Ibovespa futuro sobe seguindo exterior e com investidores à espera de Powell; dólar tem leve queda

As bolsas internacionais repercutem a desaceleração da taxa de novos casos do novo coronavírus; por aqui, juros caem digerindo a ata do Copom

Lara Rizério

Fonte: reprodução

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SÃO PAULO – Após a sessão de forte queda na véspera, a despeito da alta nas bolsas de Nova York, o Ibovespa indica uma sessão de alívio nesta terça-feira (11), agora acompanhando o noticiário externo. Às 9h11 (horário de Brasília), o contrato do Ibovespa Futuro com vencimento para fevereiro de 2020 registrava alta de 0,70%, a 113.835 pontos. O dólar futuro para março, por sua vez, registra queda de 0,28%, a R$ 4,317.

As bolsas internacionais repercutem a desaceleração da taxa de novos casos do novo coronavírus; contudo, os investidores seguem de olho nos efeitos da doença, que já infectou 42.638 pessoas e matou 1.016 na China continental.

Enquanto isso, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou que os fundamentos da economia chinesa são fortes e que o impacto do surto do coronavírus será curto sobre a atividade econômica do país, o que ajudou a tranquilizar os investidores da Ásia, que aguardam por novos estímulos do Banco do Povo da China. Os futuros de Nova York tinham modesto avanço na manhã de hoje, após o forte pregão de ontem, enquanto as bolsas europeias abriram em alta.

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Já os contratos de juros futuros registram baixa nesta sessão, também repercutindo a ata da última reunião de política monetária do Copom, que reduziu a taxa básica de juros de 4,5% para 4,25%. O contrato com vencimento em janeiro de 2021 registra queda de 2 pontos-base, a 4,23%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 tinha baixa de 4 pontos-base, a 5,46%, seguido pela baixa de 3 pontos-base do vencimento em janeiro de 2027, a 6,43%.

A ata do Copom destaca que o “atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária”. “Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019 [cortes de juros já efetuados], o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária [redução da taxa básica]”. Contudo, o BC também avaliou que “seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, com peso crescente para o ano-calendário de 2021”.

No começo da tarde, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, falará e pode ser o driver mais importante da sessão, com o coronavírus em segundo plano; os dados de atividade econômica dos EUA têm sido fortes ultimamente e os investidores buscarão informações para confirmar as
chances de redução de taxas estimadas neste ano.

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Os investidores também ficam de olho na temporada de balanços: o Itaú Unibanco (ITUB4) registrou lucro líquido de R$ 28,4 bilhões em 2019, alta de 10%. Apenas no último trimestre do ano passado, o lucro do maior banco privado do país foi de R$ 7,3 bilhões, em linha com o esperado por analistas. Enquanto isso, Petrobras e Vale reagem a dados de produção.

A produção da Petrobras no quarto trimestre de 2019 foi de 3,025 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), alta de 13,7% ante os 2,660 milhões de boed em igual período do ano anterior. Esta foi a primeira vez que a companhia superou 3 milhões de barris em um trimestre. Já a Vale registrou uma produção de minério de ferro de 78,3 milhões de toneladas no quatro trimestre, queda de 9,7% na base trimestral.

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(Com Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.