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Alguns questionamentos rondam o mercado sobre o Inter&Co (INBR32), que anunciou na última terça-feira (16) uma oferta subsequente de até 32 milhões de ações Classe A, que resultaria na captação US$ 160 milhões com base na cotação de fechamento de ontem de US$ 5 por ação. Considerando uma oferta adicional de 4,8 milhões de ações, o aumento de capital seria de até US$ 184 milhões ou aproximadamente R$ 910 milhões e diluição de 7% a 8%.
De acordo com o fato relevante, os recursos deverão ser utilizados para ‘fins societários gerais’, e os atuais acionistas não terão direito de preferência ou prioridade na subscrição das ações objeto da oferta. Bastante capitalizado, os motivos e o “timing” para lançar a oferta no mercado intrigaram os analistas.
A Genial Investimentos vai na linha de que o Inter não tinha a necessidade de emitir novas ações, já que está com folga de capital com uma sólida Basiléia de 23.7%. Com a oferta de 32 milhões de ações, a Basileia do banco sobe para 26,9%. O guidance do banco para o 4T23 com um lucro estimado de R$ 150 a 155 milhões e um ROE de 8%-8,3%, está 22% acima do estimado pela Genial.
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O Citi, por sua vez, comenta que o principal objetivo dessa oferta é aumentar a liquidez das ações listadas nos EUA, que tem sido muito baixa desde a listagem da companhia na Nasdaq, com a maior parte da liquidez concentrada no Brasil.
Além disso, o Inter divulgou alguns resultados preliminares para o 4T23, com destaque para o lucro antes de impostos (EBT) de R$ 195 milhões a R$ 205 milhões e um lucro líquido de R$150 milhões a R$155 milhões, o que está 15% acima das estimativas do Citi. Apesar do aumento na liquidez e de um 4T23 mais forte, o banco americano vê um maior desembolso do capital excedente do Inter como um dos principais impulsionadores da expansão do ROE (retorno sobre patrimônio líquido), e mais capital neste momento não favorece o caso.
O Goldman Sachs, assim como o Citi, acredita que a principal justificativa para o aumento de capital é impulsionar a liquidez das ações, que têm um volume médio diário de negociação de apenas US$ 1,7 milhão. Sobre os resultados preliminares do 4T23, o banco vê que estão em grande parte acima das expectativas do banco.
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O Bradesco BBI, por sua vez, pontua que o anúncio pesa no desempenho das ações, considerando que elas representam uma parcela considerável (20%) do free float em circulação. No pré-market, as ações INTR já apresentavam queda forte, de cerca de 5%, durante a manhã; no mercado à vista, a baixa se intensificou, com os ativos fechando em queda de 9,20%, a US$ 4,54, em um dia também negativo para o mercado em geral. Na B3, o BDR INBR32 fechou em queda de 6,45%, a R$ 22,92.
Também vendo a oferta como surpreendente por conta de não haver necessidade de capital, o JPMorgan mantém classificação neutra para os papéis do Inter. Embora reconheça que os resultados do Inter melhoraram ultimamente, o banco acredita que o mercado já está precificando antecipadamente melhorias no ROE.
Já o Goldman Sachs manteve recomendação de compra e preço-alvo de US$ 5,70, pois vê o Inter bem posicionado para continuar crescendo e melhorando a rentabilidade, com uma avaliação atrativa. O Citi também tem recomendação de compra e preço-alvo de US$ 6,30 para o Inter.