Ibovespa futuro tem leve alta, acompanhando Wall Street; dólar volta a cair

Investidores se posicionam com cautela, aguardando reuniões da Otan e do G7, que podem trazer novas sanções à Rússia

Vitor Azevedo

(Shutterstock)

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O Ibovespa futuro opera em leve alta no inicio do pregão desta quinta-feira (24). Às 9h20 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em junho avançava 0,14%, aos 118.370 pontos, acompanhando a performance dos futuros americanos.

Nos Estados Unidos, o contratos do Dow Jones para junho avançam 0,35%, os do S&P 500, 0,44% e os da Nasdaq, 0,51%. A sinalização é de um dia de leve recuperação, após as fortes quedas da véspera.

Investidores monitoram hoje atualizações sobre a reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que se estende ao longo do dia. Os principais lideres do grupo, incluindo o presidente americano Joe Biden, se reúnem em Bruxelas, na Bélgica, para discutir novas posições a respeito da invasão Russa à Ucrânia. O presidente deste país, Volodymyr Zelensky, participará do encontro por videoconferência.

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Além da reunião extraordinária da Otan, membros do G7 também se reunirão. A expectativa é que novas sanções contra o país governado por Vladimir Putin sejam anunciadas – com um possível embargo ao petróleo russo no radar – bem como novas movimentações militares.

“As bolsas seguem fracas, bem como o petróleo, tudo meio parado, com investidores aguardando as reuniões da Otan e do G7”, comenta Fernando Bresciani, analista de investimento da Andbank.

Na Europa, os principais índices não têm tendência exata. O DAX, da Alemanha, recua 0,24%, bem como o STOXX 600, de todo o continente, que cai 0,07%. O FTSE, do Reino Unido, e o CAC 40, da França, por outro lado, sobem 0,19% e 0,10%, respectivamente.

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Investidores, nesta quinta, repercutem também dados macroeconômicos do Velho Continente. Mais cedo, houve a divulgação dos PMIs da Alemanha, do Reino Unido e de toda a Zona do Euro, que vieram quase todos acima do consenso, apesar de terem recuado na base mensal.

“De acordo com o relatório oficial que acompanha a publicação dos dados, os resultados ressaltam como a guerra na Ucrânia exerce impacto imediato e material sobre a economia da região, e há risco significativo de declínio da atividade. O conflito militar tem agravado gargalos nas cadeias de suprimentos e pressões de preços relacionadas à pandemia, e devem culminar em inflação mais elevada”, afirma a XP Investimentos, em seu morning call.

Na Ásia, a tendência foi de queda. Além de repercutir as baixas dos principais índices ocidentais de ontem, pesou nos índices do continente o desempenho das ações de tecnologia chinesas. A Tencent, importante tech do gigante asiático, viu o crescimento da sua receita desacelerar no quarto trimestre de 2021 para o nível mais baixo de toda a história e o sentimento negativo contaminou boa parte das companhias semelhantes.

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O HSI, de Hong Kong, caiu 0,94% e o Shanghai, da China continental, teve baixa de 0,63%. O Kospi, da Coréia do Sul, recuou 0,20%. O Nikkei, do Japão, conseguiu fugir do pessimismo e avançou 0,25%.

Apesar da possibilidade do embargo de petróleo russo, o preço da commodity tem leve queda no início da manhã, em parte porque o cenário já foi absorvido por investidores nos últimos dias. O barril Brent para junho cai 0,12%, a US$ 121,45, e o WTI para maio cai 0,15%, a US$ 114,75. O preço do minério de ferro, por sua vez, avançou no porto de Dalian, fechando em alta de 1,30

No cenário interno, Ibovespa futuro repercute relatório trimestral de inflação

O Banco Central divulgou logo pelo início da manhã seu relatório trimestral da inflação, atualizando projeções e suas visões do cenários macroeconômicos brasileiro e mundial.

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A projeção da instituição responsável pela política monetária brasileira é que o produto interno bruto do país (PIB) avance 1% em 2022, sem alterações. Em relação à política monetária, o documento reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a intenção de subir a Selic novamente em um ponto.

Quanto à inflação, o Banco Central continua a ver a alta dos preços aos consumidores de forma disseminada, muito ligada ao preço dos combustíveis e a problemas de oferta. Do outro lado, a valorização recente do Real, para eles, ajuda a conter, parcialmente, o aumento da inflação. A projeção do Banco Central é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode avançar até 7,10% no ano, desacelerando para 4% em 2023.

O Real, pela manhã desta quinta-feira, tem mais um dia de valorização frente ao dólar. O contrato futuro da moeda americana cai 0,30%, a R$ 4,820. O dólar comercial cai 0,75%, a R$ 4,807 na compra e a R$ 4,808 na venda.

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“Continuamos a ver uma forte entrada dos investidores estrangeiros no Brasil. No dia 21 de março, por exemplo, foi US$ 1,5 bilhão, acumulando US$ 18 bilhões apenas em março. É muito dinheiro e isso continua jogando o Real para baixo”, afirma Bresciani.

A curva de juros brasileira tem tendência, em sua maioria, de queda. No meio da curva e na ponta longa, os DIs com vencimento em 2025, 2027 e 2029 veem seus rendimentos caírem, respectivamente, dois, um e um pontos-base, a 12,08%. 11,85% e 11,97%, na mesma sequência. Apenas o DI para 2023 vê sua taxa avançando, com alta de um ponto, para 12,98%.

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