Ibovespa Futuro recua com impasse entre China e EUA; Vale enfrenta mais problemas

Previdência em compasso de espera, área de barragem evacuada e China-EUA sem acordo estão no radar dos investidores

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O mercado doméstico tenta recuperação nesta sexta-feira (8) em meio a sinais de que um acordo entre China e Estados Unidos está longe de acontecer e de novas complicações para a Vale.

Às 9h26 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro caía 0,19%, a 94.250 pontos. O contrato de dólar futuro com vencimento em março de 2019 tinha queda de 0,12%, cotado a R$ 3,718, e o dólar comercial recuava 0,22%, para R$ 3,708. 

A Vale deu início a uma evacuação em Barão de Cocais (MG) — a 100 km de Belo Horizonte — na última madrugada por determinação da ANM (Agência Nacional de Mineração) após uma empresa de consultoria negar a estabilidade da estrutura. Cerca de 500 pessoas serão realocadas e, de acordo com a empresa, as inspeções na barragem estão sendo intensificadas e a evacuação é uma medida é preventiva.

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Ainda no radar da mineradora, o G1 teve acesso aos depoimentos dos funcionários e terceirizados que foram presos após o desastre em Brumadinho e publica que os sensores da estrutura da barragem que se rompeu em 25 de janeiro apontaram uma leitura com “anormalidade” no dia 10 de janeiro. De acordo com o depoimento de um geólogo, que já foi solto, as leituras mostravam que, caso o piezômetro não estivesse com problemas, “seria um sinal de que a barragem estaria com problemas”.

Ainda no radar dos investidores está a reforma da Previdência em compasso de espera com o presidente Jair Bolsonaro diagnosticado com pneumonia e médicos estimando extensão da internação por cinco a sete dias. “Isso poderia implicar atrasos na definição da proposta da reforma da Previdência, que dependerá da alta do presidente”, observa o time de análise de XP Research. 

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Na agenda econômica, a inflação de janeiro medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou de 0,15% para 0,32% na comparação com dezembro e alcançou 3,78% no acumulado nos últimos 12 meses. O resultado vem abaixo da expectativa mediana da pesquisa feita pela Bloomberg, que projetava alta de 0,37% ante dezembro e uma variação anual de 3,82%.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura

Bolsas mundiais

Os índices futuros dos Estados Unidos apontam para uma abertura em queda diante das preocupações com o comércio. Na tarde de ontem, o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que os Estados Unidos e a China estão longe de fechar um acordo comercial, azedando os mercados por lá na véspera.

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Além disso, é improvável que um encontro entre Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping aconteça antes do término da trégua na guerra comercial entre os países, que termina neste mês. Questionado durante um evento no Salão Oval se haveria uma reunião antes de 1º de março, Trump disse: “não”.

As preocupações com o crescimento global também pesam no humor dos investidores após a Comissão Europeia anunciar o corte drástico de suas previsões para o crescimento do bloco econômico, uma vez que enfrenta uma série de desafios domésticos, além da tensão comercial global. 

As bolsas europeias operam perto da estabilidade e as bolsas asiáticas encerraram em queda com as novas preocupações sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos. Não chegar a um acordo significa que o governo Trump irá impor tarifas adicionais aos produtos chineses. 

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Vale lembrar que a bolsa na China permanece fechada ao longo desta semana devido ao Ano Novo Lunar e o mercado de Hong Kong voltou a operar hoje após os quatro dias de feriado.

Os preços do petróleo operam em queda por cautela com crescimento global e incertezas sobre as disputas comerciais entre China e Estados Unidos. 

Os futuros de minério subiram mais de 5% para nível mais alto desde 2014 sob a preocupação de que a crise cada vez mais severa da Vale reduzirá o fornecimento global, trazendo condições mais apertadas ao mercado transoceânico e compensando o impacto de uma desaceleração na China, o maior importador.

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O Goldman Sachs alertou que poderia haver “interrupção significativa” para a oferta brasileira no curto prazo, e os preços deverão ser elevados e voláteis, já que a produção em outros lugares não pode ser ajustada com rapidez suficiente para compensar a escassez, de acordo com um relatório do banco.

Conexão Brasília

O Conexão Brasília desta semana recebe Manoel Fernandes, diretor da BITES, empresa especializada na análise de dados digitais. Na pauta, o papel das redes sociais como fator de mobilização da opinião pública e de crescente pressão sobre as atividades do mundo político.

Quais são as virtudes e os riscos que o ganho de importância desta variável traz para a democracia representativa no Brasil? Como as mídias digitais poderão influenciar na construção de governabilidade e na condução de pautas prioritárias da gestão do presidente Jair Bolsonaro? E o que acontece com agendas impopulares nesse contexto?

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O programa é transmitido ao vivo, a partir das 14h45 (horário de Brasília), pela IMTV e página do InfoMoney no Facebook.

Reforma da Previdência

O mercado está em atenção com a saúde do presidente Jair Bolsonaro, que pode implicar em atrasos no ritmo da reforma da Previdência. Bolsonaro segue na unidade de tratamento semi-intensivo, com pneumonia e sem prazo para alta. 

Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o presidente terá que tomar decisões importantes sobre a reforma quando deixar o hospital e que é preciso respeitar esse período de recuperação. Perguntado se há uma preocupação com as discussões sobre a reforma diante da informação de que Bolsonaro está com pneumonia, ele encerrou a entrevista que ocorria em frente à residência oficial do Senado, informa o jornal Valor Econômico. 

O prolongamento da internação e a resistência interna em ver o vice-presidente general Hamilton Mourão no comando do país colocam em compasso de espera decisões estratégicas para o país, que incluem ainda o acordo sobre a cessão onerosa do excedente da Petrobras e a medida provisória do recadastramento de armas, aponta reportagem do Valor.

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Enquanto isso, os integrantes da equipe econômica foram convencidos de que tentar aprovar a reforma na Câmara em março, como chegou a ser cogitado, poderia causar resistência política e contestação jurídica no STF (Supremo Tribunal Federal) e impôs um recuo no plano. “O risco jurídico e político será infinitamente menor se a tramitação da reforma da Previdência seguir o tiro normal de uma nova PEC”, afirmou um ministro ao G1.

Vale lembrar que Rodrigo Maia, presidente da Câmara, afirmou em entrevista à GloboNews que votar a reforma da Previdência sem respeitar os prazos regimentais pode transformar a Câmara em um “campo de guerra”. 

Noticiário corporativo

>> A Vale deu início a uma evacuação em Barão de Cocais (MG) — a 100 km de Belo Horizonte — na última madrugada e cerca de 500 pessoas serão realocadas. A ANM (Agência Nacional de Mineração) determinou a implantação do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração após uma empresa de consultoria negar a estabilidade da estrutura.

De acordo com a mineradora, as inspeções na barragem estão sendo intensificadas e a evacuação é uma medida é preventiva.

Ainda no radar da mineradora, o G1 teve acesso aos depoimentos dos funcionários e terceirizados que foram presos após o desastre em Brumadinho e publica que os sensores da estrutura da barragem que se rompeu em 25 de janeiro apontaram uma leitura com “anormalidade” no dia 10 de janeiro. 

De acordo com o depoimento de um geólogo, que já foi solto, as leituras mostravam que, caso o piezômetro não estivesse com problemas, “seria um sinal de que a barragem estaria com problemas”.

O Ministério Público de Minas Gerais pediu a revisão de autorização da Vale para Maravilhas III, que serviria ao complexo minerador de Vargem Grande Suspender Vargem Grande causará uma perda de cerca de 13 milhões de toneladas por ano, segundo a empresa.

Por fim, a possibilidade de punição de executivos da Vale aumentou de forma significativa nos últimos anos, sendo ainda mais agravada após o desastre em Brumadinho (MG), segundo especialistas ouvidos pelo Valor, devido ao maior rigor de juízes após os escândalos do mensalão e da Petrobras.

Se houver prova de que a empresa sabia do risco de desabamento da barragem e não tomou providências, a acusação pode ser por homicídio doloso (com intenção), culposo (sem intenção) ou com dolo eventual (sem intenção, mas consciente dos riscos). Há, ainda, chance de enquadramento na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), que prevê detenção de três meses a um ano em casos de omissão.

>> A Petrobras provisionará mais de US$ 600 milhões referentes à sentença de arbitragem movida pela Vantage Deepwater Company e Vantage Deepwater Drilling contra a companhia e subsidiárias. De acordo com a estatal, o efeito decorrente do provisionamento será reconhecido no resultado consolidado do quarto trimestre de 2018.

>> A BR Distribuidora informou que o assessor financeiro BR Partners iniciou a etapa de avaliação e seleção de potenciais interessados em parceria estratégica no segmento de lojas de conveniência BR Mania. Segundo a distribuidora de combustíveis da Petrobras, os interessados não estão restritos ao setor de conveniência, mas também são atuantes nas áreas de varejo e tecnologia.

>> A Lojas Renner reportou lucro líquido de R$ 439,8 milhões no quarto trimestre de 2018, expansão de 32,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No ano de 2018, o lucro acumulado da varejista chega a R$ 1,020 bilhão, crescimento de 39,2% ante 2017.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da varejista entre outubro e dezembro de 2018 chegou a R$ 742,7 milhões, aumento de 23,1% na comparação com os mesmos meses do ano anterior. No ano, o Ebitda ajustado soma R$ 1,773 bilhão, crescimento de 20,2%.

>> O ressegurador IRB Brasil apresentou lucro líquido de R$ 372,9 milhões no quarto trimestre de 2018, incremento de 49,7% em relação ao mesmo período de 2017, de R$ 249 milhões. Em todo o exercício passado, o resultado da companhia foi a R$ 1,219 bilhão, crescimento de 31,8% em relação aos R$ 925,0 milhões registrados em 2017.

>> A BR Properties teve lucro líquido de R$ 124,1 milhões no quarto trimestre de 2018, 38% acima em comparação com o mesmo período do ano anterior. O lucro líquido ajustado, na mesma base de comparação, caiu 88%, para R$ 2,26 milhões. O Ebitda ajustado teve queda de 14%, para R$ 65,9 milhões. Em termos ajustados, o prejuízo financeiro foi de R$ 61,64 milhões, ante o prejuízo de R$ 58,94 milhões um ano antes.

>> O Bradesco anunciou que irá propor aumento de capital de R$ 8 bilhões com bonificação. O banco irá emitir 1,34 bilhões de ações a serem distribuídas aos acionistas na proporção de 2 novas ações para cada 10 ações que eles detiverem, segundo comunicado ao mercado.

>> A Eletrobras pode recorrer a uma emissão de debêntures para honrar cerca de US$ 1 bilhão de bônus que vencem no início de julho. A estratégia estaria sendo desenvolvida porque a companhia não conseguirá concretizar uma pretendida nova captação de bônus a tempo de honrar seus compromisso.

Embora o vencimento só ocorra daqui a cinco meses, o balanço da companhia de 2018, que seria usado pela elétrica como referência nos prospectos para apresentação aos investidores externos, só sai em 25 de março. Além disso, a empresa tem de apresentar seu balanço às autoridades do mercado norte-americano.

>> A Marfrig anunciou a demissão de 400 funcionários com parada do turno da noite em Promissão (SP). A parada ocorreu na linha de desossa da unidade. 

>> A Azul espera adicionar 21 aeronaves última geração em 2019. A adição representa um aumento de oito aeronaves em relação ao seu plano original e serão compensadas pela saída de 15 Embraer E195 E1, sete a mais do que o anunciado anteriormente. Em linha com a estratégia de substituição de aeronaves menores por aeronaves maiores, espera-se que o total de assentos-quilômetros oferecidos (ASKs) aumente em 18% e as partidas em apenas 5%.

(Com Bloomberg e Agência Estado)