Intelbras: INTB3 ameniza, mas cai 3% após balanço do 3T: o que desagradou o mercado?

Rentabilidade foi afetada negativamente pelos custos logísticos e taxas de câmbio mais elevadas

Felipe Moreira

Planta da Intelbras em São José (SC) com painéis solares (Divulgação)
Planta da Intelbras em São José (SC) com painéis solares (Divulgação)

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A Intelbras (INTB3) apresentou seus resultados do terceiro trimestre na última segunda-feira (28), que foram considerados mistos pelos analistas de XP e Genial Investimentos, superando o consenso na receita, mas ficando abaixo nas margens.

A ação da companhia chegou a cair mais de 6% durante a sessão desta terça-feira (29), amenizou a baixa, mas ainda fechou com queda de 3,32%, a R$ 19,80.

Segundo a Genial, os segmentos performaram em linha com as expectativas do mercado, com forte crescimento, exceto o segmento de energia, que superou as previsões. “As margens foram impactadas pela alta do dólar, e esse impacto foi exacerbado pela política de estoques da empresa devido aos problemas logísticos enfrentados”, explica a casa de análise.

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A Genial também comenta que Intelbras apresentou um fluxo de caixa operacional de R$ 1,5 milhão, apresentando uma forte queda de R$ 120 milhão na comparação anual, devido a uma política de aumentar os seus níveis de estoque para reduzir o risco de desabastecimento devido aos problemas de logística internacional e a seca do rio Amazonas.

Apesar dos desafios do trimestre, a Genial mantém uma visão otimista em relação à empresa e acredita que a tese continua intacta, uma vez que as adversidades enfrentadas não são estruturais e devem ser superadas.

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Em termos de avaliação, segundo a Genial, a Intelbras continua negociando abaixo de 10 vezes Preço/Lucro para 2025, o que está abaixo do seu histórico de 13,5 vezes. Portanto, manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 28,00.

A XP Investimentos também destaca o sólido crescimento da receita da Intelbras, enquanto as margens permanecem pressionadas por fatores cíclicos.

Do lado positivo, a empresa registrou um aumento de 33,2% na base anual na receita líquida, com sólido desempenho em todos os segmentos. No entanto, em relação à rentabilidade, a Intelbras apresentou uma contração de -310 bps na margem bruta e uma contração de -160 bps na margem Ebitda na comparação ano a ano, devido às margens mais baixas em todos os segmentos, impactadas negativamente pelos custos logísticos e taxas de câmbio mais elevadas.

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Além disso, o lucro líquido do 3T24 foi de R$ 129 milhões, alta de 17% na base anual, mas 11% abaixo da estimativa da XP.

Para a XP, a tendência de recuperação da rentabilidade deve ser adiada para os próximos trimestres, com o início da produção local de SKUs de comunicação (TIC) e a normalização dos níveis de estoque. A empresa alocou capital acima de seus níveis históricos de estoque, buscando introduzir novas linhas de produtos em comunicações, além de operar em um nível de segurança mais alto para evitar escassez de suprimentos devido a problemas logísticos.

Além disso, a empresa destacou os ajustes de preços em julho e agosto, que impactaram parcialmente o 3º trimestre, mas devem contribuir positivamente no 4º trimestre.

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Por fim, a XP também reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 29,0 por ação.