Ibovespa Futuro sobe forte com desaceleração do coronavírus na Ásia e na Europa; dólar cai a R$ 5,20

Pré-market mostra ganhos diante das notícias mais esperançosas acerca da evolução da pandemia que já matou milhares ao redor do mundo

Ricardo Bomfim

Foto: reprodução

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro registra forte alta nesta terça-feira (7) com o maior ânimo dos mercados com a desaceleração do crescimento de casos de coronavírus, apesar das incertezas. Pela primeira vez desde janeiro a China não registrou nenhuma morte pela Covid-19. Os sinais são de que a pandemia do coronavírus está em declínio também na Espanha, Itália e Áustria – que será o primeiro país europeu a reabrir o comércio, em 14 de abril.

Apesar de o primeiro-ministro britânico Boris Johnson estar hospitalizado com coronavírus na UTI de um hospital londrino, o sentimento é que a Covid-19 entrou agora numa curva declinante. Alguns países como a Itália já projetam voltar à reabertura gradual do comércio e de outras atividades, a chamada “Fase 2” da quarentena. Na Itália a “Fase 2” deve começar em 4 de maio, informa o jornal Corriere della Sera.

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou um pacote de US$ 999 bilhões para reativar a economia nipônica.

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Às 09h13 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro registrava ganhos de 5,06%, aos 78.240 pontos. Já o dólar futuro para maio cai 1,71% a R$ 5,205. O dólar comercial, por sua vez, cai 1,69%, a R$ 5,2004 na compra e R$ 5,2021 na venda.

Entre os indicadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça que as vendas do varejo brasileiro em fevereiro cresceram 1,2% na comparação com o mês anterior. A expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg era de uma queda de 0,4%. Na série sem ajuste sazonal, houve aumento de 4,7% na comparação com fevereiro de 2019. No acumulado no ano, contra igual período do ano anterior, o avanço foi de 3,0%.

Política 

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, declarou na noite de ontem que permanecerá no cargo, após um dia inteiro de especulações sobre a sua saída do governo. “Vamos continuar enfrentando o nosso inimigo, que tem nome e sobrenome: Covid-19”, afirmou.

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O pronunciamento aconteceu após uma reunião descrita com tensa com o presidente Jair Bolsonaro e outros ministros no Palácio do Planalto, informa a Folha de S. Paulo.

Bolsonaro insiste no uso da cloroquina no combate ao coronavírus. Mandetta rebateu que não existe protocolo seguro para o uso do medicamento contra a Covid-19. Integrantes do chamado “grupo moderado” tentaram convencer Bolsonaro a não demitir Mandetta. Já em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) estendeu a quarentena até 22 de abril.

Dívidas e bancos 

Um levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indica que a crise provocada pela epidemia do coronavírus levou dois milhões de clientes a procurar os cinco maiores bancos do país para renegociar R$ 200 bilhões em empréstimos. O valor que foi discutido por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander, contudo, não foi divulgado. O Itaú Unibanco informou que aceitou apenas 5% dos 302 mil pedidos que recebeu, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

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Noticiário corporativo 

A Lojas Renner informou que emitirá debêntures simples no valor de R$ 500 milhões. A soma levantada será usada pela empresa como capital de giro e fortalecerá o caixa. Já a JBS comunicou na noite de ontem que concluiu a aquisição da Empire Packing Company nos Estados Unidos. A transação, feita pela filial americana do frigorífico brasileiro, envolveu US$ 238 milhões – ao redor de R$ 1,14 bilhão pelo câmbio de fevereiro – e deu à empresa o controle da marca Ledbetter e cinco plantas. A BRF informou ontem que a alfândega chinesa autorizou o seu frigorífico em Dourados (MS) a exportar carnes de aves para a China.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.