Ibovespa volta a operar abaixo dos 59.000 pontos em dia com delação da Odebrecht e espera por Fomc

A sessão desta quarta-feira ainda conta com o último grande evento econômico mundial do ano

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um dia de forte volatilidade, o Ibovespa chegou a zerar perdas, no começo da tarde, com a surpresa dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, mas logo voltou a cair com maior intensidade nesta quarta-feira (14). Às 14h06 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira acumulava perdas de 0,53%, a 58.968 pontos, em sessão de vencimento de opções sobre o índice e contratos futuros — fator que contribui para a montanha-russa nos preços. O pregão também é marcado pelas expectativas dos investidores pelo resultado da reunião do Fomc e as possíveis novas sinalizações do Fed sobre os rumos da política monetária norte-americana.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros curtos e longos operavam em queda, com os papéis com vencimento em janeiro de 2021 recuando 4 pontos-base, a 11,86%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2018 caíam 9 pontos-base, a 11,77%. Os contratos de dólar futuro com vencimento em janeiro de 2017, por sua vez, operavam com variação negativa de 0,45%, sinalizando cotação de R$ 3,339. Já o dólar comercial tinha leve recuo de 0,08%, cotado a R$ 3,3234 na venda.

Mais cedo, o Departamento de Energia dos Estados Unidos informou que os estoques de petróleo no país caíram 2,6 milhões de barris na semana encerrada em 9 de dezembro. Analistas consultados pela Bloomberg esperavam uma queda de 1,35 milhão de barris. O último dado divulgado havia apontado para um recuo de 2,39 milhões de barris. Já do lado da gasolina, os estoques subiram em 497 mil barris no mesmo período. Às 14h12, os barris de petróleo negociados no mercado internacional operavam em queda levemente abaixo de 1%.

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O mercado também segue de olho na política brasileira. Após a aprovação da PEC do teto de gastos por um placar magro, o governo tenta nesta quarta-feira deslanchar a desafiadora reforma da Previdência, com a leitura do relatório sobre as mudanças na Comissão de Constituição e Justiça, que abrirá caminho para a votação na CCJ, enquanto a delação da Odebrecht segue sendo observada com apreensão pelo mercado. Contudo, o grande destaque fica para o evento econômico mais aguardado pelo mercado na reta final do ano: a reunião do Fomc, com expectativa de alta de juros. 

Reunião do Fomc
A sessão desta quarta-feira conta com o último grande evento econômico mundial do ano. Os membros do Federal Reserve se encontram nesta tarde para decidir a nova taxa de juros dos Estados Unidos e os possíveis rumos da política monetária local, que poderão ser indicados pelo posterior discurso da chairwoman Janet Yellen. A decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) é aguardada para as 17h (horário de Brasília). O mercado dá como certa uma elevação na atual banda de juros de 0,25-0,50% para 0,50-0,75%.

Já no mercado de commodities, o minério de ferro negociado em Qingdao fechou em baixa de 5,08%, a US$ 79,18 a tonelada métrica.

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Já as ações da Lojas Americanas (LAME4, R$ 16,73, +1,58) são destaque de ganhos, em meio à proposta para o aumento do limite de capital autorizado da empresa, o que permitirá à empresa fazer um aumento de capital bilionário mais à frente.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GOAU4 GERDAU MET PN 4,62 -4,74 +178,31 91,04M
 GGBR4 GERDAU PN 11,23 -3,94 +142,61 154,99M
 KROT3 KROTON ON 12,64 -3,51 +34,84 88,79M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 14,91 -3,50 +16,90 8,41M
 BRML3 BR MALLS PARON 10,92 -2,93 +27,89 21,15M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 VIVT4 TELEF BRASILPN 42,81 +1,49 +25,33 34,62M
 BRFS3 BRF SA ON 50,50 +1,49 -7,27 85,64M
 CSAN3 COSAN ON ED 37,52 +1,00 +59,69 15,49M
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 32,94 +0,89 +43,79 187,09M
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 16,73 +0,78 -27,10 15,54M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Delação contra Temer
Em depoimento no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirmou a versão do ex-executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho sobre pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB feito a pedido do presidente Michel Temer, segundo apurou o jornal Folha de S. Paulo.

O depoimento de Melo Filho foi divulgado no último dia 9 de dezembro. Segundo o jornal, Marcelo Odebrecht falou por cerca de três horas na última segunda-feira (12) em Curitiba e confirmou que, na presença de Temer (então vice presidente), Eliseu Padilha, atualmente ministro da Casa Civil, acertou o pagamento de R$ 10 milhões para a campanha do PMDB.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.