Ibovespa intensifica perdas com virada do petróleo e dia de realização no exterior

Índice acompanha recuo do petróleo após redução de excedente pela Opep, e perde 360 pontos em 40 minutos

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Após acumular alta de 3,5% em dois pregões, o Ibovespa tem uma sessão de correção nesta quinta-feira (19), acompanhando o movimento de realização de lucros observado nas bolsas mundiais. Às 14h38 (horário de Brasília), o benchmark brasileiro recuava 0,57%, a 85.290 pontos.

Nos últimos 40 minutos, o índice perdeu 360 pontos, puxado sobretudo pela virada das commodities, em meio à notícia de que a Opep e seus aliados reduziram drasticamente o excedente de petróleo em estoques, o que tende a provocar impactos pela maior oferta do produto no mercado. Além dos fatores externos, tecnicamente, o Ibovespa enfrenta a resistência de 86 mil pontos, principal obstáculo de curto prazo.

Recuperando-se da queda recente, o dólar futuro com vencimento em maio registrava valorização de 0,44%, aos R$ 3,400, ao mesmo tempo em que os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operavam em alta de 2 pontos-base e 3 pontos, respectivamente, cotados a 6,23% e 7,92%, nesta ordem.

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Bolsas mundiais

O Dow Jones e S&P 500 recuavam 0,49% e 0,74%, respectivamente, corrigindo parte dos ganhos recentes com o otimismo com a temporada de resultados. Enquanto isso, as principais bolsas asiáticas fecharam em alta generalizada pelo segundo dia consecutivo, favorecidas pela diminuição de tensões geopolíticas e por um forte avanço do petróleo, que estimulou o apetite por ativos mais arriscados. 

A recente ofensiva militar liderada pelos EUA na Síria não gerou mais repercussão e, ao mesmo tempo, Washington dá sinais de que busca superar suas diferenças com o regime da Coreia do Norte. Em coletiva de imprensa ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que ele e sua equipe farão “o que for possível” para que seu planejado encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, seja bem-sucedido. A expectativa é que Trump e Kim se reúnam até o fim de maio ou começo de junho. 

Já no âmbito comercial, China e EUA não voltaram a trocar ameaças significativas, embora Pequim tenha decidido aplicar medidas antidumping temporárias a importações de borracha dos EUA, da União Europeia e de Cingapura, a partir de amanhã.

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Destaques do mercado

Do lado positivo, destaque para as ações da BRF, que sobem após o presidente da Petrobras, Pedro Parente, substituirá Abilio Diniz no comando do conselho de administração da empresa. Fora do índice, destaques para a queda dos papéis da Gol, depois da Smiles apresentar proposta para o novo Conselho de Administração (clique aqui e confira as notícias).

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 KROT3 KROTON ON 13,32 -4,52 -27,15 118,41M
 CYRE3 CYRELA REALTON 13,84 -1,98 +4,69 14,88M
 GGBR4 GERDAU PN 17,06 -1,61 +38,06 110,58M
 ITSA4 ITAUSA PN 13,25 -1,56 +28,58 80,80M
 EQTL3 EQUATORIAL ON 70,13 -1,52 +7,00 23,85M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRFS3 BRF SA ON 23,97 +4,04 -34,51 546,99M
 FLRY3 FLEURY ON 27,24 +2,21 -5,45 54,06M
 USIM5 USIMINAS PNA 11,28 +1,99 +23,96 131,53M
 SBSP3 SABESP ON 34,59 +1,74 +0,76 24,41M
 SMLS3 SMILES ON 67,65 +1,73 -10,72 87,40M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

IMTV
Você já “deu tilt” nos trades? Comprou e levou um stop; vendeu e o mercado veio contra? Quando lembrou que podia subir, abriu uma nova compra e a Bolsa mais uma vez te deu uma rasteira? No programa “Você, Trader!” desta quinta-feira, o analista Rodrigo Cohen, da Rico Investimentos, comentará exatamente sobre isso. Como parar de perder o controle da situação e passar a ter consistência nas operações. Mande suas dúvidas na transmissão ao vivo pelo Facebook a partir das 17h30.  Veja a grade completa clicando aqui. 

De olho no STF

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, suspendeu na quarta-feira (18) o julgamento do recurso da defesa do deputado afastado Paulo Maluf (PP-SP), sobre a possibilidade de apresentação de embargos infringentes após o parlamentar ter sido condenado pela Primeira Turma a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão. A discussão deverá ser retomada em plenário na sessão desta quinta-feira às 14h00, com os votos dos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Cármen Lúcia.

Até o momento, a ministra Rosa Weber e os ministros Edson Fachin (relator do caso na Corte), Luís Roberto Barroso e Luiz Fux manifestaram-se contra a possibilidade de mais um recurso ao réu. Votaram contra o pedido os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski. Em seu voto, o ex-presidente do STF disse que o direito de recorrer é uma “garantia fundamental do cidadão”.

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Perfil de Joaquim Barbosa

Nesta quinta-feira (19), o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) irá se reunir com o comando do PSB  para discutir os temas da possível campanha e, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, neste empenho para se tornar um candidato pró-mercado, Barbosa tentará contato com o ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos, Armínio Fraga.

Barbosa mescla ideias de cunho liberal, mas sem esquecer das pautas sociais. O provável candidato pelo PSB defende que um governo deve trabalhar com reformas estruturais, privatizações e a livre concorrência, ao mesmo tempo em que deve trabalhar pela redução de desigualdades e pela preservação de garantias fundamentais dos cidadãos. Neste sentido, segundo matéria do Valor Econômico, ainda como ministro do STF os votos de Barbosa eram de viés liberal, citando votos favoráveis à quebra do monopólio da Petrobras e ao status de ministro para presidente do Banco Central.

Sobre Marina Silva, segundo matéria do Valor, a pré-candidata do Rede irá reciclar programa de 2014 em sua proposta econômica. O equilíbrio fiscal deve ganhar destaque junto com reformas da Previdência, tributária e trabalhista. Já matéria da Folha destaca cálculos de aliados do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) de que ele já teria o apoio de 10% da Câmara. O Estadão, por sua vez, informa que a pré-candidatura ao Palácio do Planalto do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), perdeu força e começa a ser reavaliada pela cúpula do DEM, que passou a procurar nomes como o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) para conversar sobre futuras alianças.

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