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Ibovespa tem queda discreta com DIs ofuscando Vale e acumula baixa de 0,46% na semana

Investidores estão na expectativa de projetos de controle de gastos pelo governo

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou com declínio discreto nesta sexta-feira, conforme a alta nas taxas dos DI, em parte pelo desconforto de agentes financeiros com o cenário fiscal brasileiro, ofuscou a repercussão positiva a resultados corporativos acima do esperado, entre eles os números de Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e Suzano (SUZB3).

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,13%, a 129.893,32 pontos, após ter marcado 129.805,95 pontos na mínima e alcançado 130.529,22 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou 19,8 bilhões de reais.

Com tal desempenho, o Ibovespa acumulou na semana uma variação negativa de 0,46%.

Investidores estão na expectativa de projetos de controle de gastos pelo governo prometidos pela equipe econômica para após o segundo turno das eleições municipais, que acontece neste domingo (27). Até o momento, o governo vinha adotando uma série de medidas arrecadatórias.

As taxas dos DI chegaram a mostrar um alívio na véspera, quando o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central apresentaram visões favoráveis à adoção de medidas que reforcem uma trajetória sustentável das contas do governo. Mas a trégua teve vida curta, com o mercado preferindo ficar com um pé atrás.

No fim da tarde a taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 marcava 12,685%, ante 12,602% na véspera. Entre os prazos mais longos, o DI para janeiro de 2030 estava em 12,75%, ante 12,704%.

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No exterior, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos chegaram a recuar pela manhã, mas no final do dia o yield do Treasury de 10 anos subia a 4,2379%, o que afetou ainda mais os DIs. No pano de fundo, está uma certa cautela para a eleição presidencial norte-americana, no próximo dia 5.

As bolsas em Nova York tiveram um fechamento misto, com agentes financeiros também na expectativa de divulgações relevantes na próxima semana, incluindo números do mercado de trabalho dos EUA em outubro e balanços de empresas como Alphabet, Apple e Microsoft.

De acordo com o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, há muita coisa no radar dos investidores do mercado brasileiro, desde eleição nos EUA e o conflito no Oriente Médio a um aguardado do pacote fiscal prometido pela equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“Aí ele prefere esperar mais uma definição para tomar risco”, afirmou.

DESTAQUES

– VALE ON avançou 3,4%, após reportar na véspera lucro líquido de 2,41 bilhões de dólares no trimestre encerrado em setembro, acima das previsões de analistas. A companhia e as empresas Samarco e BHP também assinaram nesta sexta-feira um acordo com autoridades que envolve ao todo 170 bilhões de reais para reparação da tragédia com uma barragem em Mariana (MG). Ainda no radar, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado em Dalian encerrou com alta de 2,81%.

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– PETROBRAS PN (PETR4) fechou com variação positiva de 0,7%, em dia de desempenho mais robusto dos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril de Brent valorizou-se 2,25%.

– ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) recuou 1,12%, acompanhado de BRADESCO PN, que fechou em baixa de 1,45%, e SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11), que registrou um decréscimo de 0,24%. A filial brasileira do espanhol Santander abre na próxima terça-feira o calendário de divulgações de resultados dos bancos do Ibovespa, apresentando seus números antes da abertura do mercado. O Bradesco (BBDC4) divulga o balanço na quinta-feira. BANCO DO BRASIL ON terminou com variação positiva de 0,04%.

– HYPERA ON (HYPE3) cedeu 5,55%, após avançar na véspera, conforme agentes financeiros seguem especulando sobre a recente oferta da EMS para a combinação de negócios, que foi recusada pela farmacêutica, bem como ainda avaliando o plano divulgado recentemente pela companhia para otimizar seu capital de giro.

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– USIMINAS PNA (USIM5) subiu 4,24%, após reverter prejuízo obtido no terceiro trimestre do ano passado com um lucro líquido de 185 milhões de reais de julho a setembro deste ano, quando o desempenho operacional medido pelo Ebitda somou 426 milhões de reais, acima do esperado pelo mercado. A produtora de aços planos cortou sua previsão de investimento para 1,1 bilhão de reais neste ano e, em teleconferência, executivos afirmaram que esperam mais redução de custos no quarto trimestre.

– SUZANO ON (SUZB3) avançou 2,79%, após mostrar lucro líquido de 3,24 bilhões de reais no terceiro trimestre, revertendo um prejuízo de 729 milhões de reais apurado no mesmo período do ano passado, em desempenho que superou as projeções de analistas. O Ebitda ajustado totalizou 6,52 bilhões de reais no terceiro trimestre, salto de 77% no comparativo anual. Executivos afirmaram em teleconferência que a companhia está focada na redução de alavancagem e vê mercado favorável para celulose.

– CARREFOUR BRASIL ON (CRFB3) cedeu 6,16%, afetado pelo movimento nos DIs, que também pesou em outros varejistas, como MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3), que recuou 3,69%.

– RAÍZEN PN (RAIZ4) recuou 3,08%, tendo no radar dados preliminares mostrando que a moagem de cana-de-açúcar pela companhia somou 32,9 milhões de toneladas no segundo trimestre da safra 2024/25, uma expansão em relação aos 30,9 milhões de toneladas do primeiro trimestre da safra 2024/45. A produção de açúcar equivalente somou entre 4,6 milhões e 4,8 milhões de toneladas no mesmo período.