Ibovespa Futuro cai seguindo mau humor externo com avanço de rendimento de Treasuries e sinais do Fed

Avanço de títulos nos EUA e produção industrial no Brasil são alguns dos temas de maior destaque nesta terça-feira

Camille Bocanegra

(Shutterstock)

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O Ibovespa Futuro opera em queda nesta terça-feira (3), seguindo o mercado internacional, que abriu o dia em alta, mas durante a amanhã passou a operar em queda. Os investidores reagiam com aversão ao risco por notícias dos EUA, tanto pela alta dos rendimentos dos Treasuries quanto declarações de autoridades do Federal Reserve sinalizando manutenção do caráter restritivo da política monetária.

O rendimento do título de 10 anos subiu para sua máxima desde 2007, acima de 4,5% enquanto todos os títulos apresentaram seu maior aumento diário desde setembro. Além disso, Jerome Powell, presidente do Fed, destacou que o foco da política monetária continua sendo a contenção de preços. No mesmo sentido, Michelle Bowman, diretora do Fed, comentou em evento que “deve ser apropriado’ subir mais juros e mantê-los em nível restritivo.

Às 9h15 (horário de Brasília), o índice futuro do Ibovespa caía 0,75%, a 114.645,00 pontos.

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No Brasil, houve a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), pelo Fipe, com alta de 0,29%. O número veio em linha com projeções de instituições de mercados consultadas pelo Projeções Broadcast e deixa a inflação acumulada em 2,01% para 2023.

O dado mais esperado da semana, a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, foi apresentado às 9h e trouxe alta de 0,4%, pouco abaixo da projeção de 0,5% de analistas do Itaú e do Bradesco BBI.

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Em Wall Street, os índices futuros de Nova York em queda, com investidores ainda acompanhando a alta dos rendimentos dos títulos públicos. Nem mesmo o afastamento da ameaça de paralisação, ontem, foi o suficiente para que os índices reagissem de forma positiva e encerram o dia mistos.

Investidores aguardavam a divulgação de dados do relatório Jolt, com números sobre vagas e rotatividade de trabalho, de agosto.

Nesta manhã, o Dow Jones Futuro caía 0,39%, o S&P Futuro tinha queda de 0,45% e Nasdaq Futuro recuava 0,56%.

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Dólar hoje

O dólar comercial operava com alta de 0,63%, cotado a R$ 5,098 na compra e R$ 5,099 na venda.

Já o dólar futuro (DOLFUT) para outubro subia 0,58%, indo aos 5,114 pontos.

No mercado de juros, os contratos com operavam com forte alta, com exceção do vencimento mais curto. O DIF24 (janeiro para 2024) opera com baixa de 0,36 pp, a 12,26%; DIF25, +0,32 pp, a 11,08%; DIF26, +0,74 pp, a 10,91%; DIF27, +0,63 pp, a 11,12%; DIF28, +0,71 pp, a 11,38%; DIF29 +0,70 pp, a 11,58%.

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Exterior

Os mercados europeus iniciaram o dia em baixa, mantendo o sentimento negativo do início da semana. Após ensaiarem uma alta durante a manhã, permaneciam em queda.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,68% durante as negociações da manhã, com a maioria dos setores em queda. As ações de mineração puxavam o índice para baixo, com queda de 0,54% e o setor industrial caia 0,5%.

A divulgação dos PMIs, ontem (2), indicou que a Zona do Euro seguirá em contração neste ano e isso poderia levar a uma intervenção do Banco Central Europeu (BCE) para corte de juros. Os dados de PMI do Reino Unido avançaram em linha com o esperado mas ainda indicam contração, com números abaixo de 50.

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Ásia

Na Ásia, a bolsa de Hong Kong fechou o dia com amplas perdas, após permanecer fechada no feriado de ontem, e contaminou os índices da região. O HSI chegou a cair 3%, puxada por ações do setor imobiliário e energia e encerrou o dia com perda de 2,69% assim como o índice ASX 200, da Austrália, que perdeu 1,28%.

Petróleo

Os preços do petróleo operam perto da estabilidade, na expectativa da reunião da Opep+ marcada para 4 de outubro. É esperado que, no encontro, sejam divulgados os novos movimentos de países como Arábia Saudita e Rússia em relação ao aumento de produção da commodity.