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Ibovespa sobe 1,23%, seguindo exterior e com correção após quedas; Dólar cai 0,16%, a R$ 5,03

Queda do preço do petróleo e publicações de dados macroeconômicos deram um alívio para os ativos de risco mundialmente

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 1,23% nesta quinta-feira (28), penúltimo pregão de setembro e do terceiro trimestre, acompanhando o exterior e com alguma correção após majoritariamente recuar nos últimos cinco pregões. O índice foi aos 115.730 pontos.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,35%, 0,59% e 0,83%.

“Nos Estados Unidos, o Departamento de Comércio divulgou a última leitura do crescimento do PIB [produto interno bruto] no país no segundo trimestre de 2023, que se manteve em 2,1% em termos anualizados. O dado reforça que a maior economia do mundo segue resiliente, em linha com o discurso duro do Federal Reserve que vem pressionando os juros ao redor do mundo, e impulsionando o dólar”, fala Vanessa Naissinger, especialista de investimentos da Rico.

“Os principais índices americanos, assim como o dólar, operaram oscilando entre baixas e altas, enquanto o Ibovespa segura uma alta”, complementa.

Por lá, investidores continuam monitorando de perto a questão dos juros, que podem subir no caso de a economia se mostrar mais aquecida do que o esperado ou se o Congresso não chegar a um acordo quanto ao orçamento, com o shutdown ainda sendo uma possibilidade.

Os treasuries yields, com os dados e o noticiário político, oscilaram durante o dia. O para dez anos fechou em 4,577%, com queda de 4,9 pontos-base, mas chegou a bater 4,688% na máxima.

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A queda do petróleo, com o barril Brent recuando 1,42%, a US$ 95,18, também ajudou no recuo da curva de juros norte-americana.

“O alívio externo com a queda dos yields nos EUA veio com os dados do PIB e pedidos de auxílio-desemprego abaixo do esperado, o que traz sinais divergentes sobre a atividade econômica do país e pode estimular o Fed a não fazer novos aumentos dos juros ou a não prolongar a manutenção em níveis elevados atuais”, fala Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Os novos pedidos de seguro desemprego nos Estados Unidos na semana encerrada no dia 23 de setembro ficaram em 204 mil, contra 215 mil do consenso.

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“As ações das petroleiras operaram majoritariamente em queda, acompanhando o movimento de realização de lucros do petróleo no mercado internacional, além de monitorar a participação do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em evento da FGV no Rio de Janeiro”, acrescenta.

O dólar, com a movimentação dos treasuries, oscilou durante o pregão. Frente ao real, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 5,069 na máxima do dia, por volta das 11h, mas fechou com queda de 0,16%, a R$ 5,039 na compra e a R$ 5,040 na venda.

Os juros brasileiros acompanharam os americanos. Os DIs para 2024 perderam dois pontos-base, a 12,26%, e os para 2025, um ponto, a 10,92%. As taxas dos contratos para 2027 perderam 12,5 pontos, a 10,91%, e as dos para 2029, 12 pontos, a 11,40%. Os DIs para 2031 recuaram 10 pontos, a 11,69%.

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“No cenário interno, tivemos a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação de setembro, que apresenta um cenário mais tranquilo para o Banco Central, conforme o sistema de metas de inflação contínua em 3% adotado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho. O Banco Central projeta uma inflação de 3,5% para 2024 e de 3,1% para 2025, ambas acima das metas anuais de 3%”, fala Bruno Nascimento, analista de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram companhias ligadas ao mercado interno. As ações ordinárias da CVC (CVCB3) ganharam 7,29%, as do Assaí (ASAI3), 5,39%, e as da Arezzo (ARZZ3), 4,21%.