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SÃO PAULO – O Ibovespa recuava 1,33%, aos 70.470 pontos, às 12h03 (horário de Brasília) desta sexta-feira (15), cravando nova mínima no ano, diante do mau humor global gerado pelas tensões comerciais entre EUA e China após Trump aprovar tarifas de US$ 50 bilhões sobre produtos chineses. Diante deste clima de aversão ao risco, o dólar engatou uma recuperação e retornou para R$ 3,80, praticamente “ignorando” a atuação do BC.
Após a moeda disparar 2,3% na véspera e retornar para a faixa de R$ 3,80, o Banco Central anunciou na noite de ontem que irá ofertar em torno de US$ 10 bilhões em swaps cambiais na próxima semana. Além disso, a autoridade monetária fez questão de afirmar que não vê restrições para que o estoque de swaps cambiais exceda “consideravelmente” volumes máximos atingidos no passado. Contudo, com a pressão externa, a moeda ganhou força e reduziu suas perdas, ao passo que é cotado em baixa de 0,29%, aos R$ 3,80.
No mercado de juros futuros, o nível de estresse visto no pregão passado perdeu força diante da expectativa de aumento da Selic na reunião do Copom na próxima quarta-feira (20) em vista da disparada do câmbio, uma vez que a alta da taxa básica de juros elevará a atratividade pelo carry trade. Os contratos com vencimento em janeiro de 2019 recuavam 10 pontos-base, cotados a 7,51%, enquanto com vencimento em janeiro de 2021 marcavam queda de 15 pontos, aos 10,32%.
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Diante da forte inclinação da curva de juros nos últimos dias, o Tesouro Nacional decidiu alterar o modo como vem oferecendo liquidez ao mercado de títulos e pretende realizar na próxima semana leilões diários de compra e venda de NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais), LTN (Letra do Tesouro Nacional) e NTN-B (Notas do Tesouro Nacional série B Principal). Para completar, o CMN (Conselho Monetária Nacional) aprovou proposta de antecipar de março de 2020 para agosto de 2019 o prazo para que entidades abertas de previdência complementar deixem de cumprir exigência de hedge para títulos prefixados de longo vencimento. A medida diminui exigência para que fundos de pensão façam operações no mercado futuro de juros.
Tensão comercial
O presidente dos EUA, Donald Trump, aprovou tarifas de US$ 50 bilhões sobre produtos chineses nesta sexta-feira e o governo chinês já prometeu retaliar do mesmo modo, reacendendo o clima de guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
“A China não quer uma guerra comercial, mas o lado chinês não tem opção a não ser se opor fortemente a isso, devido ao comportamento míope dos Estados Unidos que afetará ambos os lados”, segundo comunicado do Ministério do Comércio da China. A lista inicial de Trump inclui 818 produtos e os outros US$ 50 bilhões prometidos pelo presidente dos EUA ainda serão decididos.
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Destaques do mercado
Do lado negativo, destaque para as ações do setor siderúrgico, que recuam por conta dos receios do mercado de uma escalada da guerra comercial entre China e EUA. Enquanto isso, os papéis da Braskem disparam após a Odebrecht afirmar que está negociando a venda de sua participação na empresa para a holandesa LyondellBasell.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
CSNA3 | SID NACIONALON | 7,90 | -3,66 | -5,73 | 22,04M |
VVAR11 | VIAVAREJO UNT N2 | 20,59 | -3,56 | -15,76 | 3,71M |
BRFS3 | BRF SA ON | 20,13 | -3,55 | -45,00 | 48,42M |
GOLL4 | GOL PN N2 | 11,74 | -2,98 | -19,59 | 5,98M |
BRAP4 | BRADESPAR PN | 29,28 | -2,95 | +5,67 | 5,09M |
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BRKM5 | BRASKEM PNA | 48,96 | +19,07 | +19,13 | 133,17M |
RADL3 | RAIADROGASILON | 70,34 | +3,67 | -23,22 | 26,07M |
EGIE3 | ENGIE BRASILON | 34,11 | +1,67 | -3,94 | 5,07M |
ELET6 | ELETROBRAS PNB | 16,62 | +1,65 | -26,78 | 5,41M |
IGTA3 | IGUATEMI ON | 29,58 | +1,54 | -23,49 | 1,17M |
* – Lote de mil ações 1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) |
Conexão Brasília
O Conexão Brasília desta semana recebe o publicitário Renato Meirelles, diretor e fundador do instituto de pesquisa Locomotiva. Na pauta, o cenário eleitoral e os assuntos que deverão guiar a disputa presidencial sob a ótica de quem vai decidir o futuro do país: os eleitores. O programa é transmitido ao vivo, a partir das 14h30 (horário de Brasília), pela InfoMoneyTV. Confira a grade completa da IMTV clicando aqui.
Pesquisa eleitoral
A menos de quatro meses do primeiro turno, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) mantém a liderança na corrida presidencial, mas está mais distante de seu melhor desempenho já registrado. É o que mostra pesquisa realizada pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) entre 11 e 13 de junho, a quarta encomendada pela XP Investimentos em cinco semanas. O InfoMoney teve acesso aos dados com exclusividade.
De acordo com o levantamento, o parlamentar agora tem entre 19% e 22% das intenções de voto, dependendo da situação avaliada. Em todos os casos, o pré-candidato pelo PSL teve oscilação para baixo de 1 ponto percentual em comparação com a semana anterior, movimento dentro da margem de erro de até 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. O desempenho não freou a tendência de queda observada desde a máxima atingida por Bolsonaro no terceiro levantamento da série, de até 26%, entre 21 e 23 de maio.
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Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados, o deputado voltou aos 13% registrados no primeiro levantamento, após chegar a marcar 18% em sua melhor semana, entre 21 e 23 de maio. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece tecnicamente empatado, com 12% das intenções de voto, em uma oscilação de 2 pontos percentuais para baixo em relação à semana anterior. Outros candidatos não passam de 2% nesta situação enquanto o grupo dos “não voto” (brancos, nulos e indecisos) soma 65%, 3 p.p. a mais que no último levantamento.
A pesquisa testou quatro situações de primeiro turno. No cenário sem uma candidatura apresentada pelo PT, Bolsonaro tem 22%. Na sequência, aparecem tecnicamente empatados a ex-senadora Marina Silva (Rede), com 13%, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), com 11%, e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), com 8%. O senador Álvaro Dias (Podemos) tem 6%. Manuela D’Ávila (PCdoB) e Henrique Meirelles (MDB) aparecem com 2%. Com 1%, estão Guilherme Boulos (PSOL) e Flávio Rocha (PRB). Brancos, nulos e indecisos somam 34%.
Agenda de indicadores
Na agenda de indicadores, destaque para o resultado do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de abril, que marcou avanço de 0,46% frente março, enquanto o mercado esperava crescimento de 0,60%. Na comparação entre os meses de abril de 2018 e abril de 2017, houve alta de 3,70% na série sem ajustes sazonais, ao passo que as projeções apontavam para +3,90%.
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Nos EUA, a produção industrial de maio recuou 0,1%, ficando abaixo do esperado pelo mercado, que estimava alta de 0,2%. O resultado era bastante aguardado pelo mercado após as vendas do varejo surpreenderam ontem com avanço de 0,8% em maio, enquanto era esperada alta de 0,4% pelo mercado.
Notícias do dia
A possibilidade da entrada de um novo outsider na disputa eleitoral ganha destaque no noticiário de hoje. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o apresentador José Luiz Datena, da rádio e TV Bandeirantes, é quem se apresenta. Datena reforçou seu desejo de concorrer a uma vaga no Senado, provavelmente na chapa do ex-prefeito João Doria (PSDB), pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, mas disse que avalia também o lançamento de uma candidatura à Presidência.
Já sobre a campanha do Henrique Meirelles, o Estadão informa que o economista José Márcio Camargo será o coordenador econômico da pré-campanha à Presidência do ex-ministro da Fazenda. O acerto para o ingresso de Camargo ao time de campanha de Meirelles foi fechado nesta quarta. Mas a situação da campanha do ex-ministro é delicada: até dirigentes do MDB que apostavam na candidatura de Meirelles admitem que seu projeto corre risco de naufragar. Para eles, o ex-ministro da Fazenda perdeu apelo com a constatação, pelo Datafolha, de que a impopularidade recorde de Michel Temer está umbilicalmente ligada à insatisfação com a economia.
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