Impeachment, FOMC e rebaixamento; veja o que esperar dos eventos da semana que vem

Discussão do impeachment de Dilma, decisão de juros histórica e possibilidade de perda do grau de investimento do Brasil devem agitar o mercado nos próximos dias

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou praticamente estável nesta semana, que foi marcada por diversos fatos novos no noticiário político, o principal deles sendo a vitória da chapa da oposição na Comissão de Impeachment da Câmara dos Deputados e a carta do vice-presidente Michel Temer. Os próximos dias prometem continuar a ser agitados neste front, com as sessões da Câmara monopolizadas pela discussão do impedimento da presidente Dilma Rousseff. Além disso, teremos a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que deve marcar a primeira elevação de juros nos Estados Unidos desde 2006.

Sobre o Fomc, é provavelmente o evento mais esperado de 2015 na macroeconomia. Desde que o Quantitative Easing – programa de estímulos por meio de compra de ativos pelo banco central da maior economia do mundo – acabou, o Federal Reserve comunica que irá subir juros para sair do atual patamar de 0% a 0,25%, as menores taxas da história do país. Apesar do consenso de mercado ser de que o Federal Reserve evitará provocar uma queda brusca do apetite por risco, sinalizando um caminho mais gradual de aperto monetário, é preciso ficar atento porque uma comunicação mais pesada provocará um sell-off sem precedentes no mercado de opções. Um relatório do JP Morgan mostra que com US$ 1 trilhão nestes derivativos vencendo na sexta, o maior volume da história, um impacto relevante nas bolsas norte-americanas poderá ocorrer. 

No entanto, com toda a importância do Fed, a economista chefe da Coface para a América Latina, Patrícia Krause, acredita que o evento trará alguma volatilidade no câmbio quando sair a decisão de juros, mas não será o fato mais importante da semana. “Toda a questão política acaba fazendo mais preço do que o Fed”, explica. 

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Para ela, o cenário ainda está totalmente aberto com relação tanto ao impeachment de Dilma quanto à cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo ela, as discussões na câmara dominarão as atenções e podem ser acompanhadas de uma péssima notícia: a perda do grau de investimento do Brasil. “A Moody’s cortou a perspectiva do Brasil agora, mas a Fitch já fez isso há tempos, então com ela nós corremos o risco de sofrer um rebaixamento a qualquer momento”, explica. Vale lembrar que no relatório em que a Moody’s revisou a perspectiva do Brasil, a agência citou apreensões com o quadro fiscal diante da política econômica. 

Por fim, a semana ainda trará importantes indicadores brasileiros como vendas do varejo, IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) e a PME (Pesquisa Mensal do Emprego). 

A seguir, os destaques da agenda econômica semanal:

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Vendas do varejo (Brasil)
A Pesquisa Mensal do Comércio, com os dados das vendas do varejo de outubro deve mostrar uma retração de 2,2%, de acordo com a estimativa mediana do mercado. Na comparação, o recuo deve ser ainda maior, de 10,5%. As endas do varejo saem na quarta-feira (16) às 9h (horário de Brasília). 

PME (Brasil)
Já na quinta-feira (17) às 9h, sai a PME de novembro apurada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A estimativa da LCA Consultores, é de que o desemprego se mantenha em 7,9%.  

IBC-Br (Brasil) 
O IBC-Br fecha a semana dos indicadores brasileiros, devendo mostrar um recuo da economia de 0,50% em outubro, depois de fazer a mesma retração em setembro. Na comparação anual, a queda do indicador deve ser de 6%. O IBC-Br será divulgado na sexta-feira (18) às 8h30. 

Vencimento de opções (Brasil)
Nesta quarta-feira também haverá o vencimento dos contratos futuros do índice Ibovespa. A partir da quinta passam a valer os contratos com vencimento em fevereiro. 

FOMC (EUA)
O Federal Open Market Committee divulga a sua decisão de juros na quarta-feira (16) às 17h, ou seja, bem perto do fechamento do mercado brasileiro. É o evento mais importante do cenário macroeconômico do ano e deve ser acompanhado de perto pelos investidores. 

Para ver a agenda completa da semana que vem, clique aqui.

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