Ibovespa Futuro dispara 3% com abertura de impeachment de Dilma; dólar cai

Mercado acompanha ETF brasileiro no exterior e tem forte alta depois de Eduardo Cunha afirmar que abrirá pedido de impedimento da presidente

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro dispara nesta quinta-feira (3), confirmando o movimento registrado ontem no ETF brasileiro negociado nos EUA, que subiu 2,48%. A valorização dos ativos brasileiros seguiu o anúncio do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que abrirá o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Lá fora, o dia é de alta nas bolsas europeias à espera da reunião do BCE (Banco Central Europeu), que pode trazer mais estímulos do programa conhecido como Quantitative Easing. 

Às 9h06 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para dezembro subia 3,07%, a 48.105 pontos. Já o dólar futuro para janeiro recua 0,47% a R$ 3,852. 

“Não faço isso por motivação política e rejeitaria se estivesse de acordo com a lei”, afirmou Cunha sobre o impedimento. Desde que soube da decisão da bancada do PT, que decidiu que os votos de seus três representantes no Conselho de Ética serão favoráveis à admissibilidade do processo que pode determinar a cassação do mandato do peemedebista, Cunha manteve-se fechado em seu gabinete na presidência da Casa conversando com várias lideranças.

Continua depois da publicidade

Sobre o impeachment, o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), disse que serão abertas duas frentes contra o pedido, uma no Supremo Tribunal Federal e outra no Congresso.

Além da questão política, hoje foi dia de divulgação da ata da 195ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O texto disse que a maioria do comitê considerou monitorar a situação até a próxima reunião e que parte dos membros avaliou que uma alta dos juros reduziria o risco para a meta de inflação. 

“As informações disponíveis sugerem certa persistência da inflação, o que reflete, em parte, a dinâmica dos preços no segmento de serviços e, no curto prazo, o processo de realinhamento dos preços administrados e choques temporários de oferta no segmento de alimentação e bebidas”, escreveu o Copom.

Continua depois da publicidade

O comitê ressaltou que há incertezas no balanço de riscos, principalmente sobre a velocidade do processo de recuperação dos resultados fiscais e a sua composição. 

Cenário externo
A maior parte das bolsas mundiais tem um dia de alta hoje. As bolsas europeias sobem à espera da decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), que pode acenar para mais estímulos. O dólar, por sua vez, fortalece ante a maioria das moedas de emergentes após a presidente do Fed, Janet Yellen, reforçar ontem as expectativas de alta dos juros do Fed em dezembro.

Hoje, ela volta a falar às 13h. Yellen discute perspectivas para economia dos EUA em discurso anual no Congresso, enquanto o vice-presidente do Fed Stanley Fischer falará às 16h10. O dia é de cautela na Ásia após as falas de Yellen ontem. A bolsa de Xangai contrariou a tendência e subiu 1,37%, ignorando os dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit que mostraram que o crescimento da atividade de serviços da China desacelerou em novembro. Indicadores fracos geralmente criam esperanças de estímulos governamentais, o que deu suporte às ações chinesas.

Continua depois da publicidade

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

É hora ou não é de comprar ações da Petrobras? Veja essa análise especial antes de decidir: