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Ibovespa renova máxima do ano e supera os 128 mil pontos com comentários de Powell e Campos Neto

Falas dos presidentes do Federal Reserve e do Banco Central apoiaram movimento positivo da Bolsa no primeiro pregão de dezembro

Camille Bocanegra

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Na primeira sessão do mês de dezembro, o Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,67%, aos 128.148,91 pontos, em seu maior patamar desde 2021. Na semana, a alta foi de 2,13%. O avanço foi puxado por comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que destacou que o banco deve “agir com cuidado” em sua política monetária.

Além disso, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, comentou, nesta sexta, sobre a melhor expectativa de inflação do mercado e reafirmou o ritmo de corte da taxa Selic. O presidente do BC também destacou credibilidade fiscal e monetária, e lembrou que preocupações sobre colapso de crédito após caso Americanas não vingaram.

“Hoje o movimento do mercado tem mais a ver com o cenário externo, com uma perspectiva dos investidores com o fim do ciclo de alta de juros nos EUA, uma perspectiva de corte de juros por lá mais rápido do que o mercado esperava, e com as treasuries também recuando, os ativos de risco voltaram a ganhar força”, considera Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

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Em Wall Street, os principais índices fecharam em alta com o bom humor do mercado após as declarações de Powell e encerraram a semana.

No mercado de Treasuries, os retornos dos títulos mantiveram movimento de baixa. O rendimento do título de dez anos desceu 13,7 pontos-base (pb), a 4,213%, enquanto o título com vencimento de 2 anos teve queda de 16 pb em seus rendimentos, a 4,555% e com vencimento de 5 anos desceu 15,4 pb em seus retornos, 4,114%.

O dólar encerrou o dia com queda de 0,70%, cotado a R$ 4,880 na venda e R$ 4,881 na compra. A divisa norte-americana também recuou na comparação com as principais moedas do mundo, com o DXY em leve alta de 0,27%.

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O petróleo fechou em queda nesta sexta-feira, 1º de dezembro, encerrando uma semana marcada pelas incertezas sobre a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que resultou em cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia (bpd).

O petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 2,49% (US$ 1,89), a US$ 74,07 o barril. O Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 2,45% (US$ 1,98), a US$ 78,88 o barril. Na semana, tanto o WTI quanto o Brent acumularam perda em torno de 1%.

Por aqui, os juros encerram o dia em queda, reagindo às falas relacionadas aos próximos movimentos do FOMC.

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“O movimento hoje dos DIs se deve a uma interpretação do mercado em relação ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que apesar de manter o discurso de que o Fedpoderá aumentar as taxas de juros novamente caso necessário, e de que o mercado de trabalho ainda segue apertado, as falas de que a economia americana se encaminha para um “equilibrio”, ressaltou Fernandes.

A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,30% em estabilidade, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,94%, ante 10,00% do ajuste anterior.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,06%, ante 10,08%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,34%, ante 10,37%.

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“As ações da Braskem (BRKM5) lideram as quedas com temores de que novos bairros possam afundar em Maceió. Com certeza, é mais um risco que nunca deixou de existir, mas estava “adormecido”, com essa possibilidade de novos bairros entrarem em perigo em Maceió. Esse risco voltou a despertar temor nos investidores e deixa a compra da fatia da Novonor em segundo plano na visão dos investidores na hora de alocar seus recursos nas ações da empresa”, entende Fernandes.

Entre as maiores altas do dia, estiveram Cielo (CIEL3), com avanço de 7,96%, cotada a R$ 4,34 e Magalu (MGLU3), com alta de 7,43%, a R$ 2,17.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)