Ibovespa fecha em alta de 2,12% e volta aos 100 mil pontos, puxado por commodities; dólar recua 0,35%

Queda de casos da covid 19 na China leva a menores restrições na segunda maior economia do mundo e puxa commodities

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em alta de 2,12% nesta segunda-feira (27), aos 100.763 pontos, voltando para a casa dos 100 mil pontos. O índice não fechava acima deste patamar desde o dia 15 de junho. O principal índice da Bolsa brasileira conseguiu se descolar dos principais índices dos Estados Unidos, que caíram.

Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,20%, 0,30% e 0,72%, após, na última semana, todos registrarem fortes avanços.

“Tendo começado positivo, o dia lá fora foi marcado por sentimentos mistos, com mercado ainda de olho em inflação e de recessão”, comenta Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos. “O mercado passou por grandes mudanças, de olho nos preços e nas perspectivas para a economia. Investidores devem aguardar, nesta semana, a publicação do PCE [Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal], na sexta-feira, indicador de inflação favorito do Federal Reserve”.

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Hoje, nos Estados Unidos, houve a divulgação de que os pedidos de bens duráveis foram maiores do que o esperado em maio, crescendo 0,7%, ante consenso de 0,1% – o que pode ajudar a explicar o temor de maior inflação, que levou os treasuries yields de dez anos a avançarem 8,1 pontos-base, para 3,205%.

No Brasil, o que puxou os índices foi o comportamento das commodities, que avançaram, em maioria. Na China, o minério de ferro avançou mais de 4%, com a tonelada negociada a US$ 119,60. O petróleo Brent, por sua vez, fechou em alta de 1,67%, a US$ 115,01 o barril.

As ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3;PETR4), com isso, foram destaques no pregão. Os papéis ordinários da mineradora avançaram 4,60%, a R$ 78,05. As ações ordinárias e preferenciais da estatal tiveram altas de, respectivamente, 6,75% e 6,43%, a R$ 30,86 e R$ 27,98.

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“Há alguns dias, víamos estas empresas sofrendo tanto ou mais do que o mercado, o que não estava comum até então no ano de 2022. Pressão política, receio de recessão, lockdowns na China e aumento de juros nos EUA pesavam sobre essas empresas”, comenta Rafael Cota Maciel, gestor de renda variável da Inter Asset. “Com o Covid na China trazendo certo alívio nos últimos dias, empresas de commodities tendem a se beneficiar”.

Maciel aponta ainda que a Petrobras surfou nas notícias de que Caio Paes de Andrade foi aprovado pelo conselho de administração ao cargo de presidente da companhia, o que diminui parte dos riscos que pesavam sobre os papéis.

Outros nomes ligados ao petróleo como a 3R Petroleum (RRRP3) e a Petro Rio (PRIO3)  também tiveram fortes altas, subindo, na sequência, 5,91% e 4,88%.

A alta das commodities ainda auxiliou o real a ganhar força frente a moeda americana, com a perspectiva de que o Brasil pode ter uma melhor balança comercial. O dólar comercial fechou o dia em queda de 0,35%, a R$ 5,233 na compra e a R$ 5,234 na venda.

Do outro lado, porém, a alta dos produtos não manufaturados foi responsável por empurrar a curva de juros para cima, junto com o risco fiscal – a proposta de emenda constitucional (PEC) dos combustíveis (que conta com aumento do Auxílio Brasil, vale-gás e voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros) vai ser apresentada amanhã no Senado, colocando R$ 34,8 bilhões fora do teto de gastos.

Os DIs para 2023 e 2025 tiveram seus rendimentos avançando quatro e nove pontos-base, para 13,68% e 12,59%, estendendo a movimentação da última semana. Os contratos para 2027 e 2029, viram suas taxas subirem 10 e nove pontos, para 12,53% e 12,66%.

“Empresas ligadas a consumo foram destaque entre as quedas, com a perspectiva de que a taxa básica de juros subirá mais e se manterá alta por mais tempo do que era visto anteriormente”, diz Alexandre Espirito Santo, Economista-Chefe Órama Investimentos.

As ações ordinárias da Méliuz (CASH3) foram as maiores quedas do Ibovespa, recuando 5,56%, seguidas das do IRB (IRBR3), com menos 5,35% e das preferenciais da Azul (AZUL4), com menos 5,33%, esta última também em meio ao avanço dos preços do petróleo.

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