Ibovespa vira para o positivo após chegar a cair 0,76% no começo do dia

Bolsas globais seguem no vermelho, estendendo o movimento de realização dos lucros recentes; empresas X são destaque de alta, enquanto Oi lidera perdas

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – O Ibovespa reverte a trajetória  relatada no começo desta quinta-feira (25). Após chegar a cair 0,76% nos minutos iniciais, o principal índice da bolsa brasileira opera com alta de 0,42%, a 48.579 pontos, segundo cotação das 10h51 (horário de Brasília). O benchmark da Bovespa se descola das bolsas mundiais, onde os investidores “ignoram” os bons indicadores econômicos da Europa e seguem o movimento de realização dos ganhos recentes, em dia agitado na agenda de resultados corporativos globais.

Nos EUA, a agenda de indicadores trouxe sinais positivos e negativos. No mercado de trabalho, o Initial Claims registrou 343 mil novos pedidos de auxílio-desemprego, ante estimativas de 340 mil solicitações na semana finda em 20 de julho. Já o Durable Good Orders, que mensura os pedidos feitos à indústria norte-americana subiu 4,2% em junho, ante projeções de recuo para 1,8%, após alta de 5,2% no mês anterior.

Já no Velho Continente, nem mesmo indicadores positivos na Alemanha, Reino Unido e Espanha animaram os investidores. O sentimento empresarial alemão, divulgado pelo Instituto Ifo, que ficou em linha com o esperado, subindo para 106,2 em julho – seu terceiro mês seguido de alta -, ante 105,9 registrados no mês anterior. Já a prévia do PIB (Produto Interno Bruto) britânico subiu 0,6% no segundo trimestre, mostrando o dobro do resultado visto nos três primeiros meses do ano, assim como esperavam os analistas. Já na Espanha, a taxa de desemprego caiu pela 1ª vez em dois anos, indo de 27,16% para 26,26% no segundo trimestre deste ano.

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Mundo X lidera altas
Entre as ações em alta neste início de pregão, destaque para as empresas do Grupo EBX, de Eike Batista: MMX Mineração (MMXM3, R$ 1,58, +4,64%) e OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,56, +3,70%) e LLX Logística (LLXL3, R$ 0,99,+3,13%). A Natura (NATU3, R$ 45,04, +1,67%), que chegou a cair 2,5% nos minutos iniciais, opera agora entre as maiores altas do Ibovespa, repercutindo o resultado do 2º trimestre do ano.

Já no lado negativo, aparecem Oi (OIBR3, R$ 4,59, -1,01%OIBR4, R$ 4,56, -0,86%), Hering (HGTX3, R$ 30,05, -1,35%) e Br Properties (BRPR3, R$ 19,37, -1,17%). Sobre a Oi, vale lembrar que ela foi o principal destaque positivo do pregão anterior. Já as imobiliárias estendem as perdas da véspera, quando ficaram entre as piores ações do índice no pregão.

Ainda na agenda de balanços corporativos, outra empresa do Ibovespa trouxe seus números antes da abertura do pregão: a Klabin (KLBN4, R$ 10,86, -0,82%), que registrou prejuízo líquido de R$ 130 milhões, ante o trimestre anterior, com a valorização do dólar impactando sua dívida, que totaliza de forma consolidada R$ 3,437 bilhões.

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Resultados movem mercados
O dia reserva a divulgação de resultados de mais de 50 empresas no mundo todo. A bateria de balanços movimenta os índices mundiais, que repercutem principalmente os dados negativos na Europa, como da Michelin, BASF e Software AG preocuparam os investidores, com cautela nos dados estimados para o final de 2013 e queda no lucro da Michelin. Já a Unilever reportou menor crescimento nas vendas, afetadas principalmente pelos mercados emergentes.

Do outro lado do mundo, os índices acionários também foram movimentados seguindo as temporadas de resultados. No Japão, a Canon e a Nikon pesaram sobre o índice Nikkei, com repercussão negativa sobre a diminuição das expectativas de ganhos para o final deste ano.

Já nos EUA, a agenda de resultados conta com 38 empresas nesta sessão, incluindo a General Motors, que reportou lucro de US$ 0,84 por ação, US$ 0,09 acima do esperado. Segundo levantamento feito pela Reuters, 34% das empresas que fazem parte do índice S&P 500 já reportaram seus resultados, sendo que destas, 66% superaram as estimativas do mercado. Por outro lado, 47% dos balanços mostraram receita abaixo do esperado.

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Pequenos estímulos na China
Já na Ásia, o índice Nikkei do Japão caiu 1,14%, fechando abaixo dos 14.600 pontos – em relação à sua máxima de dois meses atingida na última sexta-feira, o índice já caiu 2,6%. Já o chinês Shanghai recuou 0,61%.

Nem mesmo os novos estímulos anunciados pelo governo local, incluindo corte de taxas para pequenas empresas, redução de custos para exportadoras e investimentos em ferrovias, aliviaram os temores dobre a economia chinesa, acentuados na véspera com a divulgação do PMI industrial, que recuou inesperadamente em julho, segundo o HSBC.