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Ibovespa recua 1,24% e fecha abaixo dos 109 mil pontos, com peso de exportadoras de commodities no índice

Economia mundial, manutenção das ofertas e falas mais duras de autoridades monetárias pesam nos preços dos produtos não manufaturados

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 1,24% nesta terça-feira (30), aos 108.967 pontos, com o peso, principalmente, das companhias de commodities no índice.

Na Europa, o barril de petróleo Brent caiu 4,20%, a US$ 72,83. Na China, a tonelada do minério de ferro negociada em Dalian teve baixa de 0,28%, a US$ 99,83. Com isso, as ações ordinárias da 3R Petroleum (RRRP3) caíram 2,42%, as da ordinárias da CSN (CSNA3), 3,77%, e as da CSN Mineração (CMIN3), 2,84%. As ordinárias da Vale (VALE3) caíram 2,35% e as ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), 0,94% e 1,12%, respectivamente.

“Commodities tiveram queda. Petróleo recua forte após a notícia de que as vendas da commodity produzida na Rússia não diminuíram. Isso tem aumentado um pouco a tensão entre Arábia Saudita e a Rússia, uma vez que por mais que a Opep tenha anunciado cortes, a produção segue sustentado os preços em baixa”, avalia Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “Quanto ao minério, no final do dia, início do dia lá na China, temos os PMIs [índice dos gerentes de compras, na sigla em ingles] por lá. Serão dados que vão ser acompanhados de perto”.

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Além da questão da produção estável e de dados econômicos mais fracos, pesou também sobre as commodities novas sinalizações de membros do Federal Reserve em direção a mais apertos monetários. Hoje, o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, afirmou que a alta inflação nos Estados Unidos não vai se dissipar rapidamente – exceto se a economia do país desacelerar em ritmo mais forte.

Apesar disso, os treasuries yields recuaram, com o para dois anos perdendo 12,6 pontos-base, a 4,463%, e o para dois anos, 12,4 pontos, a 3,694%. Os rendimentos caíram na esteira de uma aproximação de um acordo entre Republicanos e Democratas quanto ao teto da dívida.

“Temos, provavelmente, a votação do projeto que vai aumentar o teto da dívida nesta quarta-feira, mas ainda rondam algumas incertezas sobre a informação”, diz o especialista da Manchester. “Alguns republicanos, a parte mais conservadora, estão cogitando derrubar o presidente da Câmara, que articulou o acordo. Outros falam que metade do partido vai apoiar o projeto. Deve trazer um pouco de volatilidade ainda. Depois da Câmara, teremos de ver como será no Senado”.

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Por lá, O Dow Jones teve baixa de 0,15%, o S&P 500 ficou estável e o Nasdaq subiu 0,32%. As empresas de tecnologia continua surfando na esteira, ainda, do que aconteceu com a NVidia, que hoje chegou a alcançar um valor de mercado de US$ 1 trilhão.

No Brasil, os juros futuros também fecharam em baixa, repercutindo o IGP-M, que caiu 1,84% em maio, e falas do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, que sinalizou ver uma melhora do cenário brasileiro – principalmente no que tange à inflação. Os DIs para 2024 perderam 1,5 ponto-base, a 13,20%, e os para 2025, 4,5 pontos, a 11,46%. As taxas dos contratos para 2027 e 2029 recuaram, na sequência, três e dois pontos, a 10,94% e 11,27%. Os DIs para 2031 foram a 11,51%, com menos quatro pontos.

“Os juros futuros seguiram se fechando, com redução em toda curva, diante das sinalizações mais dovish do presidente do Banco Central, da forte deflação do IGP-M em maio e alinhados à queda dos yields dos treasuries norte-americanos”, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos. “O dólar apresentou volatilidade com a proximidade da formação da PTAX do mês e foi impactado pelo aumento do diferencial de juros. Enquanto no exterior a expectativa segue de alta dos juros, por aqui o movimento foi contrário”, termina.

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O dólar comercial fechou em alta de 0,60%, a R$ 5,042 na compra e na venda.