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SÃO PAULO – O Ibovespa teve um desfecho bastante positivo depois de uma manhã com os investidores bem pessimistas, principalmente depois do balanço da Petrobras. No entanto, a estatal moderou perdas e Vale e bancos tiveram fortes altas, de modo que houve uma virada radical no movimento. Lá fora as bolsas europeias caíram, mas os índices dos Estados Unidos e as bolsas asiáticas registraram altas.
Com a arrancada, o benchmark da Bolsa brasileira subiu 1,95%, a 55.684 pontos – no maior patamar de fechamento desde 21 de novembro de 2014 e retomando os 55 mil pontos pela primeira vez no ano. O volume financeiro diário ficou em R$ 9,372 bilhões, contra média de R$ 6,322 bilhões dos últimos 21 pregões.
Por outro lado, o dólar comercial caiu 0,89%, a R$ 2,9791 na compra e a R$ 2,9816 na venda, na menor cotação de fechamento desde 4 de março. “O efeito psicológico dos R$ 3 acabou sendo rompido com o dólar aqui acompanhando o exterior”, disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, à Reuters.
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Na agenda de indicadores, o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) desacelerou para 0,71% na terceira quadrissemana de abril, informou nesta quinta-feira, 23, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou 0,22 ponto porcentual abaixo do registrado na leitura imediatamente anterior, quando o indicador apresentou variação de 0,93%.
Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho mostrou que o País abriu 19.282 vagas formais de trabalho em março. O resultado superou a abertura de 13.117 postos no mesmo mês do ano passado, com um resultado que surpreendeu as expectativas do mercado. Pesquisa da Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas apontava fechamento de 25 mil empregos no mês, sendo que não havia projeção de abertura de vagas.
Petrobras chega a cair 9%, mas recupera
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam em alta depois de chegar a cair quase 10%. As ações ordinárias subiram 5,63%, enquanto as preferenciais recuaram 1,52%, em um movimento de forte recuperação passado a abertura. A estatal teve um prejuízo de R$ 21,587 bilhões em 2014, o seu primeiro desde 1991, com perdas de R$ 44,63 bilhões em desvalorização de ativos e R$ 6,194 bilhões em corrupção.
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Para o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Placido, a estatal não respondeu dúvidas sobre dívida. Já consultoria Tendências disse que a divulgação do balanço foi importante e que a nova direção tomada pela companhia é correta, mas ainda não é o suficiente.
Outro destaque foram os papéis da Vale (VALE3; VALE5), que tiveram mais um dia de forte alta. Ontem, as ações da companhia subiram impulsionadas pela alta do minério de ferro e pelo relatório de produção no primeiro trimestre de 2015, no qual mostrou que aumentou a produção de minério em 4,9% na comparação anual, a 74,5 milhões de toneladas.
Os bancos também continuavam em suas trajetórias de recuperação. De acordo com a agência classificadora de risco Moody’s, a maioria dos 42 bancos avaliados têm capital suficiente para lidar com os custos de provisionamento mais elevados, devido ao enfraquecimento das perspectivas de recuperação econômica no Brasil. Subiam Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC3; BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4).
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As ações PNA da Usiminas (USIM5) repercutem positivamente o balanço do primeiro trimestre da siderúrgica. A companhia reverteu o lucro de R$ 222 milhões registrado no primeiro trimestre de 2014 e registrou prejuízo de R$ 235 milhões de janeiro a março deste ano. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 380 milhões e ficou 42,4% acima do consenso de projeção da Broadcast. Os papéis das demais siderúrgicas listadas na Bolsa acompanharam o movimento: CSN (CSNA3, R$ 7,05, +7,31%) e Gerdau (GGBR4, R$ 10,23, +4,92%). Ontem, as ações da CSN dispararam 7%, acumulando nos dois dias alta de 15%.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Ásia renova máximas
Apesar dos dados do PMI (Índice Gerente de Compras) da China caírem a uma mínima em um ano, a bolsa de Xangai renovou máxima em sete anos, subindo 0,37% a 4.414 pontos nesta quinta-feira (23). Continuam vivas as expectativas por mais estímulos na segunda maior economia do mundo desde que o banco central chinês cortou os compulsórios no domingo para fazer uma injeção de liquidez.
O PMI preliminar do HSBC para a atividade industrial na China a uma mínima de um ano de 49,2 em abril, quando o consenso era de que a leitura ficaria estável em 49,6.
Também não eram boas as notícias do Japão, onde o PMI preliminar do Markit/JMMA caiu para 49,7 em abril ante leitura final de 50,3 em março.
Petróleo virava para uma alta expressiva de 3,29%, a US$ 58 o barril do WTI (West Texas Intermediate).
Na Europa, por outro lado, as ações recuaram nesta quinta-feira, com o índice alemão DAX registrando o pior desempenho dentre os principais da região, após dados decepcionantes da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) e com o fraco resultado da Ericsson afetando as ações de tecnologia.
Os papéis de tecnologia foram afetados pela queda de 10% da produtora de equipamentos de telecomunicações Ericsson, depois que ela registrou lucro operacional mais fraco do que o esperado no primeiro trimestre e disse esperar que as vendas no mercado norte-americano permaneçam fracas.
O índice de tecnologia do STOXX Europe 600 recuou 2,07%.
As pesquisas PMI da zona do euro decepcionaram investidores, com o índice composto alemão caindo para 54,2 ante máxima de oito meses de março de 55,4, enquanto o PMI francês mostrou uma expansão mais lenta do que o previsto no setor de serviços e uma contração maior do que o esperado na indústria.
“Embora haja uma clara melhora no fronte econômico na Europa, o jogo não está vencido”, disse o chefe de pesquisa do BNP Paribas Fortis Global Markets, Philippe Gijsels.
“A reação do mercado após as pesquisas alemã e francesa mostra que as ações estão vulneráveis a números econômicos decepcionantes.”
Os índices norte-americanos, viraram para alta mesmo após a divulgação de resultados de empresas e depois do dado de pedidos de auxílio-desemprego subir de 294 mil para 295 mil na semana que acabou em 18 de abril. Economistas consultados pela Reuters esperavam que os “initial claims” recuassem para 290 mil na semana passada.
(Com Reuters)
