Ibovespa sobe quase 1% em meio a dados dos EUA; Vale e siderúrgicas são destaques

Índice já acumula mais de 8% de alta neste mês; relatório de emprego nos EUA mostra fraco avanço em setembro, mas não desanima investidores

Carolina Gasparini

Publicidade

SÃO PAULO – O rali do Ibovespa continua nesta terça-feira (22), com investidores otimistas em meio a diversas referências estimulando o apetite por risco no mercado. Os EUA continuam em foco, desta vez com a divulgação do relatório de emprego de setembro, que veio com 18 dias de atraso. Apesar de apresentar um resultado não muito positivo, o indicador acaba ajudando as bolsas norte-americana e brasileira a sustentar a alta vista na sessão anterior. Às 12h24 (horário de Brasília), o benchmark brasileiro subia 0,93%, a 56.598 pontos.

 Nos EUA, o relatório de emprego mostrou menor criação de empregos do que o esperado, com 148 mil novas vagas. Apesar do avanço menor do que o esperado em setembro, os dados de agosto foram revisados, passando de 169 mil para 193 mil, o que ajuda a explicar porque o valor de setembro não impacta negativamente os mercados. “Além da revisão do mês anterior, um avanço menor do que o projetado aumenta as esperanças de que o Federal Reserve não inicie a retirada de seu programa de estímulos ainda neste ano, o que é um grande temor para os mercados”, comenta Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.

Seguindo a mesma linha, após a divulgação dos dados, o Barclays revisou sua projeção para a retirada do Quantitative Easing 3, de dezembro deste ano para março de 2014, quando o Fed já estará – caso a nomeação passe pelo Senado – sob a tutela de Janet Yellen. Ainda na agenda de indicadores, o também atrasado Construction Spending avançou 0,6% em agosto, ante projeção de 0,4%. Os gastos com construção no país haviam subido 1,4% no mês anterior, segundo dados revisados.

Continua depois da publicidade

Neste mês, o Ibovespa já acumula alta de 8,23%, e para Galdi, o rali não deve acabar logo. “A bolsa está teimando em não realizar ganhos, subindo com diversas referências. Acredito que podemos alcançar 60 mil pontos até o final do ano, e aí sim, ver um movimento de correção para baixo”, diz o analista.

Vale e Gol avançam…
Por outro lado, a Gol (GOLL4, R$ 11,77, +4,81%) registra a maior alta do índice, com o aumento de 25% em seu yield em setembro – o indicador mostra os preços de passagens aéreas da companhia. Na véspera, a companhia foi destaque de alta com rumores sobre uma possível ajuda do governo para o setor aéreo.

A Vale (VALE3, R$ 36,17, +2,23%; VALE5, R$ 32,96, +1,82%) responde positivamente aos dados otimistas apresentados pela mineradora global BHP Billiton, que mostrou resultado positivo no terceiro trimestre e elevou sua projeção de produção de minério de ferro para este ano. Vale ressaltar que as ações da companhia abriram em queda, mas viraram para o terreno positivo com a abertura do mercado norte-americano.

Continua depois da publicidade

As empresas do setor siderúrgico também apresentam alta, com CSN (CSNA3, R$ 12,38, +3,95%), Gerdau (GGBR4, R$ 17,51, +3,24%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 22,63, +2,86%) e Usiminas (USIM3, R$ 11,30, +1,80%; USIM5, R$ 11,45, +2,23%).

…enquanto Souza Cruz e Klabin recuam
Já na ponta negativa, as ações da Souza Cruz (CRUZ3, R$ 25,42, -1,66%) recuam após a companhia divulgar seu resultado trimestral, apontando recuo de 0,88% em seu lucro líquido, com R$ 412,377 milhões. A companhia também registrou queda de 9,55% em sua receita de vendas de bens e/ou serviços, para R$ 1,461 bilhão.

A Klabin (KLBN4, R$ 11,88, -1,82%) também opera no negativo, após a companhia decidir prosseguir com processo de capitalização para construção de nova planta no Paraná, através do Projeto Puma.

Continua depois da publicidade

Economia europeia
Em Portugal, o ministro da Economia, Antonio Pires de Lima, comentou em entrevista à CNBC na véspera que o país fará tudo para evitar precisar de um novo empréstimo estrangeiro.

Na Alemanha, o Bundesbank alertou para um aumento excessivo nos preços de moradia do país, com supervalorização de cerca de 20% segundo o BC.