que contou com entrevista de Carlos Alberto Parreira, treinador que comandou quatro seleções diferentes em Copas do Mundo, sendo campeão pelo Brasil em 1994. Durante a conversa, um dos técnicos mais renomados do país comparou o colapso do 7×1 à crise financeira de 2008, a mais grave desde o crash da bolsa de Nova York, em 1929.

“Explicar? É difícil. Eu gosto de estudar mercado de ações. Comparo com a crise de 2008. Me lembro da queda das bolsas em 2008. É de um dia para outro. Não dá tempo de fazer nada. Caiu e bum. Foi assim”, afirmou Parreira. Carlos “Buffet” Parreira já havia mostrado sua familiaridade com o mercado de investimentos. Brincadeiras à parte, o treinador campeão contou ao InfoMoney um pouco de suas estratégias fora das quatro linhas para manter o patrimônio conquistado graças ao sucesso na grama.

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Na conversa, Parreira mostrou bastante familiaridade ao falar de investimentos em ações e imóveis, e ressaltou a importância de os atletas buscarem a educação financeira enquanto ainda estão em atividade. “Para mim, sucesso é não ter que retroceder sua qualidade de vida quando parar de exercer a atividade esportiva”, disse.

Autodidata, o treinador contou que aprendeu sobre investimentos “no tapa”. Há 20 anos, deu o chute inicial investindo em imóveis e, ao adquirir mais confiança, foi para o mercado de ações. “Tenho cerca de 70% em imóveis e 30% em ações, divididos entre investimentos diretos em ações e via fundos de investimento. Por isso considero meu perfil de investidor como um misto entre agressivo – por causa das ações – e conservador – pelos imóveis”, explicou na época.

O ex-treinador mostrou desenvoltura e bom humor ao falar dos seus conhecimentos no mercado imobiliário. “Existem três preocupações quando se vai investir em imóveis: localização, localização e localização. Localização é tudo quando se investe nesse segmento, pois, dependendo do local, a venda é imediata. Outra dica valiosa é comprar o imóvel na planta, no dia do lançamento, sempre que possível”.

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Sobre ações, Parreira explica que, como leu muito sobre o assunto, gosta de seguir a filosofia do megainvestidor americano Warren Buffett. Ele diz que investe em empresas sólidas e sempre com foco no médio e longo prazo, sem se preocupar com as oscilações de curto prazo das ações. Nesses quesitos, Parreira destacou empresas como Bradesco (BBDC3; BBDC4), Ambev (ABEV3), Pão de Açúcar (PCAR4), Hering (HGTX3), Itaú (ITUB4) e Gerdau (GGBR4). Ele tem razão? Qual é o seu pitaco sobre a escalação do campeão de 1994?

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.