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Ibovespa sobe 0,45%, com ajuda de bancos e petroleiras; dólar avança 0,36%, a R$ 4,80

Falta de novos gatilhos e mercado em compasso de espera para decisão do Fomc na próxima semana dão tom de monotonia ao pregão

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,45% a sessão desta quinta-feira (20), aos 118.082 pontos, dando continuidade à uma semana e as um mês “lateralizados”, com pouca movimentação. Bancos e petroleiras puxaram o índice para cima.

De acordo com especialistas, o mercado está em compasso de espera, aguardando, entre outras coisas, a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) para o juros dos Estados Unidos, marcada para a próxima semana.

Hoje, nos EUA, o número de novos pedidos de seguro desemprego para a semana encerrada no dia 15 de julho foi de 228 mil, recuando 9 mil frente a semana imediatamente anterior e abaixo do consenso, que era de 242 mil solicitações.

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“A gente observou que os dados de pedidos de seguro de desemprego vieram abaixo do que foi visto na semana anterior e também abaixo do esperado, sinalizando uma economia americana com o mercado de trabalho pujante. Isso pode contribuir para uma maior expectativa no  mercado de alta de juros pelo Federal Reserve”, comenta Paloma Brum, analista da Toro Investimento.

Os treasuries yields para dez anos, com isso, subiram 10,6 pontos-base, para 3,848%, e os para dois anos, 7,7 pontos, a 4,832%.

A alta dos juros pressionou o Nasdaq, que recuou 2,05%, também em meio aos resultados frustrantes da Netflix (NFLX34), que fechou em queda de 8,41%, e com o anúncio de que a Tesla (TSLA34) irá desacelerar sua produção de veículos no futuro. Os papéis da fabricante de veículos elétricos caíram 9,74%. O S&P 500 caiu 0,68% e o Dow Jones subiu 0,47% – este ainda impulsionado pelos resultados dos bancos grandes americanos, que vêm surpreendendo.

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“A Nasdaq caiu por conta da divulgação dos resultados corporativos. As ações da da Tesla e da Netflix caíram bem e pressionam o mercado por lá.. Isso também, sem dúvida alguma, segura um pouco do ímpeto no mercado aqui no Brasil”, aponta Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos e especialista em renda variável.

O Ibovespa, apesar do cenário externo, teve ajuda das petroleiras e dos bancos locais para avançar. As ordinárias da Petrobras (PETR3) e da 3R Petroleum (RRRP3) subiram, respectivamente, 0,77% e 0,82%, com a perspectiva de uma economia mais aquecida nos Estados Unidos dando suporte à commodity, bem como desenrolares da Guerra da Ucrânia.

As preferenciais do Itaú (ITUB4) ganharam 1,86% e as ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3), 1,10%. De acordo com especialistas, os bancos brasileiros surfam com o auxílio dos resultados dos seus pares norte-americanos.

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“As blue chips voltaram a ser destaque no dia de hoje, com alta de Suzano, do Banco do Brasil e da Petrobras. Essas empresas, ao nosso ver, estão bastante descontadas, ainda que com o Ibovespa nos 118 mil pontos”, fala Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos. “De qualquer forma, o mercado está sem grandes novidades. A agenda está bastante esvaziada e tivemos um dia até que monótono, com mais do mesmo. O Ibovespa adotou esse compasso de cautela já há algumas semanas, achou nos 118 mil pontos um equilíbrio”.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, destaca que o Ibovespa está lateralizado ainda, por fim, por conta do vencimento de opções que se dá nessa sexta.

“Existem vários players institucionais dentro do mercado que fazem tipos de estratégias em que eles precisam que o mercado fique lateralizado. É algo já esperado. “Fora isso, tivemos a falta de motivadores, estímulos e indicadores”.

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Os juros brasileiros, no entanto, acompanharam os americanos. As taxas dos DIs para 2024 chegaram a recuar 1,5 ponto-base, a 12,75%, mas foram as únicas no vermelho. Os DIs para 2025 e 2027 ganharam três e 10 pontos, a 10,83% e a 10,32%. Os contratos para 2029 ganharam nove pontos, a 10,67%, e os para 2031, 12 pontos, a 10,88%.

O dólar fechou em alta de 0,36% frente ao real, a R$ 4,802 na compra e a R$ 4,803 na venda. Com a alta dos treasuries, a divisa ganhou força mundialmente, com o DXY, que a compara frente a outras moedas de países desenvolvidos, subindo 0,55%.