Azul sobe 3% e é destaque de alta entre ADRs brasileiros nos EUA em dia de folga na B3

Índice de ADRs das principais companhias brasileiras fechou em alta, seguindo bom humor nos mercados americanos após dado de inflação

Mariana Segala

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Em dia de folga na B3, devido ao feriado de Proclamação da Republica, os recibos de ações brasileiras listados nos mercados americanos – ADRs, ou American Depositary Receipts – fecharam em alta nesta quarta (15).

O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR (BR20) encerrou o dia com alta de 0,11%, aos 19.799 pontos, seguindo o desempenho geral das bolsas nos Estados Unidos. O ETF (fundo de índice) EWZ fechou em alta de 0,66%, cotado a US$ 33,60.

O BR20 reúne os ADRs (American Depositary Receipts) das principais companhias do Brasil, e o EWZ é principal ETF (Exchange Trade Fund) brasileiro negociado no mercado americano. Ele replica o índice MSCI Brazil.

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Os mais relevantes índices de ações dos EUA estenderam os ganhos da véspera nesta quarta-feira (15), diante de dados econômicos que indicam um resfriamento da atividade e sugerem a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, banco central do país) ter, de fato, encerrado o ciclo de elevação dos juros.

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Enquanto a inflação ao consumidor (CPI) mais baixa do que o esperado dos EUA turbinou os ganhos do S&P 500, do Nasdaq e do Dow Jones na terça-feira (14), nesta quarta o PPI (índice de preços ao produtor) ganhou os holofotes. O avanço do indicador em outubro foi de 1,3%, em base anual, contra uma expectativa de que alcançasse 1,9%. A queda mensal de 0,5% em relação a setembro foi a maior registrada desde 2020.

Enquanto o S&P 500 fechou em alta de 0,16%, aos 4.502 pontos, o Nasdaq avançou 0,07%, aos 14.103 pontos, e o Dow Jones, 0,47%, aos 34.991 pontos.

Maiores altas e baixas

Dentre os ADRs brasileiros, os desempenhos não foram uniformes, apesar da alta geral dos índices.

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Entre os destaques de alta está o papel da Azul (AZUL4), que avançou 3,29%. A empresa reportou na terça resultados preliminares e não auditados do terceiro trimestre de 2023 indicando um lucro operacional de R$ 957,4 milhões, o que representa crescimento de 137% na comparação com o mesmo período de 2022.

Do lado operacional, o tráfego de passageiros (RPK) aumentou 12% sobre um avanço na capacidade de 11,5%, resultando em uma taxa de ocupação de 82,2%, também acima dos números do ano passado.

Apesar dos números positivos, a empresa estima Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 5,2 bilhões de 2023, abaixo da estimativa anterior (de R$ 5,5 bi), “devido à recente volatilidade no preço do combustível e à redução na capacidade, juntamente com menores volumes de carga internacional”.

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Já o ADR da BRF (BRFS3) liderou as baixas, caindo 1,16%. A empresa viu seu prejuízo líquido quase dobrar no terceiro trimestre de 2023. O resultado negativo cresceu 91% em comparação ao mesmo período do ano passado, para R$ 262 milhões.

Confira as maiores altas e baixas desta quarta-feira (15):

Ticker Empresa Cotação (US$) Variação (%)
AZUL Azul SA 10,66 3,29
CBD GPA 0,74 1,58
EBR Eletrobras 8,14 0,62
UGP Grupo Ultra 4,96 -0,4
ABEV Ambev 2,8 0
GOL Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. 3,77 1,62
SID Companhia Siderúrgica Nacional 2,78 -0,18
TIMB TIM Brasil 17,75 0,57
ITUB Itaú Unibanco 6,15 0,65
BSBR Banco Santander (Brasil) SA 6,32 0,48
BBD Bradesco 3,12 0,81
EBR.B Eletrobras 8,91 0,11
SBS Sabesp 13,03 0,08
PBR.A Petrobras 14,77 -0,47
PBR Petrobras 15,78 -0,32
ERJ Embraer 16,11 0,31
GGB Gerdau 4,95 -0,4
VIV Telefônica Brasil 10,38 -0,38
CIG Companhia Energética de Minas Gerais 2,66 -0,19
VALE Vale S.A. 15,07 -0,59
BRFS BRF 2,55 -1,16

Otimismo global

A sessão de hoje foi de ganhos também em outros mercados globais. Na Europa, a confiança de que o aperto monetário nos EUA e também no Reino Unido já chegou ao fim impulsionou as bolsas.

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A agência de estatísticas britânica informou que o CPI local desacelerou para uma taxa anual de 4,6% em outubro, menor nível em dois anos. O resultado aproxima o país do quadro dos EUA, onde o índice de inflação divulgado ontem que os preços acumulam alta anual de 3,2% até outubro.

Em Londres, o FTSE 100 fechou com ganhos de 0,62%, aos 7.486,91 pontos. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,86%, aos 15.748,17 pontos. Em Paris, o CAC 40 ganhou 0,33%, aos 7.209,61 pontos. Em Madri, o Ibex 35 subiu 0,18%, aos 9.640,70 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,42%, aos 29.466,93 pontos. Na contramão, o PSI 20, de Lisboa, caiu 0,65%, aos 6.298,79 pontos.

Na Ásia, a Bolsa de Xangai fechou com alta de 0,55%, enquanto o índice da bolsa Shenzhen, menos abrangente, avançou 0,68% e o Hang Seng, de Hong Kong, ganhou 3,92%.

Por lá, o impulso veio de dados de atividade mais fortes. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China, a produção industrial no país subiu 4,6% na comparação anual de outubro, enquanto as vendas no varejo avançaram 7,6%. Ambas as leituras vieram melhores que o consenso de analistas.

Além disso, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve o juro da linha de empréstimo de médio prazo (MLF) de um ano em 2,5%. Com a operação, a autoridade monetária injetou 1,45 trilhão de yuans no sistema – o que “ajudará a aliviar as preocupações de liquidez num contexto de emissão adicional de títulos governamentais para apoiar o estímulo fiscal”, diz o Commerzbank.

(Com informações de Bloomberg, CNBC e Reuters)

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney