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Ibovespa fecha estável, com commodities em queda e varejistas em alta; dólar sobe 0,74%

Índice brasileiro performou um pouco pior do que seus pares americanos nesta quarta-feira

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou próximo da estabilidade nesta quarta-feira (20), subindo 0,04%, aos 98.286 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira conseguiu ficar no verde mas, no entanto, não avançou tanto como alguns dos benchmarks americanos.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,16%, 0,59% e 1,58%.

“Esta quarta-feira não teve muitas notícias relevantes no cenário econômico ou a publicação de dados que mexeram com Bolsa”, comenta André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos. “O que o mercado está olhando são os balanços das companhias americanas”, completa.

Na noite de ontem, a Netflix (NFLX34) trouxe resultados acima do consenso, que foram bem recebidos pelos investidores – as ações fecharam em alta de 7,36% na Nasdaq.

O dólar voltou a ganhar força no cenário mundial. O DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras divisas, subiu 0,35%, aos 107,06 pontos. Em relação ao real, o dólar subiu 0,74%, a R$ 5,46 na compra e a R$ 5,461 na venda.

“O dólar sobe com investidores de olho nas notícias nos próximos dia. Semana que vem temos decisão de juros nos Estados Unidos, com alguns diretores falando em alta de até 1 ponto percentual da fed funds. Nesta, o Banco Central Europeu deve elevar sua taxa pela primeira vez em 11 anos”, contextualiza Kaue Franklin, especialista em renda variável da Aplix Capital.

Segundo Franklin, a moeda brasileira também se desvaloriza, parcialmente, por conta de notícias na frente da exportação, com relatos de que a Rússia e a Ucrânia podem estar próximas a um acordo que encerre bloqueios de exportação, ameaçando o valor das commodities agrícolas (importantes para a balança comercial brasileira), e por conta dos ruídos quanto à polêmica sobre o sistema eleitoral.

Apesar da alta do dólar, a curva de juros brasileira caiu em bloco no fechamento da sessão regular. Os DIs com vencimento em janeiro de 2023 tiveram suas taxas recuando seis pontos-base, para 13,86%, e os para o mesmo mês de 2025, 19 pontos, para 13,32%. Os rendimentos dos DIs para 2027 e 2029 caíram, respectivamente, 13 e dez pontos, para 13,27% e 13,39%.

Em parte, o recuo dos DIs se deu por conta da publicação da segunda prévia do IGP-M de julho, que ficou em 0,52%, ante 0,55% da primeira leitura do mês.

Ajudou, também, o leve tombo das commodities. O barril de petróleo Brent caiu 0,34%, a US$ 106,98, e a tonelada do minério teve baixa de 0,37% no porto chinês de Dalian, a US$ 98,51.

“Ainda por aqui, a Petrobras anunciou  ontem corte no preço da gasolina de R$ 0,20, de R$ 4,06 para R$ 3,86. O movimento aproxima o preço do combustível de sua paridade internacional, diante da queda recente do petróleo, e pode reduzir o IPCA em 0,17 pontos percentuais”, diz Antônio Sanches, analista de investimentos da Rico.

Companhias de commodities figuraram entre as maiores quedas por peso do Ibovespa. As ações ordinárias da Vale (VALE3) recuaram 2,16%, repercutindo, além do recuo do minério, também a divulgação da sua prévia operacional. Os papéis ordinários da Suzano (SUZB3) tiveram baixa de 2,07%.

A WEG (WEGE3), no entanto, foi destaque percentual do lado negativo do Ibovespa, com suas ordinárias caindo 3,60%, após divulgar o balanço do segundo trimestre.

Do lado positivo, ficaram as companhias de crescimento e varejistas, surfando no recuo da taxa de juros. As ações ordinárias da Locaweb (LWSA3), da Via (VIIA3) e da Magazine Luiza (MGLU3) subiram, respectivamente, 15,54%, 12,99% e 10,04%.

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