Ibovespa se descola do exterior e encerra sequência de 5 altas; dólar sobe para R$ 3,73

Índice chegou a subir e esboçou renovar sua máxima histórica, mas não conseguiu se sustentar mesmo em dia de ganhos nos Estados Unidos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de chegar a subir 0,77% e esboçar renovar sua máxima histórica pelo quarto dia seguido, o Ibovespa não sustentou os ganhos e fechou com perdas, se descolando do cenário externo, com os índices nos Estados Unidos subindo cerca de 1%.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 0,15%, aos 91.699 pontos, após chegar na máxima de 92.551 pontos hoje. O volume financeiro ficou em R$ 14,820 bilhões. Mais cedo o índice chegou a ganhar força com a Petrobras (PETR4) após novas notícias sobre a cessão onerosa, mas o movimento não se sustentou.

O contrato de dólar futuro com vencimento em fevereiro de 2019 teve alta de 0,50%, a R$ 3,740, enquanto o dólar comercial subiu 0,53%, cotado a R$ 3,7343. O real teve o desempenho menos favorável na comparação com seus pares de países emergentes.

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Nos juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2021 subiu 11 pontos-base, para 7,39%, e o contrato para janeiro de 2023 avançou 6 pontos, a 8,47%.

As sinalizações contraditórias dadas pelo governo Bolsonaro na sexta não afetaram a confiança do mercado nas mudanças prometidas pela gestão e a leve alta é fruto de acomodação após quedas consecutivas. No primeiro Boletim Focus do ano, a estimativa para a Selic caiu de 7,13% para 7% neste ano. Para 2020, a mediana das previsões foi mantida em 8%.

No Brasil, destaque para a expectativa da proposta para a reforma da Previdência, que deve ser apresentada nos próximos dias e tem causado turbulência na bolsa. Além disso, outras novidades devem surgir do governo Bolsonaro, o que pode trazer volatilidade para os ativos.

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Destaques da Bolsa

As ações da Petrobras chamaram atenção após notícia publicada pelo serviço em tempo real do jornal Valor Econômico dizendo que a União deve pagar cerca de US$ 14 bilhões à estatal por cessão onerosa, o que significa cerca de R$ 4 por ação pela taxa de câmbio atual. Vale destacar que não há confirmação sobre os valores.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET3 ELETROBRAS ON 29,00 -5,01 +19,69 138,50M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 35,85 -4,58 -5,86 258,34M
 ELET6 ELETROBRAS PNB 32,44 -4,48 +15,16 74,36M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 40,14 -4,43 -4,47 101,91M
 GOLL4 GOL PN N2 23,90 -4,40 -4,78 64,24M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 LAME4 LOJAS AMERICPN EJ 19,98 +3,28 +1,82 115,19M
 TIMP3 TIM PART S/AON EJ 12,37 +3,26 +5,75 41,51M
 PETR3 PETROBRAS ON EJ N2 28,40 +3,24 +11,81 428,45M
 EMBR3 EMBRAER ON ED 21,23 +2,07 -2,08 65,48M
 PETR4 PETROBRAS PN EJ N2 25,11 +1,58 +10,71 3,07B

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN EJ N2 25,11 +1,58 3,07B 1,86B 94.551 
 VALE3 VALE ON 51,91 -0,54 1,10B 1,02B 41.325 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 40,94 +1,19 783,14M 539,85M 31.016 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 37,05 +0,19 626,77M 675,28M 29.228 
 PETR3 PETROBRAS ON EJ N2 28,40 +3,24 428,45M 307,16M 22.475 
 BBAS3 BRASIL ON 48,48 -0,66 427,48M 404,62M 19.441 
 B3SA3 B3 ON EJ 27,80 -0,54 318,80M 334,28M 32.821 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 16,48 -0,42 281,93M 282,14M 23.327 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 35,85 -4,58 258,34M n/d 18.395 
 CMIG4 CEMIG PN EJ 13,45 -2,96 252,48M 147,93M 33.380 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas encerraram em alta em meio aos sinais de avanço nas negociações entre China e Estados Unidos para colocar fim à guerra comercial. O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que as negociações comerciais com a China estão indo muito bem e que a fraqueza na economia chinesa dá a Pequim um incentivo para trabalhar em direção a um acordo, informa a Reuters. Ministros dos dois países se reúnem nesta semana. 

O tom mais ameno entre os países antes do primeiro encontro cara a cara desde que Trump e o presidente da China, Xi Jinping, concordaram com uma trégua da 90 dias na guerra comercial não anima tanto as bolsas ocidentais e os índices futuros dos Estados Unidos operam perto da estabilidade.

Na Europa, o Brexit segue no radar dos investidores e pesa no humor. A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse no domingo (6) que se o acordo que ela fez com a União Europeia não for aprovado este mês, o Reino Unido estará em “território desconhecido”. A votação está prevista para a próxima semana.

Noticiário político 

O governo de Jair Bolsonaro quer criar um atalho no Congresso Nacional para agilizar a aprovação de projetos ligados principalmente à infraestrutura, numa tentativa de destravar investimentos, informa o jornal O Estado de S. Paulo.

O governo selecionou um conjunto de medidas que já estão em tramitação e vai propor um pacto ao Legislativo para facilitar a aprovação desses projetos, que têm potencial para melhorar o ambiente de negócios no País. 

Ao contrário da reforma da Previdência, que é impopular, as matérias de interesse da infraestrutura não consomem capital político, disse o ministro. “Às vezes, é bom intercalar uma pauta complexa com uma pauta amena”, disse ao Estadão o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Nesta segunda-feira (7), Bolsonaro deu posse aos presidentes dos maiores bancos públicos do país: Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O presidente quer que os nomeados ajudem a reforçar os cofres do governo, vendendo empresas controladas pelos bancos.

Indicadores econômicos

Os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central mantiveram a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) 3,69% em 2018 e 4,01% neste ano. O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2020, que ficou em 4%, e para 2021, mantido também em 3,75%. 

A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) foi mantida em 1,30% para 2018 e caiu de 2,55% para 2,53% em 2019. A perspectiva para o câmbio permanece em R$ 3,80 ao fim deste ano.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.