Índice de ações brasileiras sobe quase 1% em NY com ajuda dos bancos e ignora mau humor em Wall Street

Índice de ADRs conseguiu sustentar ganhos com cenário de euforia sobre o Brasil mesmo com mau humor nos EUA

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em dia de B3 fechada por conta do feriado nacional, os ADRs (American Depositary Receipts) das empresas brasileiras negociadas em Nova York ignoraram o mau humor que se abateu novamente em Wall Street e subiram nesta sexta-feira (2).

O índice Dow Jones Brazil Titans, que reúne os principais ADRs de empresas brasileiras negociados nos Estados Unidos, fechou com alta de 0,88%, atingindo os 23.605 pontos, após chegar a subir mais de 1,5% no início do pregão. 

Entre os destaques, os ativos PBR.A da Petrobras subiram 0,14% cotados a US$ 14,79, após chegarem a subir quase 2% e virar para queda durante a tarde. Enquanto isso, o Itaú Unibanco teve valorização de 1,04%, para US$ 13,66. Já a mineradora Vale, após subir 1%, virou para queda de 0,45%, a US$ 15,45.

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A Embraer, após passar a manhã entre as maiores altas, fechou em queda junto com o mau humor do mercado externo. Mais cedo, segundo a Reuters, o presidente eleito Jair Bolsonaro prometeu que vai apoiar o acordo da companhia com a norte-americana Boeing.

Em Wall Street, os índices abriram em alta, mas não conseguiram se sustentar por conta da forte queda de mais de 6% das ações da Apple, que contaminaram o setor de tecnologia e puxou os índices. O Dow Jones fechou com queda de 0,44%, enquanto o S&P 500 e Nasdaq caíram 0,63% e 1,04%, respectivamente.

Durante a tarde, os índices ampliaram as perdas depois que o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, reforçou relatos anteriores de que o presidente Trump não ordenou que o gabinete elaborasse um acordo comercial com a China.

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“Não há um movimento massivo para lidar com a China”, disse Kudlow ao “Halftime Report”, da CNBC. “Já divulgamos pedidos à China em relação ao comércio […] “Não estamos próximos de um acordo”, completou.

Confira o desempenho dos principais ADRs brasileiros na NYSE:

Empresa ADR Variação Preço
Dow Jones Brazil Titans BR20 +0,88% 23.607 pontos
Petrobras PBR -0,03% US$ 16,13
Petrobras PBR.A +0,14% US$ 14,79
Vale VALE -0,45% US$ 15,45
Itaú Unibanco ITUB +1,04% US$ 13,66
Bradesco BBD +1,02% US$ 9,86
Embraer ERJ -0,43% US$ 23,04
Cemig CIG +2,71% US$ 3,03
Ambev ABEV +1,59% US$ 4,46
CSN SID +3,11% US$ 2,65
Santander BSBR +1,94% US$ 11,57
BRF BRFS +0,50% US$ 6,07
Ultrapar UGP -0,92% US$ 11,88
Sabesp SBS +2,31% US$ 7,74
Pão de Açúcar CBD +0,36% US$ 22,58
Fibria FBR +0,88% US$ 19,43
Eletrobras EBR.B +2,51% US$ 7,34
Telefônica Brasil VIV 0,00% US$ 12,14
TIM TSU +0,67% US$ 16,52
Gerdau GGB +4,94% US$ 4,67

Dados econômicos
A economia dos EUA gerou 250 mil postos de trabalho em outubro, segundo relatório de emprego. O resultado veio bem acima da estimativa do mercado de criação de 190 mil vagas de trabalho no mês passado. A taxa de desemprego se manteve em 3,7%, a menor desde dezembro de 1969.

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O grande destaque do relatório ficou com o aumento dos salários, que tem sido considerada a peça faltante na recuperação econômica dos Estados Unidos. Os ganhos médios por hora aumentaram em US$ 0,05 por hora no mês e em US$ 0,83 de um ano a outro, representando um ganho de 3,1%.

Esse número está sendo observado de perto pelo Federal Reserve, que aumentou sua taxa básica de juros três vezes este ano e está a caminho de mais um aumento em dezembro. O maior crescimento salarial alimenta o desejo do banco central de elevar as taxas para manter a inflação sob controle.

Os EUA também divulgaram um déficit na balança comercial de US$ 54,02 bilhões em setembro, 1,3% maior que o do mês anterior, considerando ajustes sazonais. O saldo negativo de agosto foi ligeiramente revisado para cima, a US$ 53,24 bilhões para US$ 53,31 bilhões.

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O resultado de setembro veio acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam déficit de US$ 53,8 bilhões. Apenas com a China, os EUA registraram déficit comercial recorde de US$ 40,2 bilhões em setembro, uma vez que as importações de produtos chineses alcançaram US$ 50 bilhões naquele mês, valor igualmente inédito.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.